Quem Pode Resistir à Vontade de Deus?
Cap.9:19-23 – Os homens acusarão a Deus
de injustiça, apontando para o Seu tratamento com o Faraó como um exemplo de
predestinação de pessoas para o inferno. Paulo continua mostrando que isso não
é verdade; Deus nunca predestinaria ninguém a uma eternidade perdida. Ele
também aponta que é loucura da parte do homem questionar os caminhos de Deus.
Ele apresenta o argumento que os céticos
e opositores usam: “Se Deus endurece o homem para que não creia, como Deus pode
'encontrar falta' (JND) nele por não
crer?” (v. 19) Paulo responde a essa noção equivocada mostrando que, embora
Deus aja em julgamento, as Escrituras não
dizem que Ele escolhe pessoas para a destruição eterna. “os vasos da ira [são], preparados para perdição” (v. 22), mas
eles não são preparados por Deus como tais; as pessoas se preparam por sua
própria incredulidade! No caso do Faraó, Deus não o predestinou para juízo. Se
lermos cuidadosamente o relato do tratamento do Senhor para com o Faraó (Êx
4-12), veremos que ele mesmo se preparou para seu juízo endurecendo-se
repetidamente contra o Senhor. Mas ele não estava condenado desde o momento de
seu nascimento. Em sua vida, ele provou ser impio, e Deus poderia justamente
tê-lo cortado, mas escolheu preservá-lo vivo por um tempo para que Ele pudesse
mostrar Seu poder em juízo, e por meio dele, exaltar Seu nome na Terra.
O Senhor sabia que o Faraó endureceria
seu coração contra Ele (Êx 3:19) e disse a Moisés que judicialmente o
endureceria ainda mais, como consequência. O Senhor disse: “mas Eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo” (Êx
4:21,; 7:3). Note que o Senhor não
disse naquele momento: “Eu endureci o seu coração...”, mas sim: “Eu endurecerei o seu coração”. Era
algo que o Senhor iria fazer como consequência de Faraó endurecer seu coração
primeiro. Com certeza, Faraó provou ser um homem perverso e endureceu o coração
contra o Senhor. A Escrituras registra: “Porém
o coração de Faraó se endureceu” (Êx 7:13). (Este versículo infelizmente
foi traduzido erroneamente na KJV, dizendo: “Ele endureceu o coração de Faraó”.
Isto tornaria o Senhor o Principiador do endurecimento, o que não é verdade.)
Êxodo 7:13-14 é a primeira menção nas Escrituras do coração do Faraó sendo
endurecido, e é claramente algo que ele mesmo fez. De fato, ele repetidamente
endureceu seu coração contra o Senhor (Êx 7:22, 8:15, 19, 32, 9:7). Foi apenas após tudo isso, que a Escritura finalmente
diz: “Porém o Senhor endureceu o coração
de Faraó” (Êx 9:12, 10:1, 20, 27, 11:10), que é o cumprimento daquilo que
Senhor disse em Êxodo 4:21 e 7:3 que iria fazer. As Escriturass dizem: “O homem que muitas vezes repreendido
endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura” (Pv
29:1). Este foi o caso do Faraó.
Paulo mostra que questionar a soberania
de Deus é entender mal Quem é Deus e quem somos. Ele diz: “Porquanto, quem resiste à Sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a
Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me
fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa
fazer um vaso para honra e outro para desonra?” Deus tem todo o poder no
céu e na Terra e pode fazer o que quiser – e Ele nunca faz errado. Ele disse a
Abraão: “Não faria justiça o Juiz de
toda a Terra?” (Gn 18:25).
Todos os homens merecem juízo, mas se
Deus escolhe mostrar misericórdia a alguns, quem somos nós para dizer que Ele
está fazendo errado? O fato de alguém ser salvo é uma completa prova da
soberana graça de Deus. O velho e verdadeiro ditado é: todos podem vir (Ap 22:17), mas ninguém
virá (Jo 3:32); mas por causa do poder soberano de Deus agindo nos homens,
alguns virão a Cristo e serão salvos (Jo 6:44). Embora Deus possa escolher
alguns para bênção (como “vasos de
misericórdia”), Ele nunca escolhe alguém para ir para o inferno. Todos os
que se revelam “vasos de ira” são “preparados para perdição” por sua
própria incredulidade (v. 22). Não existe algo como predestinação para o
inferno. Paulo diz que a razão pela qual Deus escolhe alguns para serem “vasos de misericórdia” é demonstrar “as riquezas da Sua glória” (v. 23).
J. N. Darby disse: “A raiz da questão é
essa; é Deus que julga o homem ou o homem a Deus? Deus pode fazer o que quiser.
Ele não é o objeto de nosso julgamento” (Synopsis
of the Books of the Bible – em Romanos 9). F. B. Hole disse: “Quão lentos
somos em admitir que Deus tem o direito de fazer o que Ele quer, que de fato, é
o Único que tem esse direito, visto que somente Ele é perfeito em presciência,
sabedoria, justiça e amor. As coisas podem parecer inexplicáveis para nós, mas
é porque somos imperfeitos”.
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