domingo, 30 de setembro de 2018

O Princípio da Fé


O Princípio da Fé



Cap. 3:27-31 – Nos versículos finais do capítulo 3, Paulo explica a parte da fé na justificação do crente. Ele já mencionou “a justiça de Deus pela fé” (v. 22) e “a fé no Seu sangue” (v. 25), e deixou claro que as bênçãos do evangelho só são apropriadas “segundo o princípio da fé” (JND) (cap. 1:17, 3:30, 4:16, 5:1). Assim, o evangelho é tão simples que tudo o que uma pessoa precisa fazer é crer no Senhor Jesus Cristo e será salvo e justificado (At 13:38-39, 16:31).
Contudo, mesmo neste caso, não devemos pensar que nossa fé nos fez merecer nossa justificação. Paulo deixa claro nestes versículos que é pela fé, assim a jactância (presunção) é “excluída”. Nossa fé não é um trabalho meritório. De fato, em Efésios 2:8, ele afirma que nossa fé “não vem de vós; é dom de Deus”. Já que vem tudo de Deus, Ele deve receber todo o crédito. Se a fé fosse uma coisa meritória, então uma pessoa teria algo para se “gloriar”. Ele poderia dizer: “Outros não tiveram fé para crer, mas eu tive, e Deus me salvou por causa da minha fé!” Isso, no entanto, seria atribuir a nós mesmos algum crédito por nossa salvação.
 Nem devemos pensar que chorando, confessando, arrependendo, orações sinceras, etc., nos fará merecedores da salvação. Essas coisas podem acompanhar a conversão de uma pessoa para Cristo, mas a salvação não é obtida por elas. Sejamos claros: “fé” não é o assunto do evangelho. O assunto do evangelho é Cristo e Sua obra consumada. Assim, Paulo mostra que a justificação do crente não tem nada a ver com “obras”. Todo orgulho da parte do homem, portanto, é completamente excluído. As obras exaltam o homem, mas a fé exalta a Deus.
    Nos versículos 29-30, Paulo mostra que a justificação não é apenas para os judeus (“a circuncisão”), mas para todos os que creem no evangelho – incluindo os gentios (“a incircuncisão”). Isso mostra que Deus não é restritivo quando se trata de oferecer salvação aos homens e salvar pessoas de todas as três esferas da raça humana.
V. 31 – Para que os judeus não pensassem que estava ignorando ou menosprezando a lei, Paulo diz: “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (v. 31). O evangelho não anula os santos padrões da Lei; a Lei enfatiza o fato de que os homens ficaram aquém dela. Deste modo, a Lei complementa o evangelho ao provar que os homens pecaram e estão destituídos da glória de Deus. Por isso, o evangelho sustenta as santas exigências da lei. Isso mostra que os homens são pecadores e, portanto, precisam de salvação.

Presciência


Presciência

O outro grande atributo de Deus que mencionamos é “presciência”. Presciência é a capacidade de Deus de saber tudo antes que aconteça (At 2:23; Rm 8:29; 1 Pd 1:2). Visto que Deus sabe quantos pecados cada crente cometerá em sua vida – mesmo antes de a pessoa nascer – Ele poderia colocar o justo juízo desses pecados sobre Senhor Jesus Cristo na cruz antes que eles realmente acontecessem. Assim, Cristo também levou o juízo dos pecados de todos os que creriam durante este “tempo presente” – isto é, o Dia da Graça (v. 26).
Por isso, na cruz, Cristo fez propiciação, e um pagamento integral foi feito pelos pecados de todos os crentes de todos os tempos. Deus tomou os pecados de todos os que têm fé – desde o início dos tempos até o fim dos tempos – e os colocou sobre Cristo, o Emissário do pecado, e Ele suportou o justo juízo por eles.

Todos os teus pecados foram colocados sobre Ele,
Jesus os suportou no madeiro;
Deus, que os conhecia, os colocou sobre Ele,
E, crendo, tu és livre.
L. F.# 35

Há uma diferença entre aqueles que viveram antes da cruz e aqueles que viveram depois dela. As pessoas do tempo do Velho Testamento que tinham fé não são ditas como tendo crido “em Jesus”, como é o caso daqueles neste tempo presente (v. 26). Isto porque os crentes do Velho Testamento não conheciam o evangelho que conta a história de Deus enviando Seu Filho, etc. Eles não podiam crer no Senhor Jesus Cristo porque eles não tinham ouvido falar d’Ele, mas foram abençoados por Deus no princípio de fé e estão seguros no céu agora como amigos do Noivo (Jo 3:29).
V. 26 – Visto que a expiação já foi feita, podemos “declarar” (KJV) por meio do evangelho “Sua justiça (de Deus). Isso é algo que não poderia ser feito até “este tempo”. J. N. Darby disse: “A justiça nunca foi revelada sob a Lei – Deus suportou as coisas, mas não houve declaração de justiça. Agora é para ‘declarar a Sua justiça’. A justiça foi revelada quando a expiação foi feita” (Collected Writings, vol. 27, pág. 385). Nós agora podemos ir ao pecador com as boas-novas de que Deus é “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”. Ele é “justo” pelo que julgou o pecado na obra consumada de Cristo na cruz, e Ele é “o Justificador” daqueles que creem.

Paciência


Paciência

Cristo levando os pecados dos crentes que viveram em tempos antes da cruz só poderia ser possível por meio da “paciência de Deus”. A paciência tem a ver com Deus conhecer e registrar os pecados, mas não exigir um pagamento por eles imediatamente após serem cometidos. Por meio de Sua paciência, Deus reteve ou suspendeu o juízo dos pecados daqueles que creram antes de Cristo vir para pagar o preço por eles. (Essas pessoas não tiveram conhecimento sobre como, quando ou aonde o Salvador viria para pagar o preço de seus pecados, o que foi trazido à luz pelo evangelho.) Esse “passar por sobre os pecados” (JND) não poderia continuar indefinidamente; esses pecados tinham de ser tratados com justiça em algum momento – e foi isso que aconteceu na cruz. Se Deus nunca tratasse deles, Ele provaria ser injusto, pois todo pecado e desobediência deve receber sua “justa retribuição” (Hb 2:2). Por isso, Sua paciência estava em exercício em conexão com os pecados de todos os que creram antes de Cristo morrer. Quando eles morreram, foram para o céu sob uma base de crédito, por assim dizer. O juízo de seus pecados seria armazenado por Deus até que Cristo viesse como o Emissário do pecado, e então o juízo seria derramado sobre Ele. A fé daqueles que viveram antes da época de Cristo seria contada como justiça, como foi testemunhado no caso de Abraão no capítulo 4. Embora Cristo ainda não tivesse pagado pelos seus pecados, ele foi para o céu (Lc 16:23). Assim, por meio da paciência divina, houve o “passar por sobre os pecados” por aproximadamente 4.000 anos da história do homem, até a cruz, quando foram tratados com justiça e tirados para sempre.
Há um tipo disso no Velho Testamento. Em Josué 3:14-17, os filhos de Israel atravessaram o rio Jordão e entraram na terra de Canaã. No momento em que os pés dos sacerdotes que levavam “a arca de Deus” (um tipo de Cristo) pisaram na borda do rio, um milagre ocorreu. As águas do Jordão (que falam do juízo que foi derramado sobre Cristo na cruz) que vinham de cima, “levantaram-se num montão” e foram detidas por todo o caminho de volta à “cidade de Adão” (ARF) – que era situada no rio cerca de 30 quilômetros ao norte. Isso tipifica a eficácia da obra de Cristo, sendo capaz de cuidar dos pecados de todos que tiveram fé por todo o caminho de volta até Adão, o primeiro pecador.
A “paciência de Deus” também é ilustrada em tipo no Dia da Expiação (Lv 16). A cada ano, o sangue da vítima era colocado no propiciatório, e Deus exercitava Sua paciência em relação aos pecados de Israel por mais um ano. Na epístola aos Hebreus, Paulo explica que desde que o processo tinha de ser repetido ano a ano (Hb 9:7), mostrava que aqueles pecados ainda estavam em memória diante de Deus, e que os sacrifícios no Dia da Expiação tinham não tirado esses pecados. Eles foram cobertos (o significado de expiação) por mais um ano por aqueles sacrifícios, mas eles não tinham sido tirados. Em Hebreus 10, Paulo prossegue explicando que quando Cristo veio Sua única oferta pelos pecados foi suficiente para “tirar” os pecados dos crentes, de uma vez por todas (Hb 10:1-17; 1 Jo 3:5).
O capítulo 3:25 da KJV é um pouco enganoso. Diz: “pecados que são do passado”. Isso levou alguns a pensarem que Paulo estava se referindo aos pecados que os Cristãos cometeram em suas vidas antes de se converterem. Mas, como mostramos, não é disso que Paulo estava falando. A nota de rodapé da Tradução de J. N. Darby declara: “Deus passou por sobre os pecados, e não os trouxe a julgamento, dos crentes do Velho Testamento”. Assim, foram os pecados das pessoas que viviam no “passado” [dantes] – isto é, nos tempos do Velho Testamento.
 Além disso, a KJV diz: “a remissão dos pecados”, mas esta frase deveria ser traduzida como “o passar por sobre os pecados”. Remissão de pecados é o perdão dos pecados, e é frequentemente traduzida como tal (Lc 24:47; At 5:31, 13:38, 26:18; Ef 1:7). Conforme anunciado no evangelho, envolve a alma sabendo em sua consciência que seus pecados são eternamente perdoados, e tem a ver com o crente tendo uma consciência purificada (Hb 9:14, 10:1-17). Este aspecto eterno do perdão dos pecados, que os Cristãos têm, é algo que os santos do Velho Testamento não tinham. Seus pecados foram tratados na cruz, e os santos estão no céu agora, mas não tinham o conhecimento consciente disso. Não há precisão, portanto, em traduzir-se a passagem como “a remissão de pecados”. Os crentes do Velho Testamento só conheciam o perdão governamental de Deus, que tem a ver com Deus perdoar (e não punir) uma pessoa pelos seus erros enquanto vive na Terra, porque a pessoa está arrependida (Lv 4; Sl 32, etc.). O perdão oferecido pelo Senhor em Seu ministério terreno nos quatro evangelhos também foi governamental (Lc 5:20, 7:47-48, etc.). O aspecto eterno do perdão foi anunciado pela primeira vez após a redenção ser consumada, quando Cristo ressuscitou dentre os mortos (Lc 24:47; At 2:38, etc.).

Propiciação


Propiciação

Em ambos os casos, a justiça de Deus foi demonstrada no único ato de Cristo de “propiciação”. Propiciação (Rm 3:25; Hb 2:17; 1 Jo 2:2; 4:10) refere-se à parte da obra de Cristo na cruz, que satisfez plenamente as reivindicações da justiça divina contra o pecado. É a parte de Deus na obra de Cristo e, por meio dela, a natureza santa de Deus exigiu o que lhe era devido em relação aos nossos pecados e a toda a propagação do pecado na criação em geral. A obra consumada de Cristo inclui Seus sofrimentos expiatórios, Sua morte e Seu derramamento de sangue. Essas três coisas são distinguidas nas Escrituras, mas nunca inteiramente separadas umas das outras. Assim, elas devem sempre ser vistas como uma só obra. estudantes da Bíblia caíram em erro ao separar essas coisas umas das outras.
J. N. Darby afirma em sua nota de rodapé no versículo 25 que a palavra traduzida como “propiciação” na KJV também poderia ser traduzida como “propiciatório”. O argumento de Paulo aqui é que Deus estabeleceu Cristo como o propiciatório no testemunho do evangelho – não para a visão física do homem, mas para os olhos da fé. Podemos nos perguntar o que isso significa, mas é bem simples. O propiciatório no sistema de sacrifício do Velho Testamento era o lugar onde Deus Se encontrava com Seu povo com base no sangue de uma vítima – um sacrifício (Êx 25:22 – “ali te encontrarei” (JND); Lv 16:14). Isso ilustra (em tipo) o que anunciamos no testemunho do evangelho. Cristo estabelecido como o “propiciatório” no evangelho é o anúncio de que Deus é agora capaz Se encontrar com o pecador e abençoá-lo pelos méritos do sacrifício de Cristo. Este é o grande resultado da propiciação ter sido feita. Cristo não poderia ser estabelecido como tal até que Sua obra na cruz fosse consumada. Mas agora, uma vez que Deus triunfou no que Cristo realizou, Cristo (com Sua obra consumada) é o divino lugar de reunião para que todos no mundo venham e sejam salvos. Alguns pregadores dizem: “Deus encontrará o pecador na cruz”. Seria melhor dizer que Ele encontra o pecador que tem fé em Cristo, no alto, como o Propiciatório. Cristo não está na cruz hoje; portanto, o pecador que deseja ser salvo não vem a um Salvador que está morrendo numa cruz, mas a um Salvador ressuscitado no alto em glória. Ele está lá hoje como um Objeto de testemunho para que todos possam crer. De acordo com isso, os apóstolos pregaram a Cristo como Salvador ressurreto em todo o livro de Atos (At 4:10-12, 5:29-32, 10:38-43, 13:22-39, 16:31).
Paulo acrescenta: “pela fé no Seu sangue”. O sangue de Cristo é o símbolo da obra consumada de Cristo (Jo 19:30, 34). Ter fé em Seu sangue, portanto, significa que temos fé no que Ele realizou em Sua morte de sacrifício. O pecador que vem a Cristo para a salvação deve crer que o que Cristo realizou em Sua morte foi pessoalmente para ele.

A justiça de Deus em conexão com pecados cometidos antes e depois da cruz


A justiça de Deus em conexão com pecados cometidos antes e depois da cruz

Cap. 3:25-26 – Alguns podem se perguntar como os pecados dos crentes que viveram muito antes do tempo de Cristo poderiam ter sido tratados na morte de Cristo na cruz, vez que eles já tinham saído da cena? E também, como Cristo poderia levar os pecados dos crentes que ainda não eram nascidos? Seus pecados não tinham sequer sido cometidos quando Cristo morreu! Antecipando essas questões, Paulo prossegue nos próximos versículos para explicar como a obra de Cristo na cruz cuidou dos pecados dos crentes de uma vez por todas, independentemente de quando eles viveram. Por meio de dois atributos de Deus – Sua paciência e Sua presciência (caps. 3:25, 8:29) – Deus tem sido capaz de tratar com justiça os pecados dos crentes que viveram antes e depois da cruz, por meio do que Cristo realizou no Cruz.
Paulo diz: “Ao Qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da Sua justiça neste tempo presente, para que Ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”. Como observado pelo sublinhado, duas vezes nesta passagem Paulo diz: “Para demonstração da Sua justiça...”.  Uma vez em conexão com os crentes que viveram antes que Cristo morreu, e uma vez em conexão com os crentes que viveram depois que Cristo morreu.
  • Para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes [da cruz] cometidos” (v. 25).
  • Para demonstração da Sua justiça neste tempo presente que é depois (v. 26).


“Em Cristo Jesus”


“Em Cristo Jesus”

Finalmente, a justificação e a redenção do crente são ditas como “em Cristo Jesus”. Como mencionado na introdução (cap. 1:1-17), quando Paulo usa o termo “Cristo Jesus” – o título do Senhor (Cristo) antes de Seu nome de humanidade (Jesus) – ele se refere a Ele como ressuscitado, ascendido e sentado à direita de Deus como um Homem glorificado. Por isso, essas grandes bênçãos anunciadas no evangelho são asseguradas para nós no “Homem Cristo Jesus” (JND) à direita de Deus (1 Tm 2:5). De fato, todas as nossas distintas bênçãos Cristãs são ditas “em Cristo”. Observe as citações das Escrituras na Tradução de J. N. Darby na seguinte lista de bênçãos. 
  • Redenção em Cristo Jesus (Rm 3:24).
  • Perdão dos pecados em Cristo – uma consciência purificada (Rm 4:7; Ef 4:32; Hb 9:14).
  • Justificação em Cristo Jesus (Rm 4:25-5:1; Gl 2:16-17).
  • O dom do Espírito em Cristo – ungido, selado e dado o penhor do Espírito (Rm 5:5; 2 Co 1:21-22; Ef 1:13).
  • Reconciliação em Cristo Jesus – “aproximados” (Rm 5:10 – ARA; Ef 2:13; Cl 1:21).
  • Santificação em Cristo Jesus (Rm 6:19; 1 Co 1:2).
  • Vida Eterna em Cristo Jesus (Rm 6:23; 2 Tm 1:1).
  • Libertação (salvação) em Cristo Jesus (Rm 8:1-2).
  • Filiação em Cristo Jesus (Rm 8:14-15; Gl 3:26; 4:5-7).
  • Herdeiro da herança em Cristo (Rm 8:17; Ef 1:10-11; Gl 3:29).
  • Membros da nova raça da criação em Cristo Jesus (Rm 8:29; Gl 6:15; 2 Co 5:17).
  • Membros do “um corpo” em Cristo (Rm 12:5; 1 Co 12:12-13). 

A posição do crente sendo “em Cristo” não é considerada até a próxima seção da epístola (cap. 6:11, 8:1), embora seja introduzida aqui no capítulo 3:24.
Paulo acrescenta que essas coisas são dadas ao crente “gratuitamente pela Sua graça” (v. 24). A graça é o favor imerecido de Deus. Portanto, não há nada que o crente tenha de fazer para receber essas bênçãos. Elas são um dom gratuito de Deus e são nossas no momento em que cremos no evangelho e recebemos o Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador.

Quatro Aspectos da Redenção


Quatro Aspectos da Redenção

A Bíblia fala de redenção em relação aos Cristãos em pelo menos quatro maneiras diferentes. Elas são:

  • A redenção de nossas almas. Isso ocorre quando recebemos Cristo como nosso Salvador (Rm 3:24; Ef 1:7; Cl 1:14; Tt 2:13-14; Hb 9:12; 1 Pe 1:18).
  • A redenção do nosso tempo. Isso deve continuar durante toda a nossa vida como uma questão de exercício Cristão (Ef 5:15-16; Cl 4:5).
  • A redenção de nossos corpos. Isso ocorrerá no Arrebatamento quando seremos glorificados (Rm 8:23; Ef 4:30; 1 Co 15:51-57).
  • A redenção da nossa herança. Isto ocorrerá no Aparecimento de Cristo por meio dos Seus juízos derramados sobre a Terra (Ef 1:14).

Redenção


Redenção

Paulo disse que somos justificados “pela redenção que há em Cristo Jesus” (v. 24). Assim, o crente também é redimido. Redenção significa ser “comprado e libertado”. O crente é libertado do pecado, do juízo, do cativeiro de Satanás e do mundo e suas atrações. O propósito da redenção é libertar o crente para que ele possa fazer a vontade de Deus – na adoração e no serviço. Isto é ilustrado nas Escrituras nas palavras do Senhor a Faraó por meio de Moisés: “Deixa ir o Meu povo, para que Me sirva” (Êx 8:1). Como regra geral, a redenção é sempre “de” ou “fora de” alguma coisa adversa que manteve as pessoas em cativeiro, porque a ênfase na redenção está em ser “libertado” (Êx 15:13; Sl 25:22, Sl 49:15, Sl 130:8; Jr 15:21; Mq 4:10; Rm 8:23; Gl 3:13; Tt 2:14). (Na KJV, Apocalipse 5:9 diz: “Nos redimiu para Deus...”, mas redimido não é a palavra certa lá, deve ser traduzido, “Nos compraste para Deus...”).

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Oito Expressões que Denotam os Diferentes Aspectos de Justificação


Oito Expressões que Denotam os Diferentes Aspectos de Justificação

  • 1)   Justificado pela graça – a fonte (Rm 3:24).
  • 2)   Justificado pela – os meios de apropriação (Rm 3:28).
  • 3)   Justificado pelo sangue – o preço (Rm 5:9).
  • 4)   Justificação da vida – uma nova condição (Rm 5:18).
  • 5)   Justificado do pecado – uma exoneração do velho mestre (Rm 6:7).
  • 6)   Justificado por Deus – Aquele que faz o acerto de contas (Rm 8:33).
  • 7)   Justificado em Cristo – a nova posição de aceitação (Gl 2:17).
  • 8)   Justificado pelas obras – a evidência manifestada na vida do crente sendo considerado justo diante de Deus (Tg 2:21, 24).


Duas Partes para Justificação


Duas Partes para Justificação

Existem duas partes para a justificação: um lado negativo e um lado positivo. 
  • O lado negativo tem a ver com ser absolvido “de tudo” – ou seja, das acusações de pecado contra nós (At 13:39).
  • O lado positivo tem a ver com o crente estando em uma posição inteiramente nova diante de Deus em Cristo, onde nenhuma outra acusação pode ser trazida contra ele (Gl 2:17 – “justificados em Cristo”). H. E. Hayhoe observou: “A justificação no Cristianismo sempre leva o crente a uma nova posição diante de Deus. O crente é justificado como sendo ‘em Cristo’ diante de Deus” (Present Truth for Christians, pág. 22). O crente não apenas está em uma nova posição diante de Deus, ele está lá com uma vida inteiramente nova e está em uma condição inteiramente nova que é sem pecado. Isso é chamado de “justificação de vida” (Rm 5:18). 

Justificar os pecadores é algo que somente Deus pode fazer. A Lei pode justificar os justos (1 Rs 8:32), mas desde que não há nenhum justo, a Lei nunca justificou ninguém. Mas o evangelho declara que Deus, em perfeita justiça, pode justificar os ímpios que creem em Jesus (cap. 4:5).
Alguns dirão que justificado significa “como se eu nunca tivesse pecado”. Mas esta definição está longe da verdade da justificação. Colocar os homens em uma posição onde eles nunca pecaram seria colocá-los de volta no terreno da inocência, igual àquela em que Adão estava no Jardim do Éden. Adão caiu naquele terreno, e nós poderíamos também cair, se fôssemos colocados lá! A justificação nos coloca em um lugar muito mais alto do que o da inocência. Por isso estamos em uma nova posição diante de Deus “em Cristo” (Gl 2:17) com uma vida inteiramente nova que é sem pecado, nem pode pecar. Não podemos cair deste lugar!

Justificação


Justificação

“Justificado” significa que o crente foi inocentado de toda acusação de pecado que havia contra ele ao ser levado a uma nova posição diante de Deus, pela qual não é mais visto por Deus como um pecador. É um ato de Deus pelo qual um pecador ímpio é considerado justo na mente de Deus. Assim, a posição legal da pessoa no céu é alterada, e ele é “feito” justo diante de Deus (cap. 5:19).

Justificado e Redimido em Cristo Jesus

Justificado e Redimido em Cristo Jesus

Cap. 3:24 – Visto que o grande desejo de Deus é que os homens sejam salvos do juízo de seus pecados, Paulo continua falando do grande livramento que Deus concede àqueles que creem no Senhor Jesus Cristo. Ele diz: “Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”. Esta declaração envolve a nova posição e condição do crente; somos justificados e redimidos em Cristo Jesus.

Nenhuma diferença


Nenhuma diferença

Paulo acrescenta: “Porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Quando se trata da necessidade universal do homem, “não há diferença” – todos os precisam da justiça. As pessoas se opõem a esta afirmação porque veem uma diferença objetiva entre os homens, no que diz respeito aos erros que cometeram; alguns claramente viveram mais pecaminosamente do que outros. Aqueles que pecaram menos não gostam de ser classificados com aqueles que pecaram mais, porque sentem que são melhores. Eles dirão: “Eu não sou tão ruim quanto aquele assassino, etc.”. No entanto, não é isso o que Paulo está ensinando aqui. Ele admite plenamente que há uma diferença entre os pecadores e estabeleceu esse fato nos capítulos 1:18-3:20. O “não há diferença” de que Paulo está falando neste versículo é em relação aos homens que estão aquém da glória de Deus e dos padrões de santidade de Deus. Sem exceção, todos estão aquém. “Não há diferença”todos estão perdidos e todos estão se dirigindo para a eternidade no inferno, onde pagarão a pena pelos pecados que cometeram – se não aceitarem a Cristo como seu Salvador.
O Sr. Albert Hayhoe costumava ilustrar isso nos pedindo para imaginarmos uma competição de natação ocorrendo no lado oeste da ilha de Vancouver. Do outro lado do Oceano Pacífico estava o objetivo – o Japão. Na beira da água ouvimos homens conversando. Um homem diz: “Eu posso nadar 30 quilômetros!” Outro homem diz: “Eu posso nadar 15 quilômetros!” Um terceiro homem diz: “Eu posso nadar um quilômetro”. Um quarto diz que ele não pode nadar nada. Se todos eles pulassem na água e rumassem ao Japão, “não haveria diferença” entre os competidores, todos fracassariam e ficariam aquém do destino. Da mesma forma, mesmo que alguns homens sejam piores pecadores que outros, não há diferença entre eles, pois todos ficaram aquém da glória de Deus.

Fé em Jesus Cristo


Fé em Jesus Cristo

Cap. 3:22-23 – Paulo passa a falar sobre os meios pelos quais chegamos ao bem o qual a justiça de Deus assegurou. É “pela fé em Jesus Cristo” (Tradução W. Kelly). Simplificando, o que a justiça de Deus assegurou ao homem (isto é, a salvação de nossas almas) é apropriada por uma pessoa que tem fé no Senhor Jesus Cristo. Este é o meio simples pelo qual as pessoas são salvas. Paulo insistia nisso onde quer que fosse pregando o evangelho. Para serem salvos, os homens precisam “da conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:21, 16:31).
O desejo de Deus para todos os homens é que eles se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2:4). Portanto, o que foi assegurado na cruz pela justiça de Deus é “para todos e sobre todos os que creem”. (A maioria das traduções modernas omitem a frase “e sobre todos”, mas o Sr. Kelly explicou detalhadamente que a frase deveria estar no texto, como a KJV e a Tradução J. N. Darby indicam. (Veja Bible Treasure, vol. 6, págs. 376, vol. 13, pág. 350, vol. 16, 277-278, vol. N3, págs. 264-265, vol. N6, pág. 264, Notes on the Epistle to the Romans, pág. 43-44.) Essa boa notícia é “para todos” porque todos os homens precisam da salvação de Deus, mas é apenas “sobre todos” os que creem.

A Justiça de Cristo – Uma Expressão não Bíblica


A Justiça de Cristo – Uma Expressão não Bíblica

“A justiça de Cristo” é outro termo que é frequentemente usado por Cristãos, mas a ideia não é encontrada nas Escrituras. Muitos o usam em referência à perfeita vida de obediência de Cristo, e imaginam que isso foi imputado à conta do crente como justiça. Certamente é verdade que a vida de Cristo na Terra foi perfeita – Ele era santo e justo em todos os Seus pensamentos, palavras e ações – mas Sua vida perfeita não foi vigária (substitutiva). As escrituras não ensinam que os méritos da vida perfeita de Cristo são imputados ao crente como justiça. É o que Cristo realizou em sua morte – não em Sua vida – que tornou possível a Deus salvar as pessoas que creem. É isso que anunciamos no evangelho. Se a vida justa de Cristo pudesse ser imputada ao crente como justiça, e o crente pudesse assim ser salvo e abençoado por Sua vida, por que Deus quereria Cristo passando pela agonia da cruz com todo os sofrimentos dela?

A Justiça de Deus Não é Algo Transmitido, Colocado sobre, Transferido ou Comunicado aos Crentes


A Justiça de Deus Não é Algo Transmitido, Colocado sobre, Transferido ou Comunicado aos Crentes

Algumas traduções modernas afirmam: “a justiça a partir de Deus” (Rm 1:17; 3:21; 3:22; 10:3) e “a justiça que vem de Deus” (Fp 3:9), mas estas são não as melhores traduções. Em primeiro lugar, “uma justiça” induz ao erro. Isso soa como se Deus tivesse muitas diferentes justiças à mão e simplesmente escolheu uma para o crente. Sobre esse erro, J. N. Darby observou: “Uma justiça de Deus, já observei, é como se houvesse várias... agora isso muda todo o sentido da passagem” (Collected Writings, vol. 33, pág. 86). 
Em segundo lugar, traduzir como “a partir de Deus” [ou “que vem de Deus”] transmite o pensamento de que a justiça de Deus é algo que é transmitido ao crente ou colocado sobre ele. Isto, no entanto, não é verdade, porque se Deus deu a Sua justiça para nós, que é o que essa frase sugere, então Ele não a teria mais! Em relação a essa ideia equivocada, W. Scott disse: “Deus não pode conceder aquilo que é essencial para Si mesmo” (Unscriptural Phraseology, pág. 10). Ele também disse: “Não é colocar uma quantidade de justiça em um homem” (Doctrinal Summaries, pág. 15). Sobre isso, J. N. Darby comentou: “Um homem sendo justo é sua posição aos olhos de Deus, não uma quantidade de justiça transferida para ele” (Collected Writings, vol. 23, pág. 254). F. B. Hole disse: “Não devemos ler essas palavras [‘a justiça de Deus’] com uma ideia comercial em nossas mentes, como se elas significassem que nós viemos a Deus trazendo um tanto de fé pela qual recebemos em troca um tanto de justiça, assim como um lojista do outro lado do balcão troca bens por dinheiro” (Outlines of Truth, pág. 5). Deus deu a justiça (Rm 5:17) no sentido de tê-la assegurado para a humanidade em Cristo ressuscitado e glorificado. Assim, Cristo nos foi feito justiça (1 Co 1:30), e Ele é a nossa justiça (2 Co 5.21; compare Jeremias 23:6, 33:16).

A JUSTIÇA DE DEUS Capítulo 3:21-31


A JUSTIÇA DE DEUS
Capítulo 3:21-31

Capítulo 3:21 – Ele diz: “Mas agora se manifestou sem [afora da] a lei a justiça de Deus”. Nesta declaração, Paulo nos leva à cruz de Cristo. A justiça de Deus foi ali “manifestada” em sua perfeição para todos verem. (No grego, esta frase está em um tempo verbal que indica que a manifestação da justiça de Deus é algo que ocorreu e agora permanece como um testamento para todos contemplarem). A manifestação da justiça de Deus não é algo que Ele faz nas pessoas para fazê-las entender e crer no evangelho. (Essa é uma obra diferente de Deus produzida pelo poder vivificador do Espírito, que instrutores bíblicos chamam de “iluminação”.) Em vez disso, a manifestação da justiça de Deus aponta para algo que Deus fez na cruz e o tornou conhecido por meio do evangelho para todos entenderem e crerem. Se as pessoas olhassem para a cruz de Cristo com o entendimento que a fé dá, elas veriam a justiça de Deus manifestada em sua perfeição.
Como mencionado em nossos comentários no capítulo 1:17, “a justiça de Deus” tem a ver com a maneira pela qual Deus é capaz de salvar os pecadores sem comprometer o que Ele é em Si mesmo como um Deus santo e justo. O fato de que Paulo diz que essa justiça é “de Deus” mostra que Deus é a fonte dela. Ele criou o plano de salvação para o homem.
A necessidade da justiça de Deus é grande. O pecado do homem criou um dilema. Sendo que Deus é um Deus de amor, Sua própria natureza pede a bênção do homem, porque Ele ama todos os homens. Mas, sendo um Deus santo, Sua natureza santa justamente exige que o homem seja punido por seus pecados (Sl 89:14; Hb 2:2). Se Deus agisse de acordo com o Seu coração de amor e trouxesse homens para a bênção sem julgar seus pecados, seria à custa de Sua santidade, e assim Ele deixaria de ser justo. Ele não pode fazer isso e ainda ser justo. Por outro lado, se Deus agisse apenas de acordo com Sua natureza santa e julgasse homens de acordo com as reivindicações da justiça divina, todos os homens seriam com justiça enviados para o inferno – mas o amor de Deus nunca seria conhecido. Como então Deus pode salvar os homens e ao mesmo tempo permanecer justo? É aqui que o evangelho surge tão ternamente. Declara a justiça de Deus e anuncia as boas-novas de que Ele encontrou uma maneira de satisfazer Suas santas reivindicações contra o pecado e, ao mesmo tempo, alcançar em amor para salvar os pecadores que creem.
Tudo isso é por causa do que Ele fez na cruz de Cristo; foi lá que Deus assumiu toda a questão do pecado e a resolveu para a Sua própria glória e para a bênção do homem. Ele enviou Seu Filho para ser o Emissário do pecado, e em Sua morte sacrificial, Deus julgou o pecado de acordo com as exigências de Sua santidade. Na cruz, o Senhor Jesus tomou o lugar do crente diante de Deus e carregou o juízo dos pecados em Seu “corpo sobre o madeiro” (1 Pe 2:24). Sua obra “consumada” na cruz (Jo 19:30) rendeu uma satisfação completa às reivindicações da justiça divina e pagou o preço pelos pecados do crente, e também por toda a contaminação do pecado na criação (Hb 2:9 – “para que provasse a morte por todas as coisas” – JND). Mais do que isso, na cruz, o amor de Deus foi exibido da melhor forma, pois Ele deu Seu Filho unigênito como Emissário do pecado. Com a questão do pecado totalmente resolvida, Deus veio aos homens com as boas novas de que Ele pode – em uma base justa – redimir, perdoar, justificar e reconciliar o pecador que crê. Assim, o evangelho apresenta Deus como sendo “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (cap. 3:26). Nada funcionará melhor para a paz do crente do que aprender que Deus o salvou e que Ele fez isso com justiça.
É interessante notar que, ao apresentar o evangelho nesta passagem em Romanos, Paulo não começa com o amor de Deus, mas sim com a justiça de Deus. Isto é porque as reivindicações de Deus contra o pecado devem ser satisfeitas primeiro, antes que o amor de Deus possa ser proclamado ao homem.
A perfeita justiça de Deus
É testemunhada no sangue do Salvador;
É na cruz de Cristo que vemos
Sua justiça, também maravilhosa graça.

Deus não poderia deixar passar o pecador,
Seu pecado exige que morra;
Mas na cruz de Cristo vemos
Como Deus pode salvar, ainda que seja justo.

O pecado pousa na cabeça de Jesus
É no Seu sangue que a dívida do pecado é paga;
Justiça severa não pode exigir mais,
E a misericórdia pode entregar sua provisão.
L. F. # 67 App.

Paulo também diz que a justiça de Deus é “sem lei”. A Lei mosaica, como sabemos, é um sistema baseado em obras que recompensa o homem por fazer o que é certo (Lc 10:28) e condena o homem por fazer o que é errado (Tg 2:10). Ao declarar que a justiça de Deus é “sem” Lei, Paulo estava indicando que essa bênção que Deus tem para o homem lhe é assegurada em um princípio completamente diferente daquele que dependida do seu comportamento. A justiça de Deus, portanto, não é sobre as obras do homem; é sobre a obra de Deus. Assim, a justiça de Deus não é Deus exigindo algo do homem (como a Lei faz), nem é o homem agindo por Deus (como as religiões feitas pelo homem tentam fazer), mas sim, é Deus agindo para o homem em amor e graça para salvar os pecadores, mas, ao mesmo tempo, não comprometendo o que Ele é como um Deus santo e justo.
Paulo também acrescenta: “tendo o testemunho da lei e dos profetas”. Isso significa que a justiça de Deus em prover salvação para os homens foi predita em tipos e sombras da Lei, e também foi anunciada pelos profetas de Israel (ver capítulo 1:2). Existem várias referências a essas coisas no Velho Testamento. Por exemplo, no Dia da Expiação (Levítico 16), o sumo sacerdote colocava sangue de uma vítima “sobre o propiciatório”, apontando em tipo para a obra de Cristo satisfazendo as reivindicações de Deus contra o pecado. Ele também colocava um pouco do mesmo sangue no chão “diante do propiciatório”, apontando também em tipo para a obra de Cristo assegurando a base da redenção na qual o crente repousa. Outro exemplo é encontrado no Salmo 85:10. Ele diz: “A misericórdia e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram”. Esta é uma referência à obra consumada de Cristo, atendendo às santas reivindicações de Deus contra o pecado e abrindo caminho para que Deus alcance em amor aos pecadores.

LIVRAMENTO DA PENA DE PECADOS Capítulos 3:21-5:11


LIVRAMENTO DA PENA DE PECADOS
Capítulos 3:21-5:11

Paulo começa esta subdivisão da epístola com: “Mas agora...”.  Esta é uma expressão fundamental que indica que ele está agora se voltando para algo em contraste com o que vinha discutindo. Ele vinha nos dando as más notícias sobre a raça humana; agora ele vai apresentar as boas notícias que Deus tem para o homem caído. Portanto, a revelação das bênçãos do evangelho começa aqui no capítulo 3:21. Deste versículo até o capítulo 5:11, Paulo explica como Deus em justiça pode salvar os pecadores que creem em Seu Filho, por meio de Sua obra de justificação e reconciliação.

Justificação, Livramento e Redenção


Justificação, Livramento e Redenção

Há duas coisas que o Cristão precisa para ter paz duradoura e estabilidade espiritual – justificação e livramento. Uma tem a ver com ser considerado justo diante de Deus, e o outro tem a ver com ser feito justo diante dos homens na prática. Há uma terceira coisa de que precisamos que nos preparará para habitarmos com Deus acima no céu como seres glorificados – a redenção de nossos corpos (cap. 8:11, 23). Por isso, precisamos: 
  • JUSTIFICAÇÃO pelo que fizemos. Ela é efetuada pela aplicação do sangue de Cristo por fé, e é revelada nos capítulos 3:21-5:11.
  • LIVRAMENTO do que somos. Ela é efetuada pela identificação com a morte de Cristo pela fé e é revelada nos capítulos 5:12-8:17.
  • REDENÇÃO da corrupção física em nossos corpos, para que possamos viver em nosso destino final no céu. Ela será efetuada na vinda de Cristo (o Arrebatamento), e é revelada no capítulo 8:18-30.


quinta-feira, 27 de setembro de 2018

A Necessidade Universal do Homem Satisfeita pela Graça de Deus de Três Maneiras


A Necessidade Universal do Homem Satisfeita pela Graça de Deus de Três Maneiras

Antes de prosseguirmos com o remédio de Deus para a condição pecaminosa do homem, permita-nos resumir a grande necessidade do homem de três maneiras, pois é uma transição (ponte) natural para a próxima seção da epístola. 
  • Em primeiro lugar, o homem está arruinado externamente. O pecado rompeu as relações felizes que uma vez existiram entre Deus e o homem, e há agora um afastamento da parte do homem em relação a Deus.
  • Em segundo lugar, o homem está arruinado internamente. O pecado causou estragos no coração e na vontade do homem. Em vez de ser o dono de si mesmo, ele se tornou escravo de sua natureza pecaminosa caída. É cativo de seus hábitos e pecados que o controlam e isso é evidente em sua vida.
  • Em terceiro lugar, o homem é arruinado fisicamente. O pecado também produziu a ruína de toda a criação inferior. Como resultado, os corpos dos homens (e todos os seres vivos) ficaram sujeitos a doenças e morte. Assim, a morte foi inscrita sobre toda a criação. 

Nesta próxima série de capítulos, Paulo traz as boas novas do evangelho e explica que Deus tem um triplo remédio para a tríplice condição do homem. Isso é desenvolvido em três subdivisões nesta seção da epístola.
Nos capítulos 3:21-5:11, Paulo explica que a justiça de Deus satisfez a necessidade do homem quanto à sua alienação de Deus, assegurando redenção, perdão, justificação e reconciliação para aqueles que creem. Nesta seção da epístola, Paulo trata com a questão dos pecados do homem (as más ações que fizemos). Ele mostra como Deus pode justamente colocar de lado os pecados do crente e livrá-lo do justo castigo, por meio da fé no sangue de Cristo.
Nos capítulos 5:12-8:17, Paulo explica que Deus também atendeu às necessidade internas do homem, proporcionando um meio de livramento da obra interior de sua natureza pecaminosa caída. Nessa seção da epístola, Paulo trata com a questão do pecado (a natureza caída em nós, chamada “a carne”) e mostra como Deus pode libertar o crente de seu poder por meio da nossa identificação com a morte de Cristo.
No capítulo 8:18-30, Paulo explica ainda que Deus tem livramento para o homem da condição arruinada de seu corpo quando da vinda de Cristo – o Arrebatamento. Naquele momento, os corpos dos crentes serão transformados e glorificados e feitos como o corpo físico de glória de Cristo (1 Co 15:51-56; Fp 3:21). Animais e vegetação na criação inferior serão libertos cerca de sete anos depois, na Aparição de Cristo, quando os filhos de Deus (Cristãos) serão manifestados como tais perante o mundo (Rm 8:19-22).
Assim, os principais temas dessas três subdivisões são:
  • Livramento do PENA dos pecados – por meio da justificação e reconciliação (cap. 3:21-5:11).
  • Livramento do PODER do pecado – que resulta em santificação prática (cap. 5:12-8:17).
  • Livramento da PRESENÇA do pecado na vinda do Senhor, efetuando a glorificação (cap. 8:18-30). 
Vendo essas três coisas juntas, vemos que o evangelho apresenta uma salvação completa para o pecador que crê.
O capítulo 8:31-39 fecha esta seção da epístola com uma tese sobre a segurança do crente em Cristo.

A JUSTIÇA DE DEUS DECLARADA NO EVANGELHO Capítulos 3:21-8:39


A JUSTIÇA DE DEUS DECLARADA NO EVANGELHO
Capítulos 3:21-8:39

Nos capítulos 1:18-3:20, Paulo mostrou conclusivamente que todos os homens são pecadores e, como consequência, estão justamente sob a sentença do juízo divino. Ele também deixou abundantemente claro que os homens não podem salvar-se do julgamento de seus pecados. Assim, se alguém vai ser salvo, isso deve vir de alguma outra fonte e por outros meios que não os do homem. A boa notícia é que Deus ama todos os homens e está grandemente interessado em sua bênção (Jo 3:16-17), e Ele assegurou um meio de salvar os homens sem comprometer Sua santidade. É, portanto, com uma sensação de alívio que nos voltamos da triste história do pecado do homem para encontrar nos capítulos 3:21-8:39 que Deus tem um caminho por meio da graça para salvar e abençoar os homens. Nos próximos capítulos, Paulo responde à pergunta feita no livro de Jó: “como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2; 25:4)

O Veredito


O Veredito

Assim, seguindo as imagens do tribunal que Paulo tem usado, a oportunidade – por assim dizer – é dada para aqueles sob acusação, fazerem sua defesa. No entanto, a evidência é tão esmagadora contra toda a humanidade que “toda a boca” é “fechada” e todo o mundo permanece “condenável diante de Deus”.
Cap. 3:20 – Tendo sido provado como culpado, o acusado pode pensar que pode apelar da sentença com base em suas (supostas) boas obras por guardar a lei. Mas Paulo contrapõe isso mostrando que não há chance de se apelar com base nisso, porque “nenhuma carne será justificada diante d’Ele pelas obras da lei”. Jó também condena qualquer tentativa de justificação própria diante de Deus. Ele diz: “Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se reto me disser, então me declarará perverso” (Jó 9:20).
        Isso leva Paulo a fazer uma última observação sobre o propósito da lei. Ele diz: “porque pela lei vem o conhecimento do pecado”. Para esclarecer qualquer mal-entendido, ele afirma que a Lei não foi dada aos homens para que pudessem se justificar, mas para que tivessem “o conhecimento do pecado”. Quando a lei é aplicada aos homens como o padrão santo de Deus, ela testemunha o fato de que todos os homens são pecadores totalmente arruinados. Da mesma forma, um carpinteiro usará um nível para estabelecer uma linha reta, a partir da qual irá construir um projeto. Ao estabelecer um plano nivelado, poderá determinar se os outros componentes com os quais está trabalhando são adequados, comparando-os com a linha reta. Novamente, um espelho é útil para ver se nossos rostos estão sujos, mas não pode lavar nossos rostos sujos; não foi feito para esse propósito. Logo, a Lei foi dada para convencer os homens de seus pecados e ajudá-los a ver sua pecaminosidade mais claramente (cap. 5:20). Ela não pode e nunca pretendeu salvar homens do julgamento de seus pecados.

Resumo Tríplice do Indiciamento


Resumo Tríplice do Indiciamento 
  • Vs. 10-12 O que o homem é – depravado em caráter (seu caminho).
  • Vs. 13-14 O que o homem diz – depravado na conversação (suas palavras).
  • Vs. 15-18 O que o homem faz – depravado na conduta (suas obras). 

Assim, Paulo não apenas colocou acusações diante de Deus contra toda a raça humana em relação à sua culpa, mas também provou – com 14 denúncias – que as acusações são verdadeiras! (Esses pontos sobre a depravação do homem são citações de sete escrituras do Velho Testamento – Sl 14:1-3, 5:9, 140:3, 50:19, 10:7; Is 59:7-8; Sl 36:1).
Cap. 3:19 – Paulo conclui dizendo: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz,  para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”. Seu ponto aqui é que quando Deus deu a Lei a Israel, estava usando Israel como uma amostra de toda a raça humana. Quando a Lei provou que Israel estava em completo fracasso, Deus corretamente concluiu que todos (judeus e gentios) ficaram aquém de Seus santos padrões. Isso se baseia no uso de Paulo da expressão “para que”. As coisas que a Lei disse a Israel sobre o fracasso deles, implicaram o mundo inteiro como culpado. W. Macdonald ilustrou este ponto dizendo: “É o mesmo quando um inspetor de saúde pega um tubo de ensaio de água de um poço e testa a água e a encontra poluída; ele então declara o poço todo poluído”. Se a lei provou que Israel ficou aquém, provou que toda a raça humana ficou aquém.

O indiciamento


O indiciamento

Nos versículos 10-18, vemos o homem pecador no banco do Tribunal de Justiça divina sendo acusado por 14 denúncias. 
  • “Não há um justo, nem um sequer” (v. 10). Isso mostra que o homem em seu estado natural não tem justiça própria.
  • “Não há ninguém que entenda” (v. 11a). Isso mostra que a mente do homem está danificada pelo pecado e agora é incapaz de compreender os assuntos divinos (1 Co 2:14).
  • “Não há ninguém que busque a Deus” (v. 11b). Isso mostra que a vontade do homem é má; ele não quer ter comunhão com Deus.
  • “Todos se extraviaram” (v. 12a). Isso mostra que o homem transgrediu do caminho de Deus e está longe d’Ele.
  • “E juntamente se fizeram inúteis” (v. 12b). Isso mostra que os homens em seu estado decaído não podem ser usados ​​para o propósito para o qual foram criados.
  • “Não há quem faça o bem, não há nem um só” (v. 12c). Isso está falando do curso geral da vida humana; não está falando de atos isolados de bondade que os homens possam fazer ocasionalmente.
  • “A sua garganta é um sepulcro aberto” (v. 13a). Esta declaração tem a ver com a má linguagem do homem; a corrupção e a contaminação saem da sua boca como o fedor que sai de uma sepultura aberta (sepulcro).
  • “Com as suas línguas tratam enganosamente” (v. 13b). Os motivos por trás de muito do que dizem os homens são corruptos.
  • “Peçonha de áspides está debaixo de seus lábios” (v. 13c). As palavras do homem também podem ser vingativas.
  • “Cuja boca está cheia de maldição e amargura” (v. 14). As palavras do homem podem estar cheias de ódio.
  • “Os seus pés são ligeiros para derramar sangue” (v. 15). A tendência da vida humana tem sido em direção à violência – guerras e conflitos civis abundaram ao longo da história.
  • “Em seus caminhos há destruição e miséria” (v. 16). Muitos dos problemas e tristezas deste mundo vieram sobre os homens por causa de seus próprios maus caminhos.
  • “E não conheceram o caminho da paz” (v. 17). Como resultado do pecado do homem, o mundo nunca conheceu a paz real.
  • “Não há temor [respeito] de Deus diante de seus olhos” (v. 18). A raça humana como um todo vive sem referência a Deus e sem temor reverente a Ele.


A Acusação


A Acusação

V. 9b – Paulo continua a usar as imagens de uma cena de tribunal e apresenta uma acusação formal contra toda a raça humana – “Todos estão debaixo do pecado”. Ele diz: “Nós antes já provamos...”, mas a palavra “provamos” (KJV) não é exatamente a tradução correta aqui. A palavra no grego significa “lançar acusação contra”, e deveria ser traduzida, “já temos antes acusado...”.  “Antes” está se referindo à soma do que declarou nos primeiros dois capítulos da epístola. “Debaixo do pecado” não se refere apenas a estar sob a culpa do pecado, mas também sob o domínio do pecado e o juízo do pecado.

A CONCLUSÃO: Todo o Mundo é Culpado Diante de Deus


A CONCLUSÃO:

Todo o Mundo é Culpado Diante de Deus

Cap. 3:9-20 – Paulo agora tira uma conclusão do acima exposto. Ele pergunta: “Pois quê? Somos nós (judeus) mais excelentes (que os gentios)?” Ele responde sua própria pergunta: “De maneira nenhuma” (v. 9a). Nesta declaração, ele reduz as três esferas da raça humana a um denominador comum – todos são pecadores. Deste ponto em diante em sua acusação, ele não vê mais a raça em três partes, mas a raça como um todo, e como tal a ela se dirige nos versículos 9-20.

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