sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A JUSTIÇA DE DEUS Capítulo 3:21-31


A JUSTIÇA DE DEUS
Capítulo 3:21-31

Capítulo 3:21 – Ele diz: “Mas agora se manifestou sem [afora da] a lei a justiça de Deus”. Nesta declaração, Paulo nos leva à cruz de Cristo. A justiça de Deus foi ali “manifestada” em sua perfeição para todos verem. (No grego, esta frase está em um tempo verbal que indica que a manifestação da justiça de Deus é algo que ocorreu e agora permanece como um testamento para todos contemplarem). A manifestação da justiça de Deus não é algo que Ele faz nas pessoas para fazê-las entender e crer no evangelho. (Essa é uma obra diferente de Deus produzida pelo poder vivificador do Espírito, que instrutores bíblicos chamam de “iluminação”.) Em vez disso, a manifestação da justiça de Deus aponta para algo que Deus fez na cruz e o tornou conhecido por meio do evangelho para todos entenderem e crerem. Se as pessoas olhassem para a cruz de Cristo com o entendimento que a fé dá, elas veriam a justiça de Deus manifestada em sua perfeição.
Como mencionado em nossos comentários no capítulo 1:17, “a justiça de Deus” tem a ver com a maneira pela qual Deus é capaz de salvar os pecadores sem comprometer o que Ele é em Si mesmo como um Deus santo e justo. O fato de que Paulo diz que essa justiça é “de Deus” mostra que Deus é a fonte dela. Ele criou o plano de salvação para o homem.
A necessidade da justiça de Deus é grande. O pecado do homem criou um dilema. Sendo que Deus é um Deus de amor, Sua própria natureza pede a bênção do homem, porque Ele ama todos os homens. Mas, sendo um Deus santo, Sua natureza santa justamente exige que o homem seja punido por seus pecados (Sl 89:14; Hb 2:2). Se Deus agisse de acordo com o Seu coração de amor e trouxesse homens para a bênção sem julgar seus pecados, seria à custa de Sua santidade, e assim Ele deixaria de ser justo. Ele não pode fazer isso e ainda ser justo. Por outro lado, se Deus agisse apenas de acordo com Sua natureza santa e julgasse homens de acordo com as reivindicações da justiça divina, todos os homens seriam com justiça enviados para o inferno – mas o amor de Deus nunca seria conhecido. Como então Deus pode salvar os homens e ao mesmo tempo permanecer justo? É aqui que o evangelho surge tão ternamente. Declara a justiça de Deus e anuncia as boas-novas de que Ele encontrou uma maneira de satisfazer Suas santas reivindicações contra o pecado e, ao mesmo tempo, alcançar em amor para salvar os pecadores que creem.
Tudo isso é por causa do que Ele fez na cruz de Cristo; foi lá que Deus assumiu toda a questão do pecado e a resolveu para a Sua própria glória e para a bênção do homem. Ele enviou Seu Filho para ser o Emissário do pecado, e em Sua morte sacrificial, Deus julgou o pecado de acordo com as exigências de Sua santidade. Na cruz, o Senhor Jesus tomou o lugar do crente diante de Deus e carregou o juízo dos pecados em Seu “corpo sobre o madeiro” (1 Pe 2:24). Sua obra “consumada” na cruz (Jo 19:30) rendeu uma satisfação completa às reivindicações da justiça divina e pagou o preço pelos pecados do crente, e também por toda a contaminação do pecado na criação (Hb 2:9 – “para que provasse a morte por todas as coisas” – JND). Mais do que isso, na cruz, o amor de Deus foi exibido da melhor forma, pois Ele deu Seu Filho unigênito como Emissário do pecado. Com a questão do pecado totalmente resolvida, Deus veio aos homens com as boas novas de que Ele pode – em uma base justa – redimir, perdoar, justificar e reconciliar o pecador que crê. Assim, o evangelho apresenta Deus como sendo “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (cap. 3:26). Nada funcionará melhor para a paz do crente do que aprender que Deus o salvou e que Ele fez isso com justiça.
É interessante notar que, ao apresentar o evangelho nesta passagem em Romanos, Paulo não começa com o amor de Deus, mas sim com a justiça de Deus. Isto é porque as reivindicações de Deus contra o pecado devem ser satisfeitas primeiro, antes que o amor de Deus possa ser proclamado ao homem.
A perfeita justiça de Deus
É testemunhada no sangue do Salvador;
É na cruz de Cristo que vemos
Sua justiça, também maravilhosa graça.

Deus não poderia deixar passar o pecador,
Seu pecado exige que morra;
Mas na cruz de Cristo vemos
Como Deus pode salvar, ainda que seja justo.

O pecado pousa na cabeça de Jesus
É no Seu sangue que a dívida do pecado é paga;
Justiça severa não pode exigir mais,
E a misericórdia pode entregar sua provisão.
L. F. # 67 App.

Paulo também diz que a justiça de Deus é “sem lei”. A Lei mosaica, como sabemos, é um sistema baseado em obras que recompensa o homem por fazer o que é certo (Lc 10:28) e condena o homem por fazer o que é errado (Tg 2:10). Ao declarar que a justiça de Deus é “sem” Lei, Paulo estava indicando que essa bênção que Deus tem para o homem lhe é assegurada em um princípio completamente diferente daquele que dependida do seu comportamento. A justiça de Deus, portanto, não é sobre as obras do homem; é sobre a obra de Deus. Assim, a justiça de Deus não é Deus exigindo algo do homem (como a Lei faz), nem é o homem agindo por Deus (como as religiões feitas pelo homem tentam fazer), mas sim, é Deus agindo para o homem em amor e graça para salvar os pecadores, mas, ao mesmo tempo, não comprometendo o que Ele é como um Deus santo e justo.
Paulo também acrescenta: “tendo o testemunho da lei e dos profetas”. Isso significa que a justiça de Deus em prover salvação para os homens foi predita em tipos e sombras da Lei, e também foi anunciada pelos profetas de Israel (ver capítulo 1:2). Existem várias referências a essas coisas no Velho Testamento. Por exemplo, no Dia da Expiação (Levítico 16), o sumo sacerdote colocava sangue de uma vítima “sobre o propiciatório”, apontando em tipo para a obra de Cristo satisfazendo as reivindicações de Deus contra o pecado. Ele também colocava um pouco do mesmo sangue no chão “diante do propiciatório”, apontando também em tipo para a obra de Cristo assegurando a base da redenção na qual o crente repousa. Outro exemplo é encontrado no Salmo 85:10. Ele diz: “A misericórdia e a verdade se encontraram: a justiça e a paz se beijaram”. Esta é uma referência à obra consumada de Cristo, atendendo às santas reivindicações de Deus contra o pecado e abrindo caminho para que Deus alcance em amor aos pecadores.

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