terça-feira, 23 de outubro de 2018

UM NOVO ESTADO EM QUE CRISTO É FORMADO EM NÓS (cap. 8:8-10)


UM NOVO ESTADO EM QUE CRISTO É FORMADO EM NÓS (cap. 8:8-10)

Paulo também fala de dois estados diferentes em que os homens estão, enquanto vivem e se movem nessas esferas. O primeiro estado ele denomina como: “na carne”. Ele diz: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne”. Ao afirmar isso, ele deixa claro que, enquanto homens não salvos do mundo (“os [eles]) estão na carne, os crentes (“vós”) não estão. Tenhamos em mente que ele está falando do que é característico de incrédulos e crentes. Ele não está levando em consideração que os crentes podem às vezes viver em um estado que é anormal ao Cristianismo. Às vezes os Cristãos podem agir na carne (de uma forma carnal), mas o que é característico deles é que não estão “na carne”. Assim, os Cristãos têm a carne neles, mas eles não estão na carne! Isso pode soar confuso, mas essas são duas coisas diferentes. Uma está se referindo à natureza pecaminosa que reside no crente (e será o caso até que o Senhor venha, ou até que o crente morra), e a outra está falando de um estado ou condição carnal, a qual Paulo diz enfaticamente que o crente não vive (caracteristicamente).
Continuando para completar seu pensamento, Paulo diz que os crentes estão “no Espírito” – que é o outro estado contrastante. Ele qualifica isto acrescentando, “se é que o Espírito de Deus habita em vós”, simplesmente porque não é possível viver no Espírito se a pessoa não tem o Espírito habitando nela. Assim, Paulo mostra que existe algo como o Espírito estando no crente, assim como o crente estando no Espírito. Mais uma vez, estas são duas coisas diferentes. O Espírito habitando no Cristão é algo posicional ligado à nossa nova posição diante de Deus em Cristo. Todos os Cristãos têm essa habitação. Em relação a isto, Paulo diz: “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é d’Ele”. Isso não significa que se uma pessoa não tem o Espírito Santo, ela está perdida. Ele está simplesmente afirmando que sem o Espírito habitando, o filho de Deus não está na posição Cristã plena, da qual Paulo está dando um esboço neste capítulo. O homem que lutava no capítulo 7 seria um exemplo de alguém nesse estado anormal. Ele é nascido de Deus e, portanto, não está perdido; mas ele não tem o Espírito e, portanto, não está na posição Cristã plena. Note que Paulo não diz: “Ele não pertence a Cristo”, como algumas traduções afirmam erroneamente, pois todas as almas (salvas e perdidas) pertencem a Cristo, porque Ele as comprou na cruz (Mt 13:44 – “o campo”; Hb 2:9 – “por todos”). Esse não é o ponto que Paulo está tocando aqui. Ele está dizendo que tal pessoa, com quem Deus começou a obra do novo nascimento, não é “de” Cristo na nova ordem da criação, até que receba o Espírito Santo (Gl 3:29; Hb 2:11).
“No Espírito” refere-se a um novo estado ou condição espiritual que existe nos Cristãos, na qual o Espírito forma neles as características morais de Cristo. Para denotar isso, Paulo usa a expressão “o Espírito de Cristo” quando se refere a essa obra especial do Espírito. Assim, sendo possuídos pelo Espírito de Cristo, os Cristãos se tornam, em seu andar e seus caminhos, como Cristo. O poder formador do Espírito opera em nós quando nossos corações estão absorvidos com Cristo e Suas coisas (2 Co 3:18), mas Paulo não está falando aqui de como isso é realizado. Ele está simplesmente afirmando que essa obra do Espírito nos crentes é uma característica do Cristianismo normal.
V. 10 – Então, resultante desta obra, Paulo diz: “E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça”. Aqui, ele usa a palavra “se” de forma diferente da que usou no versículo anterior. No versículo 9, é um se de condição; aqui é um se de argumento. “Se”, usado condicionalmente, tem a ver com a questão de saber se algo é assim ou não. Ao passo que, quando “se” é usado na construção de um argumento, ele poderia ser substituído por “desde que”. O ponto de Paulo aqui é que desde que o Espírito de Cristo tem Sua legítima influência no crente, e o caráter de Cristo é formado nele pelo Espírito, ele não é mais governado por seus apetites carnais e concupiscência. O corpo do crente é considerado “morto” quando o Espírito lhe ministra o que é realmente “vida”, energizando-o para viver em “justiça” prática. Ele nos faz viver no bem da vida ressurreta em comunhão com Deus, e nessa função, Ele é chamado de “o Espírito vive”. Lembremo-nos de que Paulo está falando do que caracteriza o estado Cristão normal, e não do que certos crentes podem experimentar em suas vidas quando seu estado deixa a desejar.

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