terça-feira, 23 de outubro de 2018

A Bênção do Evangelho Está ao Alcance de Todos


A Bênção do Evangelho Está ao Alcance de Todos

Cap.10:5-10 – Paulo, então, contrasta “a justiça que é pela lei” com “justiça que é pela fé”. Ele mostra que a Lei mosaica era algo que dependia do desempenho, e cita Levítico 18:5 para provar isso: “O homem que fizer estas coisas viverá por elas”. A ênfase aqui está em fazer – isto é, no desempenho humano. “A justiça que é pela fé”, por outro lado, não exige que uma pessoa faça nada, mas simplesmente creia na “palavra da fé”.
Vs. 6-7 – Paulo então extrai um princípio da Lei para mostrar que a bênção de Deus é realmente baseada só na fé. Ele cita Deuteronômio 30:10-14, que tem a ver com quando Israel falhasse em sua responsabilidade de guardar a Lei, e fossem perdidas todas as possibilidades de se obter mérito com Deus com base no desempenho humano. Moisés disse ao povo que, mesmo assim, se eles se voltassem para o Senhor com (“com todo o teu coração, e com toda a tua alma”), Ele ainda os abençoaria no contexto desse sistema legal. Eles não teriam que fazer nada para merecer esse favor. Eles não teriam que subir para o céu ou atravessar o mar, porque os mandamentos legais estavam bem ali na frente deles – na boca e no coração – à espera de serem obedecidos. Tudo o que eles teriam de fazer seria voltarem-se para o Senhor com fé, e Ele iria começar de novo com eles.
Embora Deuteronômio 30 tenha a ver com a Lei, Paulo usa esse princípio da graça trabalhando por aqueles que reconhecem seu fracasso e se voltam para o Senhor com fé, e adapta esse princípio ao evangelho. Seu ponto é que Deus abençoa no princípio da fé, independentemente de estar no contexto da aliança legal ou no evangelho que ele pregou. Paulo então toma a liberdade de interpretar a passagem em Deuteronômio, inserindo entre parênteses os dois grandes fatos do evangelho: a encarnação de Cristo e a ressurreição de Cristo. Ele diz que uma pessoa não precisa se preocupar com quem “subirá ao céu (isto é, a trazer do alto a Cristo)”, ou quem “descerá ao abismo (isto é, para fazer subir a Cristo dentre os mortos)?” (ATB) porque isso já foi feito. Cristo já desceu e Se tornou o supremo sacrifício pelo pecado, e Ele ressuscitou dentre mortos e está assentado à destra de Deus.
V. 8 – Assim, o evangelho não nos pede para fazer algo humanamente impossível, mas simplesmente crer. Assim como a lei estava “junto” do israelita (em seu coração e boca), Paulo diz que também está “a palavra da fé, que pregamos” no evangelho. A diferença é que o antigo mandamento era uma palavra que tinha a ver com o que o homem deveria fazer, mas agora a palavra no evangelho é sobre o que Cristo fez! O evangelho fala de uma obra que foi consumada (Jo 19:30; Hb 10:12). Como a palavra da verdade está “junto de ti, na tua boca e no teu coração” (os judeus ouviam a Palavra de Deus diariamente nas suas casas e nas suas sinagogas), a salvação estava ao alcance de todos eles. Nenhum judeu, portanto, poderia dizer: “Deus tornou a salvação muito difícil para mim”.
Vs. 9-10 – Paulo prossegue mostrando que, uma vez que tudo foi feito por nós na vinda de Cristo e em Sua morte e ressurreição, tudo o que uma pessoa precisa fazer é “confessar Jesus como Senhor” (JND) e “crer” em seu coração “que Deus O ressuscitou dos mortos”, e ele será “salvo”. Creres “em teu coração”, do qual Paulo fala aqui, significa crer sinceramente; não é uma mera coisa intelectual. Isso mostra que Deus quer veracidade (Sl 51:6). Existem dois “se” neste versículo que se combinam e dão ao crente a certeza da salvação: se “confessarmos” e  se “crermos” em nossos corações, “seremos” salvos. É simples assim! Essa é a grande promessa de Deus no evangelho. Deus nunca decepcionou ninguém que tenha confiado em Cristo para a salvação.
Muitos Cristãos evangélicos acreditam que esses versículos estão dizendo que, para que uma pessoa seja verdadeiramente salva, ela deve fazer uma confissão pública de sua fé em Cristo. Consequentemente, os pregadores pressionam confissões públicas em suas reuniões e cultos de evangelho. Eles fazem um “chamado ao altar” para suas audiências, para que qualquer um que queira ser salvo se apresente e faça uma declaração pública de sua fé. Contudo, se tivermos de confessar perante os homens como condição necessária para a salvação eterna da alma, da pena de seus pecados, então a bênção do evangelho não é somente baseada no princípio da fé; torna-se fé e obras! Isso é contrário aos fundamentos do evangelho (cap. 3:26-31). Além disso, isso significaria que uma pessoa não poderia ser salva se estivesse sozinha em algum lugar – porque não teria ninguém a quem fazer sua confissão! E se ela morresse antes de ter a chance de falar a alguém sobre sua fé em Cristo? Certamente não podemos pensar que uma pessoa assim não esteja no céu e que não seja realmente salva e que não esteja no céu.
“Confessar” nesse versículo significa “admitir” ou “expressar concordância”. A questão é: expressar concordância a quem? A. Roach disse que, à luz de Filipenses 2:11, que diz: “E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” e Romanos 14:11 que diz: “toda a língua confessará a Deus”, esta confissão deve ser feita a Deus, e não aos homens. O crente reconhece para Deus que “Jesus Cristo é o Senhor”. H. A. Ironside disse: “A confissão aqui não é, obviamente, a mesma coisa que o nosso Senhor diz: 'Qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos céus’. Esta é antes, a confissão da alma ao próprio Deus, de que ele aceita Jesus como Senhor” (Lectures on Romans, pág. 130-131).
No versículo 9, Paulo menciona a “boca” antes do “coração”, que é a ordem encontrada em Deuteronômio 30, mas no versículo 10, ele inverte a ordem. O versículo 9 enfatiza os fatos, e o versículo 10 enfatiza a ordem em que ocorrem na alma do crente. A fé no coração produz a confissão da boca; é uma prova do que é verdadeiro no coração. Assim, a aceitação interior da palavra pela fé, precede a expressão externa da confissão. Estes não são dois passos separados para a salvação, mas dois lados da mesma coisa.
No curso normal do crescimento e desenvolvimento Cristãos, a confissão diante dos homens seguirá a fé de uma pessoa em Cristo. A pessoa que realmente crê no Senhor Jesus confessará sua crença a seus semelhantes. Isso deveria acontecer naturalmente, pois o evangelho é uma notícia boa demais para guardarmos para nós mesmos! (Veja 2 Rs 7:9.) As Escrituras nos encorajam a falar sobre isso: “Digam-no os remidos do Senhor” (Sl 107:2). A confissão diante dos homens é boa, mas não é uma condição pela qual uma pessoa é salva eternamente da pena de seus pecados. O novo crente pode hesitar em confessar a Cristo a princípio, mas seu bem-estar eterno não depende disso. Paulo já ensinou que a bênção da salvação está somente no “princípio da fé” (cap. 1:17, 3:30, 4:16, 5:1); ele estaria se contradizendo aqui se colocasse a confissão diante dos homens como condição.

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