A
GLÓRIA VINDOURA E A LIBERTAÇÃO QUE ELA TRAZ
Cap. 8:18-30 – Como esse aspecto final
da libertação tem a ver com eventos futuros, para entendê-lo apropriadamente,
precisamos ter algum conhecimento dessas coisas. As Escrituras proféticas
indicam que a vinda do Senhor tem duas fases. Primeiro, Ele virá para chamar
todos os Cristãos da Terra – levando-os para o céu (Jo 14:2-3; 1 Ts 1:10;
4:15-18). Os instrutores bíblicos chamam isso de Rapto – um equivalente em
latim a “arrebatamento” (At 8:39; 2
Co 12:2-4; 1 Ts 4:17; Ap 12:5). Então, haverá um tempo terrível de problemas na
Terra chamado a Tribulação (Mt 24:21; 2 Ts 2:2-4; Ap 3:10), que será um período
de cerca de sete anos (Dn 9:27). Depois disso, a segunda fase da vinda do
Senhor ocorrerá (a Aparição) quando Ele virá do céu com Seus santos para julgar
o mundo e estabelecer Seu reino milenar (Mt 24:29-30; 1 Ts 3:13, 4:14; 2 Ts
1:7-10, 2:8; Jd 14-15). Mencionamos isto porque certas partes da libertação
vindoura ocorrerão no Arrebatamento e outras, na Aparição. Por exemplo, o
Cristão obterá sua libertação da presença do pecado no Arrebatamento ao ser
glorificado naquele momento (1 Co 15:51-56; Fp 3:20-21). A criação, no entanto,
deve esperar pela Aparição de Cristo antes de ser libertada. Naquele momento
será dada a libertação dos efeitos do pecado – “da servidão da corrupção”.
Cap. 8:18 – Paulo terminou a seção
anterior falando de Cristãos como “herdeiros”
e “co-herdeiros” com Cristo. Como
tal, estamos esperando que Ele venha e tome posse de nossa herança em Sua
gloriosa Aparição, quando então reinaremos com Ele sobre a herança no reino.
Nesta seção, Paulo retoma de onde parou na seção anterior, mencionando “as aflições deste tempo presente”.
Isso é algo que todos nós devemos enfrentar enquanto esperamos a libertação
vindoura. Como mencionado anteriormente, nossos sofrimentos vêm de duas direções: de estarmos conectados à
criação que está sob a escravidão da corrupção, e de nosso testemunho por Cristo em forma de
testemunho. Esses sofrimentos são normais ao Cristianismo.
Como o sofrimento é inevitável, Paulo continua
nos dando as razões pelas quais poderemos suportá-lo. Ele diz: “Porque para mim tenho por certo que as
aflições deste tempo presente não são
para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. Assim, devemos
pesar os sofrimentos presentes que
experimentamos neste “poucochinho de
tempo” em que estamos aqui na Terra (Hb 10:37) em relação à glória eterna
que nos será revelada. Se “considerarmos”
apropriadamente, como Paulo faz aqui, perceberemos que o que experimentamos
aqui na Terra é apenas temporário e, em comparação com o que teremos, vale à
pena, mesmo que fosse mil vezes mais difícil. Portanto, na medida em que
mantivermos os olhos fixos na “glória
que em nós há de ser revelada”, seremos capazes de suportar os sofrimentos
deste tempo presente.
Cap. 8:19 – Paulo passa a nos dizer quando a libertação será promulgada na
criação. Ele diz: “Porque a ardente
expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus”. A “criatura” refere-se à criação inteira.
Inclui homens, animais e plantas – essencialmente tudo o que vemos na Terra que
foi afetado pela corrupção do pecado. Paulo diz que a criação procura pela
libertação desta escravidão da corrupção, mas sabemos que isso não poderia ser
por medida alguma de inteligência, pois obviamente a criação não sabe da vinda
de Cristo. Mesmo assim, ela está esperando por esse momento. Paulo diz que essa
libertação ocorrerá no momento da “manifestação
dos filhos de Deus”. Isso acontecerá na Aparição de Cristo (2 Ts 1:10; 1 Jo
3:2). Nós somos “os filhos de Deus”
agora (v. 14), mas nós seremos então manifestados como tais diante do mundo.
Hoje, os homens estão fazendo tudo o que podem para aliviar o sofrimento na Terra.
E nós somos gratos pela ciência médica, etc., mas o sofrimento, a doença e a
morte natural que estão ao nosso redor não serão retirados até que Cristo
apareça.
Assim, Paulo aborda duas coisas
relacionadas ao futuro do Cristão:
- A glorificação dos filhos de Deus, que ocorrerá no Arrebatamento (vs. 17-18).
- A manifestação dos filhos de Deus, que ocorrerá na Aparição de Cristo (v. 19).
Cap. 8:20-22 – Ele explica que a criação
foi feita “sujeita à vaidade”, não
por vontade própria, mas pelo fracasso de sua cabeça federal – Adão. Mas apesar
do fracasso de Adão, existe uma “esperança”
de libertação diante da criação arruinada, na Aparição de Cristo.
O versículo 21, como se vê na KJV, pode
ser enganoso. Ele diz que a criação será “libertada
da servidão da corrupção, para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”.
Isso implica que a criação inferior experimentaria a mesma “gloriosa liberdade” (glorificação) que os Cristãos terão, o que
não é verdade. O versículo deve dizer: “a
liberdade da glória dos filhos de Deus”. Assim, a criação participará da liberdade que será trazida aos filhos de
Deus, no sentido de ter uma libertação da corrupção e do sofrimento, etc., mas
ela não experimentará a glorificação real que os filhos experimentarão. A
criação terá libertação, mas não glorificação. E, claro, a criação não
terá parte na graça que o evangelho nos trouxe – ou seja, suas bênçãos
espirituais.
Cap. 8:23 – Nos versículos anteriores,
Paulo falou da libertação futura que está vindo para a criação. Agora, ele
chega ao que os Cristãos experimentarão na nossa libertação da presença do
pecado. Como mencionado, será de um modo muito maior do que a criação terá,
recebendo “a redenção do nosso corpo”
(Ef 4:30). Isso se refere ao nosso corpo sendo glorificado e transformado à
semelhança do corpo de glória do Senhor. Isso, como dissemos, ocorrerá no
Arrebatamento (1 Co 15:51-56; Fp 3:20-21). Naquele momento, nossas naturezas
pecaminosas serão erradicadas de nossos corpos e nos livraremos do pecado em
nós para sempre! Nós também seremos raptados da Terra e assim retirados da presença (do ambiente) do
pecado que está ao nosso redor agora!
Assim, teremos a libertação da presença do pecado.
Os Cristãos falam em ter corpos “novos”
no Arrebatamento, mas isso poderia implicar que nos seria dado outro corpo, o
que não é verdade. Se os Cristãos tivessem de receber “novos” corpos neste
sentido, quando o Senhor vier, que necessidade haveria de ressuscitarem os
corpos dos santos dentre os mortos? Além disso, que necessidade haveria de se
glorificar os corpos dos santos que estarão vivendo na Terra quando o Senhor
vier, se eles fossem obter novos corpos? Para evitar a possibilidade de alguém
ter esse pensamento equivocado, as Escrituras são cuidadosas em nunca dizer que
obteremos corpos “novos”. Em vez disso, nos diz que nossos corpos serão “transformados” (Jó 14:14; 1 Co
15:51-52; Fp 3:21). Isso significa que teremos os mesmos corpos em que vivemos
– ainda que em uma condição totalmente diferente de glória (Lc 14:14; Jo
5:28-29; 1 Co 15:51-55; 1Ts 4:15-16, etc.). Paulo disse: “todos seremos transformados” (1 Co 15:51). Isto inclui os
corpos dos santos que morreram (“isto
que é corruptível”) e também os corpos dos santos que ainda estiverem vivos
quando o Senhor vier (“isto que é
mortal”). O corruptível “se revista
da incorruptibilidade” e a mortal se “revista
da imortalidade” (1 Co 15:53-54).
Tendo “as primícias do Espírito”, que é a possessão de uma nova vida em
Cristo, e nossas bênçãos celestiais n’Ele, temos a garantia da final “redenção” de nossos corpos. Podemos
desfrutar agora, do que é nosso pelo Espírito, como uma antecipação do que está
diante de nós. Isso não nos torna imunes ao sofrimento que está ao nosso redor.
Ao contrário, estando em nossos corpos em seu estado atual (não glorificado),
mesmo tendo o Espírito de Cristo em nós, sentimos o sofrimento e “gememos em nós mesmos”. Esse gemido é
por conta do que sentimos pessoalmente ao passar esta cena, e também pelo que
sentimos por compaixão, ao vermos outros sofrendo. Enquanto o Cristão geme, ele
é visto neste capítulo como tendo a presente
“adoção” de filiação (v. 15), e
está aguardando uma futura “adoção” de seu corpo em um estado
glorificado (v. 23).
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