A
reconciliação do evangelho com as promessas de Deus para Israel
Esta parte da epístola trata da
principal objeção que os judeus têm contra o evangelho que Paulo pregou. Em
suas mentes, sua mensagem era que Deus tinha terminado com Israel e que as
promessas que Ele fez a Abraão, Isaque e Jacó sobre as bênçãos da nação, eram
agora nulas e inválidas. E isso tudo porque Deus, por um capricho, decidiu
fazer um novo começo em direção aos gentios com o evangelho!
Como isso é contrário ao que é declarado
nas Escrituras do Velho Testamento, que estão repletas de promessas
incondicionais em relação à bênção de Israel, os judeus naturalmente rejeitaram
o evangelho de Paulo. Os profetas de Israel retratam um dia vindouro quando
essa nação será abençoada por Deus sob o reinado de seu Messias. Muitas bênçãos
terrenas lhes serão concedidas, tais como: supremacia sobre as nações gentias,
riqueza, vida longa, etc. A esperança de todo judeu temente a Deus é fazer
parte dessa cena vindoura de glória terrena. Se fosse verdade que Deus tivesse
rompido Seu tratamento com Israel e agora tudo estivesse acabado para eles,
então Deus teria quebrado Suas promessas! Os judeus sabiam que isso era algo
que Deus não poderia fazer, porque Ele estaria negando a Si mesmo (Hb 6:17-18).
(E eles estão muito certos sobre isso!) Assim, eles concluíram que o evangelho
que Paulo pregava era algo espúrio e herético, e o rejeitaram completamente.
Sabendo que o que ele pregava poderia
ser uma pedra de tropeço para os judeus, se não fosse compreendido
corretamente, Paulo de imediato vai esclarecer isso corretamente. Nos próximos
capítulos (9-11), ele mostra que os judeus tinham informações erradas sobre o
que ensinava a respeito do evangelho e das promessas de Deus a Israel. Ele
cuidadosamente explica que o evangelho da graça e da glória de Deus (que ele
pregava) de maneira alguma anulava, colocava de lado, e nem mesmo tocava as
promessas de Deus a Israel. De fato, Paulo ensinou que as promessas que Deus
fez a Abraão, Isaque e Jacó ainda permanecem como Deus as deu, e elas serão
alcançadas por Israel em um dia vindouro, em um sentido literal – o que é
totalmente ortodoxo (rígido) do ponto de vista judaico.
É importante entendermos isto, porque,
infelizmente, há instrutores Cristãos (teólogos reformados) que erroneamente
ensinam um sistema de doutrina (chamado Teologia da “Substituição” ou
“Aliança”) que afirma que as esperanças de Israel são nulas e inválidas! E que as promessas que Deus fez aos
patriarcas não serão cumpridas para Israel em um sentido literal! Em vez disso,
nos dizem que essas promessas foram cumpridas na Igreja hoje, em algum sentido espiritual! Em vista desses sérios equívocos,
o ensino de Paulo nesta parte da epístola tem um duplo propósito hoje.
Primeiramente, mostra aos judeus que as promessas de Deus a Israel não foram
anuladas nem invalidadas pelo evangelho, e assim todas elas serão cumpridas
literalmente, como Deus disse em Sua Palavra. E em segundo lugar, mostra que
aqueles que absorveram a Teologia Reformada estão tristemente equivocados com
tais ideias a respeito das promessas de Deus a Israel, quais seriam, estarem
sendo “espiritualizadas” na Igreja.
Assim, nestes próximos três capítulos,
Paulo reconcilia o ensino do evangelho com as promessas de Deus a Israel. Ele
cita o Velho Testamento não menos que 30 vezes nesta seção da epístola. Isso
mostra que estava escrevendo predominantemente para aqueles que conheciam as
Escrituras – ou seja, os judeus. Ele mostra a partir da Palavra de Deus que
Deus não voltou atrás em Suas promessas a Israel.
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