sábado, 15 de setembro de 2018

Comunicações Pessoais


Comunicações Pessoais


Cap. 1:8-15 – Tendo se apresentado formalmente, Paulo agora deixa clara sua razão para escrever. Ele também faz conhecidos seus desejos pessoais aos crentes Romanos. Paulo busca ganhar sua confiança sendo o mais transparente possível com eles – até mesmo ao ponto de invocar a Deus como uma “testemunha” de sua genuinidade – manifestando assim seu sincero cuidado pelo seu bem-estar espiritual. Seu desejo era que vissem que ele não tinha em seu coração nada além que bem estar deles.
Paulo agradeceu a Deus pela verdade da fé deles que se espalhou por toda a comunidade Cristã em “todo o mundo”. Essa é uma expressão que se refere ao Império Romano; não é o globo inteiro (Lc 2:1). Ele também orou intensamente pelos santos em Roma e pediu que Deus lhe permitisse ir até eles. Ele tinha duas razões principais para isso: 
  • Para comunicar “algum dom espiritual” a fim de que fossem firmados (vs. 10-11 – ATB).
  • Para que tanto ele quanto eles tivessem “mútuo conforto” (JND) na senda Cristã por meio da comunhão (vs. 12-13).

Em primeiro lugar, o desejo de Paulo de comunicar algum “dom espiritual” aos Cristãos romanos não era o que vemos nas atividades atuais do movimento pentecostal/carismático. (Este grupo Cristão promete uma “segunda bênção” para os Cristãos algum tempo depois de terem sido salvos, na qual professam ter o dom de línguas, cura, etc.) Paulo estava falando de um dom espiritual no sentido de dar alguma verdade espiritual aos santos em Roma. Como ele não havia estado em Roma, era provável que eles fossem deficientes em seu entendimento em relação a algumas coisas que ensinava, e ele simplesmente desejava preencher aquelas coisas que lhes faltavam no entendimento (compare 1 Tessalonicenses 3:10). A intenção de Paulo em dar-lhes um dom espiritual era que eles fossem “firmados” na fé Cristã. Isso prova que o dom ao qual ele estava se referindo não era um dom milagroso de sinais, porque esses não edificam (estabelecem) o entendimento da verdade em alguém.
Nem a referência de Paulo a uma “jornada próspera” (v. 10 – KJV) significa que esperava ganhar dinheiro nessa viagem; ele simplesmente desejava que Deus o prosperasse assim teria condições financeiras para ir. (Veja a nota de rodapé da Tradução de J. N. Darby)[1]. Como se viu, a oração de Paulo foi respondida de uma maneira completamente diferente da qual havia orado; o último capítulo do livro dos Atos registra que ele chegou lá como um prisioneiro!
A outra razão de Paulo de querer ir aos Cristãos romanos foi, como mencionado acima, para “mútuo conforto”. Eles o encorajariam e ele os encorajaria “pela fé mútua, assim vossa como minha”. Paulo lhes explica que a razão pela qual não tinha chegado até eles até agora era porque tinha “sido impedido”. Como a porta foi fechada naquele momento, Paulo se comprometeu a escrever esta carta em um esforço para ajudá-los a entender seu evangelho e, assim, levá-los ao caminho de serem estabelecidos na fé. Ele prometeu que quando chegasse lá, lhes daria “a plenitude da bênção de Cristo” (cap. 15:29 – ATB). Isso é uma alusão à verdade do Mistério, que é uma linha da verdade mais elevada que a do evangelho, e é o que realmente completa a revelação Cristã (Cl 1:25-26 – JND). Entendendo o Mistério, que conduz o crente de acordo com “o propósito” de Deus “para os séculos” (Ef 3:11 – JND) e também de acordo com Seu roteiro para a presente dispensação (1 Tm 1:4 – JND). Ambas as linhas da verdade – o evangelho e o Mistério – são necessárias para o estabelecimento do crente na fé Cristã (Rm 16:25).
V. 14 – Paulo disse que estava pronto para pregar e ensinar o evangelho a todos. Ele sentiu que tinha uma dívida a pagar ao anunciar o evangelho – afirmando: “Eu sou devedor...”.
Primeiramente, ele estava pronto para pregar para os vários tipos de incrédulos – “os gregos” e “os bárbaros”. Essas eram as pessoas civilizadas e incivilizadas deste mundo nos dias de Paulo. (Ao usar o termo “grego”, ele não está se referindo àqueles que são gregos apenas por nacionalidade. É um termo genérico que inclui todas as pessoas entre os gentios que foram educadas e refinadas até certo ponto sob a cultura grega. Um romano refinado, por exemplo, teria este título). Então ele diz: “tanto a sábios como a ignorantes”. Esses eram os povos instruídos e não instruídos do mundo. Assim, ao se referir a essas diferentes classes de homens perdidos, Paulo traçou uma linha sobre o globo de norte a sul, e de leste a oeste, e tocou em todo tipo de incrédulo que existe no mundo. Qualquer que seja seu status na vida – rico ou pobre, educado ou sem instrução, negro ou branco – Paulo estava pronto e disposto a lhes pregar as boas novas, porque genuinamente se importava com eles e desejava que todos fossem salvos.
V. 15 – Em segundo lugar, Paulo estava pronto para falar aos crentes sobre o evangelho também. Ele disse: “estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma”. “Vos” são os crentes em Roma. Podemos nos perguntar por que ele gostaria de levar o evangelho aos crentes quando já eram salvos, mas foi porque queria que conhecessem melhor a verdade do evangelho. Sua apresentação do evangelho aos crentes é claro, teria um caráter diferente daquele que enfatizaria aos incrédulos. Este segundo ponto mostra que há uma necessidade não apenas de pregar o evangelho aos pecadores, mas também de ensinar o evangelho aos santos. Os santos precisam aprender de forma sadia a verdade do evangelho porque isso dá à alma uma base sólida sobre a qual crescerão espiritualmente (Rm 16:25). Traz segurança, paz e gratidão, das quais vêm obediência e devoção no serviço, que os capítulos 12-15 desta epístola indicam.
Vemos dos versículos 14 e 15 que não foi por falta de vontade que Paulo não tinha ido a Roma com o evangelho (ele estava pronto para isto quando o Senhor abrisse a porta); mas que ele não tinha tido oportunidade, sendo impedido “muitas vezes” (v. 13).


[1] “Isto não se refere à uma viagem próspera, mas à esperança de que Deus poderia favorecer ou prosperá-lo de maneira que ele pudesse ir; ele havia há muito esperado por isso e desejava que afinal fosse concedido a ele.”

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