A
Responsabilidade de Israel – Crer
Paulo terminou o capítulo anterior
afirmando que “todo aquele que crer n’Ele
não será confundido” (cap. 9:33). Isso traz o homem à responsabilidade.
Para receber a salvação, devemos crer
no testemunho de Deus do evangelho sobre a obra consumada de Cristo na cruz.
Paulo agora continua esse tema no capítulo 10. De novo e de novo ao longo deste
capítulo, ele enfatiza o fato de que os homens devem crer no testemunho de Deus
para serem abençoados por Deus.
Cap. 10:1 – Sabendo que os judeus o viam
como traidor e inimigo da nação de Israel, Paulo reafirma seu amor e
preocupação por Israel. Seu grande “desejo
do... coração e a oração a Deus” era que Israel pudesse ser “salvo” (ATB). O fato de que eles não
foram salvos (exceto alguns indivíduos como ele próprio) mostra que ser
descendentes naturais de Abraão não os salvou! Se os tivesse salvado, ele não
estaria orando para esse fim. Como mencionado, a responsabilidade do homem é
crer no testemunho de Deus do evangelho concernente ao Seu Filho. Mas foi
exatamente isso que os judeus não conseguiram fazer. Em vez de receberem a
Cristo, tropeçaram naquela “pedra de
tropeço!” (Cap. 9:32)
V. 2 – Paulo declara duas razões para o seu fracasso: em
primeiro lugar, eles tinham “zelo”
por sua religião nacional que os levou a se agarrar às suas formas e
cerimônias, e não ver que aquelas coisas realmente apontavam para Cristo. (Veja
a epístola aos Hebreus.) Apegando-se às formas do judaísmo, lança um véu sobre
seus corações, e “até hoje, quando é
lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles” e eles não são capazes
de “olhar firmemente para o fim daquilo
que era transitório” (2 Co 3:13-15). O “fim”
da aliança legal é Cristo e Sua obra consumada na cruz. Os tipos e sombras na
Lei apontavam todos para Ele, mas eles não viam. Isso mostra que, embora seja “bom ser zeloso”, nosso zelo deve ser “sempre do bem” e da maneira correta
(Gl 4:18). No caso dos judeus, seu zelo não era “com entendimento”. Eles não sabiam que suas Escrituras apontavam
para Cristo.
V. 3 – Em segundo lugar, os judeus “não conheciam a justiça de Deus”. Eles
não entendiam o significado da cruz e, consequentemente, rejeitavam o
evangelho. Como mencionado em nossos comentários no capítulo 3:21-31, a justiça
de Deus tem a ver com como Ele assumiu a questão do pecado na cruz e a resolveu
para a Sua própria glória e para a bênção de todos os que cressem. Os judeus,
infelizmente, não viram isso na morte de Cristo. Eles criam (e ainda creem) que
Sua morte na cruz era a maneira de Deus tratar com Ele com justiça por Sua
blasfêmia de imaginar que era o Messias – e Quem eles insistiam ser um impostor
(Is 53:4). Em sua ignorância, os judeus procuravam “estabelecer a sua própria justiça” – pensando que ela poderia ser
alcançada por guardarem a lei. Assim, eles não “não se sujeitaram à justiça de Deus”, e isso fez com que perdessem
a bênção da salvação.
V. 4a – Para eliminar a falsa noção de
que a justiça pode ser alcançada pelo desempenho do homem, Paulo declara
enfaticamente: “Porque Cristo é o fim de
lei para justiça” (JND). O artigo “a” não está na preposição “de” antes da
palavra “lei”. Isto indica que ele
não está se referindo especificamente à Lei de Moisés, mas ao princípio no qual
o desempenho do homem é o caminho para alcançar a justiça. Paulo está aludindo
a Deus encerrando o teste do homem na carne pela morte de Cristo. Desde a queda
do homem até a morte de Cristo, Deus manteve o homem na carne em provação. Por
40 séculos de história humana, levando até a cruz, Deus testou a carne no homem
de todas as maneiras possíveis (quarenta é o número que indica teste nas
Escrituras), e a carne provou ser má em todas as coisas (cap. 3:12, 7:18).
Todas as tentativas do homem na carne, de atingir a justiça com base no mérito
e desempenho humanos, falharam. Deus, portanto, encerrou o teste, e “condenou o pecado na carne” na morte
de Cristo (cap. 6:6, 8:3). A palavra “fim”
aqui é “teles” no grego, que
significa “conclusão” (J. N. Darby, Collected
Writings, v. 10, pág. 22).
Ao dizer: “Para justiça”, Paulo não quis dizer que a justiça nos tempos do
Velho Testamento foi alcançada por meio do guardar da lei, mas agora, desde a
vinda de Cristo, ela é encontrada n’Ele. A lei nunca foi dada para esse
propósito! (Gl 3:21) Se ela tivesse sido o meio de justiça nos tempos do Velho
Testamento, ninguém que vivesse naqueles tempos chegaria ao céu, porque ninguém
era capaz de guardá-la! Qualquer esperança de alcançar a justiça nessa linha
está condenada desde o início. Ao acrescentar “de todo aquele que crê”, Paulo está indicando que a única maneira
pela qual alguém pode ser considerado justo é crendo.
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