segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Servos do Pecado ou Servos da Justiça?


Servos do Pecado ou Servos da Justiça?


Cap. 6:15-23 – O pecado assumiu o domínio sobre nós em tempos passados, mas pela aplicação desses princípios, não precisa mais ser assim. No entanto, precisamos entender que a libertação do pecado não é algo automático. Como Paulo demonstrou nos versículos 11-13, Deus quer que sejamos responsavelmente exercitados no assunto. Assim sendo, a grande questão para nós é: “Em que estado ou esfera de vida estou escolhendo viver, agora que sou Cristão?” Se uma nova esfera de vida foi aberta para eu viver por meio da morte e ressurreição de Cristo (v. 11), por que então eu quereria viver na velha esfera, da qual Cristo me salvou? Não estou livre de toda essa ordem de vida no mundo que foi julgada por Deus? Como posso encontrar meu prazer naquela cena iníqua, pela qual Cristo morreu para romper minhas conexões?
Um Cristão que escolhe viver nesse velho estado e busca prazer e satisfação, manifesta uma ignorância (ou incredulidade) a respeito do que a Palavra de Deus diz sobre a carne. Nesta passagem, Paulo nos ensina que, embora a carne tenha sido julgada (“anulada” – Rm 6:6 – JND), ela é um inimigo que ainda não foi destruído, e se possível, o diabo buscará oportunidade por meio dela para controlar a vida do crente e levá-lo para todos os tipos de pecados. É um fato que, se escolhermos viver nesse velho estado, a carne se levantará em nós e dominará nossas vidas. Todo Cristão, portanto, precisa aprender – e aprender bem – que “carne para nada aproveita” (Jo 6:63), e desistir de procurar algo nessa esfera para satisfazer seu coração. É uma esfera perigosa para se viver espiritualmente, e certamente não é onde Deus quer que vivamos. Ela levará à nossa queda espiritual.
Os crentes geralmente demoram a aceitar essa verdade e, portanto, precisam aprender com a experiência que o que Deus diz sobre a carne é verdadeiro. Nesta próxima série de versículos, Paulo mostra que a santificação prática é algo progressivo na vida de um crente.
Cap. 6:15 – Paulo agora trata da questão dos crentes escolhendo pecar porque estão sob a graça. Ele faz uma pergunta similar àquela do versículo 1: “Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?” Ele responde da mesma maneira que respondeu a pergunta no versículo 1 – “De modo nenhum [longe esteja o pensamento – JND]. De modo algum a graça de Deus foi planejada para encorajar os Cristãos a pecar. Tal ideia é completamente ilógica. Como podemos louvar e agradecer ao Senhor por sofrer na cruz as agonias do julgamento de Deus, para pagar pelos nossos pecados e, ao mesmo tempo, continuar cometendo esses mesmos pecados? Isso deveria ser abominável para todo crente de mente correta. Os Cristãos podem falhar no caminho da fé e pecar, e se o fizerem, eles se julgam em arrependimento e se levantam e continuam (1 Jo 1:9; Pv 24:16). Mas seguir voluntariamente o curso do pecado porque estamos sob a graça não é o Cristianismo normal. Isso leva a questionar se a pessoa que segue esse caminho realmente entendeu o evangelho que ele professa ter crido. Uma pessoa que justifique esse tipo de andar geralmente não é salva.
Podemos nos perguntar por que Paulo tomaria tempo para tratar dessa questão, quando todo Cristão de mente sóbria nem mesmo cogitaria tal ideia. No entanto, devemos lembrar que Paulo estava enfrentando as objeções de mestres judaizantes que eram oponentes da doutrina da justificação pela fé. Eles eram legalistas que acreditavam que pregar o evangelho que Paulo pregava (“uma vez salvo, sempre salvo”, como dizem) encorajava a frouxidão e o pecado entre os Cristãos. Seu remédio era colocar os crentes sob a lei e fazê-los tentar aperfeiçoarem-se em santidade aderindo às suas exigências. Eles acreditavam que, se os Cristãos fossem mantidos com medo de perder sua salvação se pecassem, seriam mais cuidadosos e diligentes em viver de maneira correta.
Essa ideia, no entanto, manifesta uma ignorância do que é a lei e o que a lei pode e não pode fazer. Simplificando, a lei pode exigir uma vida santa, mas não pode produzi-la. Não foi dada para esse propósito. Mesmo que guardar a lei pudesse produzir uma vida santa, ainda assim erraria o alvo. O objetivo de Deus é produzir um companheirismo dedicado e afetuoso para com Cristo, naqueles que têm um relacionamento com Ele, que é motivado pelo amor (Jo 14:15, 15:9; 2 Co 5:14). O legalismo não fará isso. Sob os ditames legais, o Cristianismo se torna um conjunto mundano de regras e regulamentos, deixando intocados os corações daqueles sob tal sistema. Todos esses meios não produzem afeição por Cristo, nem encorajam um íntimo relacionamento com Ele.

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