O Ser
um Descendente de Abraão Não Protegerá um Judeu do Julgamento
Cap. 2:28-29 – Paulo se volta para
a terceira circunstância na qual os judeus confiavam falsamente – que eram
descendentes de Abraão. Para levar o nome de “judeu” significa que a pessoa é um dos descendentes de Abraão, e
todo descendente de Abraão estava por nascimento, exteriormente, em um
relacionamento de aliança com Deus (Gn 17:7). Se tivessem fé ou não, não mudava
esse fato.
Nestes dois últimos versículos do
capítulo 2, Paulo mostra que ter as mesmas linhagens de sangue de Abraão não
protegerá um judeu de julgamento. Crer que uma pessoa está isenta do castigo de
seus pecados porque ela é da semente de Abraão é, na verdade, uma falsa noção.
Há abundante testemunho da falsidade disso nas Escrituras. Em Mateus 3:7-9,
João Batista disse: “E não presumais, de
vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo
destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”. Os judeus estavam
confiando em sua relação externa com Abraão para sua segurança e bênção; eles
claramente pensaram que isso era o suficiente. No entanto, João usou a palavra “filhos” para distinguir aqueles
descendentes de Abraão que realmente tinham fé, indicando que nem todos os seus
descendentes eram filhos de Abraão. Seu argumento é que Deus faria com que
Abraão tivesse filhos – alguns homens e mulheres de nação que cresse – embora
muitos judeus daquela geração talvez não estivessem entre os contados.
O próprio Senhor ensinou a mesma
coisa em João 8:37-39. Ele disse: “Bem
sei que sois descendência [semente]
de Abraão; contudo, procurais matar-Me,
porque a Minha palavra não entra em vós. Eu
falo do que vi junto de Meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de
vosso pai. Responderam, e disseram-Lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes:
Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão”. Aqui, o
Senhor faz distinção entre “a semente de
Abraão” e “os filhos de Abraão”.
Sua “semente” eram seus descendentes
naturais, e seus “filhos” eram seus
descendentes espirituais, que não apenas têm seu sangue, mas também sua fé.
Paulo também ensina isso mais tarde
nesta mesma epístola. Ele disse: “Porque
nem todos os que são de Israel
são israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos” (cap.
9:7-8).
Assim, ser um
descendente natural de Abraão não significa que uma pessoa fosse
automaticamente um filho espiritual de Abraão. Um verdadeiro judeu deve ser um,
tanto “interiormente” como “exteriormente”. Esse algo interior seria uma obra
de fé “do coração”. De fato, Paulo
mostra que o que é interior é
infinitamente maior em importância do que o exterior,
quando se trata dessas coisas vitais que têm a ver com o destino eterno de uma
pessoa. Todas as vantagens dadas ao judeu não o protegerão do julgamento –
esses privilégios só o tornam mais responsável. A séria conclusão de toda essa
acusação contra a raça humana é que os judeus são, na verdade, os mais culpados
dessas três classes de homens que Paulo examinou
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