Os Dois Temas do Ministério de Paulo
– Os Meios pelos Quais um Crente é Estabelecido
Vs. 25-27 – Paulo expressa um último desejo que ele tinha pelos santos
romanos (na verdade, pelos santos em todo lugar) – que Deus os “confirmasse [estabelecesse – JND]” na
verdade. Ele menciona que isso envolvia duas coisas – ter um entendimento de
seu “evangelho” e ter um
entendimento do “mistério”. Esses constituem
os dois grandes temas de seu ministério (Ef 3:8-9; Cl 1:23-28) e são declarados
pela palavra “conforme” no versículo
25.
- “Conforme [segundo] o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo.”
- “Conforme revelação do mistério.”
Note que Paulo não considerou uma pessoa estabelecida na verdade até
que ele não apenas abraçasse a verdade do evangelho, mas também abraçasse a
verdade do Mistério. Hoje, os Cristãos, em sua maioria, são gratos por saber
que são salvos por crerem no evangelho, mas eles parecem ter pouca preocupação
com a revelação do Mistério.
O evangelho de Paulo fala da glória de Deus em atender a nossa
necessidade como pecadores, e que por crer em sua mensagem, somos trazidos à
possessão de muitas bênçãos espirituais no Cristo ressuscitado e elevado ao
céu. O Mistério, por outro lado, fala da glória de Deus em Cristo, a Cabeça da
Igreja. Ele revela nossos relacionamentos como um corpo e privilégios comuns em
conexão com o chamado e o destino da Igreja. Isso incluiria as ordenações
práticas concernentes à atual função da Igreja na Terra, dando expressão à
verdade de que é um só corpo. Ignorância ao que o Mistério revela forma a base
de grande parte da confusão na Igreja hoje. W. Kelly disse: “Um dos sinais e
provas melancólicos de onde a Igreja está agora, é que mesmo nos mais zelosos
filhos de Deus há pouca preocupação em refrescar o coração dos santos. O zelo
está preocupado na simples conversão dos pecadores. A glória de Deus na Igreja
não é considerada, e o amor de Cristo por Seu corpo e por cada membro é
ignorado em sua maior parte” (The Epistle
to Philemon, pág. 148).
O Mistério não é algo enigmático; é um segredo santo que esteve “oculto” no coração de Deus desde antes
da fundação do mundo (Ef 3:9). Tem a ver com o grande propósito de Deus em
glorificar o Seu Filho em duas esferas (no céu e na Terra) no reino milenar
vindouro (“a Dispensação da plenitude
dos Tempos” – Ef 1:8-10), por meio de um vaso de testemunho especialmente
formado – a Igreja, que é o corpo e a noiva de Cristo (Ef 1:22-23, 5:25-32; Ap
21:9-22:5). Efésios destaca o chamado e o destino da Igreja em sua associação
pública com Cristo, enquanto Colossenses e 1 Coríntios revelam o caráter
presente e o funcionamento prático da Igreja enquanto está aqui na Terra.
V. 26 – Paulo diz que, embora esta verdade era oculta, agora é
manifestada “pelas Escrituras
proféticas” (ARA). Estes não são os escritos dos profetas no Velho
Testamento, porque a revelação da Igreja não foi dada a eles; era desconhecida
por aqueles “noutros séculos” (Ef
3:5). Paulo está falando dos profetas do Novo Testamento aos quais foi dada a
verdade do Mistério para comunicarem à Igreja. Essas seriam as epístolas em
geral. (Notes and Jottings of J. N. Darby,
pág. 328). W. Kelly disse que essas Escrituras seriam “os escritos inspirados
em geral do Novo Testamento, pois a Igreja é edificada sobre o fundamento dos
apóstolos e profetas” (The Bible Treasury,
vol. 13, pág. 352). Paulo deve ter falado antecipadamente, porque muitas das
epístolas ainda não haviam sido escritas na época em que escreveu aos romanos.
A razão de Paulo ao declarar seu desejo pelo estabelecimento de santos
romanos era que eles não seriam apenas inteligentes quanto ao propósito de
Deus, mas também seriam menos propensos a serem influenciados por aqueles que
trabalhavam para dividir o rebanho.
Vs. 27 – Paulo dá uma bênção final: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o
sempre. Amém.”
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