segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Servindo à Justiça


Servindo à Justiça

Cap. 6:16 – Nos próximos versículos, Paulo nos diz algo que todo Cristão precisa saber sobre o pecado e a justiça prática. Ele diz: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Isso mostra que há um poder cativante tanto na prática do pecado quanto na prática da justiça. Ao apresentar-nos a qualquer um deles, ficamos sob seu poder – para o mal ou para o bem. Se nós, como Cristãos, escolhermos viver no antigo estado de Adão (esfera de vida) e apresentar-nos ao chamado da natureza pecaminosa, resultarão sérias consequências. Nós ficaremos sob o poder do pecado e nos tornaremos escravos dos pecados que permitirmos! O Senhor Jesus ensinou isso a Seus discípulos; Ele disse: “todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (Jo 8:34). Este é um princípio universal que se aplica a toda a humanidade. É tão verdadeiro para um crente quanto para um incrédulo. Assim, ao escolher pecar, violentamos nossas próprias almas (Pv 8:36).
Todo Cristão deve aprender – e pode ter de ser por meio da correção do Senhor – que a “liberdade” apresentada no evangelho (v. 18) não é liberdade para pecar, mas sim liberdade do pecado. Deus quer nos libertar do poder do pecado para que possamos fazer a Sua vontade – não para que possamos continuar pecando! O evangelho anuncia liberdade, não permissividade. Se fomos separados de toda aquela ordem de coisas sob Adão por nossa conexão com Cristo sob Sua Cabeça, por que pensaríamos em viver nossas vidas Cristãs naquele estado iníquo, quando sabemos que isso nos levará à escravidão? Como mencionado anteriormente, quando os Cristãos escolhem pecar, isto manifesta incredulidade no fato de que “a carne para nada aproveita” (Jo 6:63). O problema é que ainda pensamos que há algo de bom nela que irá servir para nossa felicidade e satisfação. E ao ceder à carne, somos enganados por ela, e ficamos sob o poder daqueles pecados que cometemos. Deus permite que seja assim, e usa isso como uma disciplina para corrigir nossa atitude errada em relação ao pecado. Podemos dizer, felizmente, que para o crente que vai nessa direção e permite pecados em sua vida, há uma saída por meio do arrependimento e do julgamento próprio. Mas para o incrédulo, os pecados que ele permite em sua vida apenas o levam para maior escravidão.
Como mencionado, essa servidão funciona igualmente em ambas as linhas: “ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Ao dizer: “sois servos daquele a quem obedeceis...” Paulo personifica “pecado” e “justiça”, e os vê como dois mestres opostos com servidões opostas. A qualquer um desses que nos apresentemos, dele nos tornamos servos. Como crentes no Senhor Jesus Cristo, nos apresentado ao novo mestre (justiça), formamos novos e bons hábitos que levam à santificação prática. Paulo vai falar mais sobre isso no versículo 19. Uma coisa solene a considerar aqui é que, embora estejamos posicionalmente em uma nova posição diante de Deus – onde a graça reina por meio da justiça – o pecado ainda pode ser nosso mestre praticamente, se escolhermos viver naquele velho estado de Adão. Todo Cristão precisa considerar isso seriamente.
Cap. 6:17-18 – Paulo estava convencido de que os crentes romanos a quem estava escrevendo tinham obedecido “de coração à forma de doutrina”  à qual foram “entregues [ensinados – JND] (isto é, eles haviam crido na verdade do evangelho), e assim estavam “libertados do pecado” posicionalmente. E que eles se apresentariam como “servos da justiça” e provariam o poder da graça trabalhando em suas vidas, produzindo santificação prática, porque isso é Cristianismo normal. Para destacar essas duas servidões, Paulo usa a palavra “servos” oito vezes nos versículos 16-23.
Cap. 6:19-20 – Ele então demonstra o caráter progressivo           de se andar em santidade (santificação prática). Ele diz: “assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade, para a maldade [iniquidade para a iniquidade – JND], assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação”. Os crentes romanos tinham praticado iniquidades (antes de serem salvos) e, ao fazê-lo, só se tornavam mais iníquos; eles agora deveriam praticar a justiça e isso resultaria em se tornarem progressivamente mais santos. Isso mostra que é algo progressivo em ambas as direções. Assim como um homem que pratica iniquidade torna-se cada vez mais iníquo (“iniquidade para a iniquidade”), assim também quanto mais um Cristão pratica a justiça, mais santo ele se torna (“justiça para santificação”).
No lado negativo, um homem não se torna um monstro de uma só vez; pode levar anos de prática do pecado. Ele pode cometer um ato mau hoje que há cinco anos teria hesitado em cometer. Foi relatado que Nero chorou por matar uma mosca na sua juventude, mas terminou sua carreira rindo enquanto Roma queimava! O argumento de Paulo aqui é que, assim como o pecado age progressivamente em uma pessoa, também a justiça age progressivamente na vida de um crente. Toda vez que fazemos algo certo, nos fica mais fácil o fazê-lo novamente. G. Cutting apropriadamente disse: “Toda nova vitória lhe dará novo poder”. Assim, nos é “dado crescimento para salvação” na prática (1 Pe 2:2 – ARA). O cântico das crianças enfatiza esse ponto – “Cada vitória vai ajudá-lo a obter outra”. Assim, os Cristãos estão agora em uma nova e feliz servidão como “servos [escravos – JND] da justiça”.
Uma diferença que devemos notar é que “justiça” e “santidade” não são a mesma coisa. Justiça tem a ver com fazer as coisas certas porque elas são certas. A santidade tem a ver com fazer as coisas certas porque você ama o que é certo e odeia o mal.
Cap. 6:21-23 – Paulo conclui apontando para a incrível diferença nos resultados dessas duas servidões opostas. Ele pergunta aos crentes romanos que considerem o fim do curso o qual trilhavam antes de serem salvos – “E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte?” Que proveito havia nisso? Só trouxe a morte em todos os sentidos. Mas tendo sido libertados, Paulo lhes diz para olharem os grandes e bons resultados que agora estavam sendo produzidos em suas vidas; havia “fruto para santificação, e por fim a vida eterna”. Eles estavam agora livres para fazer a vontade de Deus em comunhão com Deus, e o caminho que agora estavam trilhando terminaria em glória num dia vindouro. (Como no capítulo 5:21, Paulo vê aqui a “vida eterna” como algo que alcançaremos no fim do caminho da fé, quando chegarmos ao céu em estado glorificado. É claro que também a temos agora, que o apóstolo João chama de “vida eterna” – Jo 3:16, 36, etc., ver tradução J. N. Darby).
O versículo 22 é uma espécie de resumo da verdade apresentada no capítulo 6. Ele diz: 
  • Somos feitos “livres do pecado”.
  • Tornamos-nos “servos de Deus”.
  • Temos o nosso “fruto para a santificação”.
  • O “fim é a vida eterna”. 

V. 23 – A conclusão de toda a questão é: “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”. Como mencionado, um curso conduz à “morte” e o outro conduz à “vida”. “O salário do pecado” mencionado aqui é muitas vezes considerado como pecados (más ações) que os homens cometem. Os evangelistas usarão esse versículo para dizer aos pecadores que, como consequência de seus pecados, eles morrerão e irão para o inferno. Mas devemos ter em mente que esta seção da epístola não está tratando de pecados, mas sim do pecado, a natureza má e pecaminosa no crente. Paulo já mostrou no capítulo 5 que a morte na raça humana não é o resultado de pecados pessoais, mas o resultado de ser descendente de uma cabeça caída. A morte pode levar uma criança com apenas um dia de vida. É claro que a morte não a levou porque a criança é culpada de pecar, mas porque ela tem uma natureza pecaminosa e os efeitos do seu agir em seu corpo causaram a morte. Além disso, os crentes no Senhor Jesus Cristo, cujos pecados são perdoados, ainda morrem. Se os pecados deles causassem sua morte, poderíamos erroneamente concluir que Deus não os perdoou afinal de contas! Sobre este versículo, J. N. Darby disse que “não é um apelo aos pecadores como às vezes é usado, mas àqueles já libertos” (Synopsis of the Books of the Bible on Romans 6:23).

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