terça-feira, 23 de outubro de 2018

UMA NOVA LEI (PRINCÍPIO) QUE GOVERNA NOSSO ANDAR (cap. 8:2-4)


UMA NOVA LEI (PRINCÍPIO) QUE GOVERNA NOSSO ANDAR (cap. 8:2-4)

A segunda coisa que marca o Cristianismo normal é que os crentes têm em si uma nova lei (princípio), pela habitação do Espírito, que capacita suas vidas e lhes permite que vivam acima das propensões da carne. Paulo diz: “Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”. Os versículos 2-4 resumem o que Paulo ensinou nos capítulos 5:12–7:25 – ou seja, libertação do poder do pecado. Por isso, no versículo 1, temos aceitação e no versículo 2, libertação. O fato de que a aceitação é mencionada antes, mostra que primeiro precisamos conhecer nossa posição diante de Deus em Cristo (no momento em que o Espírito Santo é recebido – Ef 1:13), antes que possamos ter o poder prático de libertação em nossas vidas pelo Espírito.
É importante entender que a nova vida é dependente e precisa do poder do Espírito Santo para ser vivida de acordo com a vontade de Deus. Tendo recebido o Espírito, há agora um novo poder controlador no Cristão que é maior que aquele na natureza pecaminosa. Ele transcende a influência maligna da carne e capacita o crente a viver uma vida santa que a nova vida deseja.
A lei científica da gravidade ilustra isso. Como sabemos todo objeto está sendo puxado para baixo em direção ao centro da terra pela força invisível da gravidade. É universal; isso acontece em toda a Terra. Se pegássemos um objeto sólido em nossas mãos – um livro, para nossa ilustração – e o segurássemos a certa altura do chão, e então o soltássemos, o livro cairia no chão. Independentemente de quantas vezes fizéssemos isso, ele sempre cairia no chão. Isto é como a nossa natureza pecaminosa; ela quer ir a uma direção – moral e espiritualmente para baixo, em direção ao pecado. Esse princípio do mal em nós é chamado de “lei do pecado e da morte”. É um princípio universal presente em todo ser humano, e seu fim é sempre a morte.
Levando nossa ilustração um pouco mais adiante, suponhamos que quiséssemos mudar as coisas para que, quando soltássemos o livro, ele não caísse no chão pela força da gravidade. Então, para conseguir isso, prendemos ao livro alguns balões cheios de gás hélio, que é mais leve que o ar. E, se tivéssemos balões o suficiente, de modo que a força de ascensão deles fosse maior que o peso do livro, quando o soltássemos, não cairia, mas subiria no ar. Nós todos entendemos o porquê; o princípio da gravidade não foi afastado ou desativado, mas um princípio mais poderoso e predominante foi aplicado sobre o livro.
Isso ilustra o que Deus fez com o crente ao dar-lhe o Espírito Santo. Como sabemos nossa natureza caída não foi levada quando fomos salvos. Não estaremos livres deste inimigo até que o Senhor venha. Deus achou por bem deixar-nos aqui neste mundo com a natureza caída ainda em nós (e o estado de nossos corações é constantemente testado por ela), mas Ele fez provisão total para que vivamos acima do poder dessa coisa má, por meio de outra lei trabalhando em nós, que Paulo chama, “a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus”.
Os versículos 3-4 indicam que, ao assegurar um meio para o crente viver uma vida santa, livre do poder do pecado, Deus não intentou fazê-lo por meio da reabilitação da carne. Este não é o caminho de santidade de Deus. O Cristianismo não é um melhoramento da carne. Desde a queda do homem até a cruz de Cristo, Deus manteve o homem na carne em provação. Isso foi por cerca de quatro mil anos, ou quarenta séculos. (Quarenta, nas Escrituras, significa provação.) Durante esse período, a carne foi testada no homem em todos os sentidos, e provou ser inútil. A provação chegou ao fim na cruz, onde Deus julgou toda a ordem de coisas que é segundo à carne (cap. 6:6). Assim, Deus “condenou o pecado na carne” e deixou-a de lado como inútil. Foi condenada porque – como alguém disse – “O que não pode ser consertado deve ser dado fim!” Assim, Deus não está mais buscando fruto do homem na carne, e a libertação do poder do pecado certamente não virá da carne, mas por meio do que Deus realizou na graça por Cristo.
Não obstante, muitos Cristãos pensam erroneamente que quando uma pessoa nasce de novo, Deus realiza um milagre nela, pelo qual sua natureza humana é renovada ou refeita. Eles erroneamente chamam de regeneração (Tt 3:5). Já que a palavra “regenerar” significa reiniciar algo, imaginam que o novo nascimento é uma regeneração da velha natureza, infundindo nova vida nela. Com base nessa crença equivocada, a maioria dos teólogos reformados e muitos pregadores evangélicos ensinam que os Cristãos não têm duas naturezas, mas sim que têm uma “natureza regenerada!” No entanto, isso faz com que a regeneração e o novo nascimento sejam nada mais do que uma reabilitação da carne. A verdade é que a carne não pode ser melhorada. As Escriturass dizem que “pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. (Rm 8:7). O Senhor ensinou isso a Nicodemos. Ele disse: “O que é nascido da carne é carne” (Jo 3:6). Isto é, o que quer que os homens possam fazer para melhorar o homem na carne – seja para incutir influência da cultura, educação, religião, ou privar de comida, ou açoitar, etc. – o resultado final é que ainda nada mais é do que carne pecaminosa. Portanto, a única coisa a fazer com a carne é condená-la e colocá-la de lado, e é exatamente isso que Deus fez.
O ponto nos versículos 3-4 é que a graça teve êxito em fazer o que “o que era impossível à lei (Mosaica) – isto é, dar ao homem (o crente) o poder de andar em santidade. Paulo diz que a lei estava “enferma pela carne”. Isso não quer dizer que há algo errado com a lei, mas que ela não poderia produzir nada de bom a partir da carne porque o material (a natureza pecaminosa) era completamente má. Note que diz que Deus condenou o pecado na carne; Ele não condenou a lei. Não há nada de errado com a lei; o problema é com a carne.
O versículo 4 mostra que por meio do que Deus realizou em graça, o crente é agora capaz de cumprir “os justos requisitos da lei” (JND), sem estar formalmente sob a lei (Tradução W. Kelly). Isso significa que o Cristão faz as coisas justas descritas na lei, não porque tenha algum compromisso legal com a lei, mas porque, em sua ocupação normal com Cristo, o Espírito de Deus produz santidade nele.

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