terça-feira, 23 de outubro de 2018

A Responsabilidade de Israel – Crer


A Responsabilidade de Israel – Crer

Paulo terminou o capítulo anterior afirmando que “todo aquele que crer n’Ele não será confundido” (cap. 9:33). Isso traz o homem à responsabilidade. Para receber a salvação, devemos crer no testemunho de Deus do evangelho sobre a obra consumada de Cristo na cruz. Paulo agora continua esse tema no capítulo 10. De novo e de novo ao longo deste capítulo, ele enfatiza o fato de que os homens devem crer no testemunho de Deus para serem abençoados por Deus.
Cap. 10:1 – Sabendo que os judeus o viam como traidor e inimigo da nação de Israel, Paulo reafirma seu amor e preocupação por Israel. Seu grande “desejo do... coração e a oração a Deus” era que Israel pudesse ser “salvo” (ATB). O fato de que eles não foram salvos (exceto alguns indivíduos como ele próprio) mostra que ser descendentes naturais de Abraão não os salvou! Se os tivesse salvado, ele não estaria orando para esse fim. Como mencionado, a responsabilidade do homem é crer no testemunho de Deus do evangelho concernente ao Seu Filho. Mas foi exatamente isso que os judeus não conseguiram fazer. Em vez de receberem a Cristo, tropeçaram naquela “pedra de tropeço!” (Cap. 9:32)
V. 2 – Paulo declara duas razões para o seu fracasso: em primeiro lugar, eles tinham “zelo” por sua religião nacional que os levou a se agarrar às suas formas e cerimônias, e não ver que aquelas coisas realmente apontavam para Cristo. (Veja a epístola aos Hebreus.) Apegando-se às formas do judaísmo, lança um véu sobre seus corações, e “até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles” e eles não são capazes de “olhar firmemente para o fim daquilo que era transitório” (2 Co 3:13-15). O “fim” da aliança legal é Cristo e Sua obra consumada na cruz. Os tipos e sombras na Lei apontavam todos para Ele, mas eles não viam. Isso mostra que, embora seja “bom ser zeloso”, nosso zelo deve ser “sempre do bem” e da maneira correta (Gl 4:18). No caso dos judeus, seu zelo não era “com entendimento”. Eles não sabiam que suas Escrituras apontavam para Cristo.
V. 3 – Em segundo lugar, os judeus “não conheciam a justiça de Deus”. Eles não entendiam o significado da cruz e, consequentemente, rejeitavam o evangelho. Como mencionado em nossos comentários no capítulo 3:21-31, a justiça de Deus tem a ver com como Ele assumiu a questão do pecado na cruz e a resolveu para a Sua própria glória e para a bênção de todos os que cressem. Os judeus, infelizmente, não viram isso na morte de Cristo. Eles criam (e ainda creem) que Sua morte na cruz era a maneira de Deus tratar com Ele com justiça por Sua blasfêmia de imaginar que era o Messias – e Quem eles insistiam ser um impostor (Is 53:4). Em sua ignorância, os judeus procuravam “estabelecer a sua própria justiça” – pensando que ela poderia ser alcançada por guardarem a lei. Assim, eles não “não se sujeitaram à justiça de Deus”, e isso fez com que perdessem a bênção da salvação.
V. 4a – Para eliminar a falsa noção de que a justiça pode ser alcançada pelo desempenho do homem, Paulo declara enfaticamente: “Porque Cristo é o fim de lei para justiça” (JND). O artigo “a” não está na preposição “de” antes da palavra “lei”. Isto indica que ele não está se referindo especificamente à Lei de Moisés, mas ao princípio no qual o desempenho do homem é o caminho para alcançar a justiça. Paulo está aludindo a Deus encerrando o teste do homem na carne pela morte de Cristo. Desde a queda do homem até a morte de Cristo, Deus manteve o homem na carne em provação. Por 40 séculos de história humana, levando até a cruz, Deus testou a carne no homem de todas as maneiras possíveis (quarenta é o número que indica teste nas Escrituras), e a carne provou ser má em todas as coisas (cap. 3:12, 7:18). Todas as tentativas do homem na carne, de atingir a justiça com base no mérito e desempenho humanos, falharam. Deus, portanto, encerrou o teste, e “condenou o pecado na carne” na morte de Cristo (cap. 6:6, 8:3). A palavra “fim” aqui é “teles” no grego, que significa “conclusão” (J. N. Darby, Collected Writings, v. 10, pág. 22).
Ao dizer: “Para justiça”, Paulo não quis dizer que a justiça nos tempos do Velho Testamento foi alcançada por meio do guardar da lei, mas agora, desde a vinda de Cristo, ela é encontrada n’Ele. A lei nunca foi dada para esse propósito! (Gl 3:21) Se ela tivesse sido o meio de justiça nos tempos do Velho Testamento, ninguém que vivesse naqueles tempos chegaria ao céu, porque ninguém era capaz de guardá-la! Qualquer esperança de alcançar a justiça nessa linha está condenada desde o início. Ao acrescentar “de todo aquele que crê”, Paulo está indicando que a única maneira pela qual alguém pode ser considerado justo é crendo.

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