O
Evangelho Não Foi Crido Por Todos
Cap.10:16-21 – É triste dizer que,
exceto um remanescente, os judeus falharam em sua responsabilidade de crer no
evangelho. Não só se recusaram a recebê-lo, mas também resistiram às boas novas
disseminadas aos gentios. Paulo relatou aos tessalonicenses: “Os quais [os judeus] também mataram o Senhor Jesus e os Seus próprios
profetas, e nos têm perseguido, e não agradam a Deus, e são contrários a todos
os homens. E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim
de encherem sempre a medida de
seus pecados” (1 Ts 2:14-16). O livro de Atos também atesta esse fato.
Paulo cita Isaías novamente para mostrar
que as Escrituras proféticas do Velho Testamento predisseram que a nação
rejeitaria seu Messias. Ele diz: “Mas
nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa
pregação?” Ao dizer “nossa pregação”,
Isaías estava falando em nome de seus colegas profetas, os outros profetas do
Velho Testamento que haviam profetizado sobre o Messias. Ele lamentou que a
pregação sobre o Messias não tivesse sido crida pela nação de Israel, apesar
dela conter tudo o que eles precisavam saber sobre Ele. A pregação anunciou:
- O tempo da Sua vinda (Dn 9:26 com Sl 102:24).
- O local Seu de nascimento (Mq 5:2).
- Seu nascimento de uma virgem (Is 7:14).
- Sua Filiação (Sl 2:6-7).
- Sua Realeza como descendente direto de Davi (2 Sm 7:12-16; Jr 23:5).
- Sua anunciação por um precursor (Is 40:3; Ml 3:1).
- A maneira de Sua vida (Is 42:1-3).
- Seu poder para trazer as bênçãos do reino (Is 33:24, 35:5-6, 61:1-3; Sl 65:6-7, 89:9, 132:15, 89:9, 132:15, 89, 146:7-8, etc.).
- Sua apresentação à nação de Israel (Zc 9:9).
- Sua traição (Sl 35:8, 14, 41:9, 55:12-14, 69:25, 109:6-8).
- A rejeição d’Ele pelos judeus (Sl 35:11, 69:4, 109:4-5; Is 49:4, 50:5-6, 53:2-4; Dn 9:26; Mq 5:1-2).
- Sua morte (Sl 16:10, 22:1-21a, 31:1-5a, 102:24; Dn 9:26a).
- Sua ressurreição (Sl 16:11, 22:21b, 102:24b-28).
- Seu lugar atual à destra de Deus (Sl 110:1).
- A esperança de Israel de que Deus O enviaria para libertação deles (Sl 80:17).
- Sua vinda novamente – a Aparição (Sl 72:6, 96:13, 98:9; Is 30:27-33; Ml 3:1, 4:2-3).
- Seu reinado público em justiça como Rei sobre toda a Terra (Is 32:1, 61:11; Sl 47:7; Zc 14:9).
- Ele ser buscado e adorado pelos gentios (Sl 47:9, 72:11, 86:9; Is 11:10; Zc 2:11).
Assim, a “pregação” dos profetas sobre a vida e os tempos do Messias haviam
sido preditos nas Sagradas Escrituras. Os judeus se orgulhavam de conhecer as
Escrituras, mas eram “tardos de coração”
para realmente “crer” naquelas
coisas (Lc 24:25-26). Os profetas do Velho Testamento falavam do Messias –
primeiro sofrendo e depois entrando na glória do Seu reino (1 Pe 1:11). Esse
testemunho não foi dado apenas aos judeus, mas os gentios também o ouviam, pois
o evangelho foi pregado a ambos, judeu e gentio (cap. 1:16).
V. 17 – Paulo fala então de como a bênção do evangelho ocorre nas
almas. Ele diz: “De sorte que a fé é pelo ouvir [uma pregação], e o ouvir [a pregação] pela palavra de Deus” (JND). Assim, “fé” em uma pessoa é um resultado de
serem abertas suas faculdades espirituais de ouvir, e isso ocorre pelo poder da
“Palavra de Deus” trabalhando em sua
alma. O Espírito de Deus toma a Palavra de Deus e a aplica à alma, e assim
comunica a vida espiritual à pessoa. Essa ação é chamada de novo nascimento ou
vivificação (Jo 3:3-5; Ef 2:1, 5). Ao receber a vida divina, as faculdades
espirituais da pessoa começam a operar, e ela é capaz de ouvir e receber
comunicações divinas – isto é, a verdade do evangelho. É por isso que
precisamos “pregar a Palavra” aos
perdidos (2 Tm 4:2). “Porque a palavra
de Deus é viva e eficaz”, e
dirigida pelo Espírito de Deus quando a pregamos, ela comunica a vida divina
aos homens (Hb 4:12).
V. 18 – Paulo então cita o Salmo 19, que
tem a ver com o testemunho da criação, para mostrar que Deus pretende que um
testemunho alcance “toda a Terra”.
Isto, com certeza, incluiria gentios, pois eles estão por toda a Terra. O
testemunho da criação não anuncia o Evangelho da Graça de Deus. Paulo não o
cita por essa razão, mas para mostrar que Deus quer que todos os homens recebam um testemunho de Si mesmo. Isto, então,
alicerça o esforço para anunciar as boas novas nas regiões d’além.
Vs. 19-21 – Paulo diz: “Israel não o soube?” Como eles não
sabiam que Deus desejava que a bênção fosse oferecida aos gentios, quando suas
próprias Escrituras deram testemunho desse fato? Ele cita o que Moisés escreveu
em Deuteronômio 32:21 para provar isso: “Eu
os meterei em ciúmes com aqueles que
não são povo, com gente
insensata vos provocarei à ira” (v. 19). A implicação aqui é que Deus
envergonharia Israel porque tardavam em crer – ao Sua bênção ir para os
gentios. Paulo acrescenta outra declaração de Isaías 65:1 para este fim: “Fui buscado dos que não perguntavam por Mim; fui achado daqueles que Me não
buscavam” (v. 20; Rm 3:11). Mas, relativamente a Israel, Isaías 65:2 disse:
“Estendi as Minhas mãos todo o dia a um
povo rebelde” (v. 21). Assim, a partir de suas próprias Escrituras, Paulo
mostra que haveria essa admirável inversão da bênção. Quando Israel rejeitasse
a bênção, por não receber seu Messias, Deus enviaria a bênção aos gentios! O
Senhor também ensinou isso em muitas de Suas parábolas (Mt 21:42-44, 22:8-10;
Lc 13:28-30, 14:16-24). O resultado foi que muitos gentios entraram na bênção
pela fé em Cristo, e Israel (com exceção de um remanescente) a perdeu!
Assim, Paulo mostrou neste capítulo que
há uma responsabilidade moral da parte do homem em crer no testemunho de Deus
do evangelho. Deus fez ampla provisão para que Israel cresse, mas o princípio
se aplica a toda à humanidade. E se Israel como nação foi posta de lado, não é
por culpa de Deus; é claramente pela própria culpa deles. Eles não apenas
quebraram a Lei, mas também rejeitaram o Messias e o evangelho da graça de
Deus.
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No decorrer deste décimo capítulo, Paulo
mencionou três razões principais
pelas quais os judeus perderam a bênção de Deus:
- Zelo pela religião nacional (v. 2).
- Ignorância da justiça de Deus (v. 3).
- Incredulidade obstinada (v. 16).
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