quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Uma Publicação VERDADES VIVAS

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Os Dois Temas do Ministério de Paulo – Os Meios pelos Quais um Crente é Estabelecido


Os Dois Temas do Ministério de Paulo – Os Meios pelos Quais um Crente é Estabelecido

Vs. 25-27 – Paulo expressa um último desejo que ele tinha pelos santos romanos (na verdade, pelos santos em todo lugar) – que Deus os “confirmasse [estabelecesse – JND] na verdade. Ele menciona que isso envolvia duas coisas – ter um entendimento de seu “evangelho” e ter um entendimento do “mistério”. Esses constituem os dois grandes temas de seu ministério (Ef 3:8-9; Cl 1:23-28) e são declarados pela palavra “conforme” no versículo 25.
  • Conforme [segundo] o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo.”
  • Conforme revelação do mistério.” 
Note que Paulo não considerou uma pessoa estabelecida na verdade até que ele não apenas abraçasse a verdade do evangelho, mas também abraçasse a verdade do Mistério. Hoje, os Cristãos, em sua maioria, são gratos por saber que são salvos por crerem no evangelho, mas eles parecem ter pouca preocupação com a revelação do Mistério.
O evangelho de Paulo fala da glória de Deus em atender a nossa necessidade como pecadores, e que por crer em sua mensagem, somos trazidos à possessão de muitas bênçãos espirituais no Cristo ressuscitado e elevado ao céu. O Mistério, por outro lado, fala da glória de Deus em Cristo, a Cabeça da Igreja. Ele revela nossos relacionamentos como um corpo e privilégios comuns em conexão com o chamado e o destino da Igreja. Isso incluiria as ordenações práticas concernentes à atual função da Igreja na Terra, dando expressão à verdade de que é um só corpo. Ignorância ao que o Mistério revela forma a base de grande parte da confusão na Igreja hoje. W. Kelly disse: “Um dos sinais e provas melancólicos de onde a Igreja está agora, é que mesmo nos mais zelosos filhos de Deus há pouca preocupação em refrescar o coração dos santos. O zelo está preocupado na simples conversão dos pecadores. A glória de Deus na Igreja não é considerada, e o amor de Cristo por Seu corpo e por cada membro é ignorado em sua maior parte” (The Epistle to Philemon, pág. 148).
O Mistério não é algo enigmático; é um segredo santo que esteve “oculto” no coração de Deus desde antes da fundação do mundo (Ef 3:9). Tem a ver com o grande propósito de Deus em glorificar o Seu Filho em duas esferas (no céu e na Terra) no reino milenar vindouro (“a Dispensação da plenitude dos Tempos” – Ef 1:8-10), por meio de um vaso de testemunho especialmente formado – a Igreja, que é o corpo e a noiva de Cristo (Ef 1:22-23, 5:25-32; Ap 21:9-22:5). Efésios destaca o chamado e o destino da Igreja em sua associação pública com Cristo, enquanto Colossenses e 1 Coríntios revelam o caráter presente e o funcionamento prático da Igreja enquanto está aqui na Terra.
V. 26 – Paulo diz que, embora esta verdade era oculta, agora é manifestada “pelas Escrituras proféticas” (ARA). Estes não são os escritos dos profetas no Velho Testamento, porque a revelação da Igreja não foi dada a eles; era desconhecida por aqueles “noutros séculos” (Ef 3:5). Paulo está falando dos profetas do Novo Testamento aos quais foi dada a verdade do Mistério para comunicarem à Igreja. Essas seriam as epístolas em geral. (Notes and Jottings of J. N. Darby, pág. 328). W. Kelly disse que essas Escrituras seriam “os escritos inspirados em geral do Novo Testamento, pois a Igreja é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas” (The Bible Treasury, vol. 13, pág. 352). Paulo deve ter falado antecipadamente, porque muitas das epístolas ainda não haviam sido escritas na época em que escreveu aos romanos.
A razão de Paulo ao declarar seu desejo pelo estabelecimento de santos romanos era que eles não seriam apenas inteligentes quanto ao propósito de Deus, mas também seriam menos propensos a serem influenciados por aqueles que trabalhavam para dividir o rebanho.
Vs. 27 – Paulo dá uma bênção final: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.”

Saudações de Encerramento


Saudações de Encerramento

Vs. 21-24 – No encerramento, Paulo envia aos crentes romanos as saudações daqueles que estavam com ele. Oito pessoas são nomeadas – “Timóteo” (cooperador de Paulo), “Lúcio”, “Jasom” e “Sosípatro” (parentes de Paulo), “Tércio” (o efetivo escritor da epístola), “Gaio”. (em cuja casa Paulo se hospedou), “Erasto” (o tesoureiro da cidade de Corinto) e “Quarto”.
Esses irmãos juntamente encomendaram os santos em Roma à “graça de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Uma Nota de Advertência


Uma Nota de Advertência

Vs. 17-18 – Antes de encerrar a carta, Paulo emite uma advertência aos santos romanos sobre pessoas que causam divisão. Ele diz: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”. Paulo deu uma advertência semelhante aos anciãos de Éfeso em Atos 20:29-30. Isso mostra que precisamos estar atentos contra aqueles que têm a tendência de reunir pessoas em torno de si mesmos. Essas pessoas muitas vezes têm uma queixa sobre alguma fraqueza entre seus irmãos, especialmente contra os que lideram, e usarão isso como ponto de apoio para sua causa. Muitas vezes terá a aparência de preocupação piedosa, e pessoas inocentes serão tomadas por isso.
Toda essa atividade é, naturalmente, da carne (Gl 5:20) e “em desacordo com a doutrina” (ARA) que aprendemos – a qual diz que todos os Cristãos devem andar juntos em unidade prática sem “divisões” entre eles (1 Co 1:10 – ARA). Uma “divisão [cisma] é uma divisão interna ou uma partição entre os irmãos (1 Co 11:18), ao passo que uma “heresia [seita] é uma divisão exterior entre irmãos, quando parte se rompe e não mais se encontra em comunhão prática com os outros (1 Co 11:19). Como 1 Coríntios 11:18-19 fala de uma “heresia [seita – JND]depois de mencionar uma “divisão [cisma], indica que uma levará à outra, se não for julgada.
A obra maligna aludida aqui em Romanos 16 é aquela que um criador de divisões faz na comunhão dos santos. Os irmãos não são instruídos a excomungá-lo (formalmente colocá-lo fora de comunhão), mas Paulo diz: “afastai-vos” (ARA) dele. Note que Paulo diz: “aqueles que provocam divisões”; ele não diz: “aqueles que seguem uma divisão”. Aprendemos com isso que devemos distinguir entre os líderes e os liderados nesses tipos de rupturas. Devemos, portanto, evitar o líder (ou líderes), mas estender a mão e tentar ajudar aqueles que estão sendo atraídos pelo movimento de divisão. Paulo diz: “Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre” Assim, eles não têm a glória do Senhor diante deles, mas seus próprios interesses egoístas. Os meios pelos quais eles obtêm seguidores são por meio de “suaves palavras e lisonjas”, e o tipo de pessoas que são enganadas por esses causadores de divisão são aquelas que são “simples” e “desavisadas”.
Absalão é um tipo de homem que causa divisão na assembleia (2 Sm 15-18). Ele atraiu alguns após si mesmo, que “na sua simplicidade”, “nada sabiam” (2 Sm 15:11). Seu método era concordar com aqueles que tinham alguma queixa e beijá-los. O resultado foi que ele “furtava o coração dos homens de Israel” (2 Sm 15:1-6 – ARA). A formação de seu partido não aconteceu da noite para o dia; demorou “quatro anos” (2 Sm 15:7 – ARA). (A KJV diz “quarenta”, mas aparentemente é um erro do copista hebreu.) Vagarosa, mas seguramente, Absalão agitou muitos a seguirem após si mesmo. Sejamos, então, cautelosos com homens de boa aparência exterior que nos bajulam; eles poderiam estar preparando uma armadilha para nossos pés.
Vs. 19-20 – Paulo louva os santos romanos por sua “obediência” (foi um testemunho para os homens em todos os lugares) e ele acreditava que eles agiriam com a mesma obediência em suas instruções em relação às pessoas que causavam divisões. Seria um meio de se preservarem. Paulo deu esse aviso porque, embora tivessem começado bem, ele temia que eles pudessem se desviar de alguma forma. E assim, ele os encorajou a manter o foco nas coisas corretas e integras. Ele desejava que eles fossem “sábios no bem, mas símplices no mal”. Isto é porque a ocupação com o mal (ou com os erros do mundo ou com as falhas dos irmãos) pode nos absorver e nos desviar. G. Davison advertiu: “Aqueles que estão ocupados com o fracasso se tornarão um fracasso!”
Paulo lembrou-lhes de que chegaria um tempo “em breve”, quando Deus “esmagará a Satanás” (AIBB), que está por trás de todos esses malignos movimentos entre o povo do Senhor. Até lá, temos que estar em guarda. A morte final de Satanás ocorrerá quando ele for lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Paulo acrescenta: “debaixo dos vossos pés”. Assim, os nascidos de Deus vão triunfar por meio de Cristo no final! Até então, Paulo encomenda os santos em Roma à “graça de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Várias Saudações


Várias Saudações

Cap. 16:3-16 – Paulo, então, aproveita a oportunidade para enviar suas saudações a vários irmãos que ele conhecia de Roma – alguns eram de contato pessoal e outros de que ele havia ouvido falar por meio de outros. Ele dedica mais tempo a saudar os santos aqui do que em qualquer outra epístola. Isto foi devido ao fato de que ele ainda não tinha estado em Roma e desejou transmitir seu amor a eles em um nível pessoal e, assim, abrir caminho para sua visita que se aproximava. Vemos nessas saudações delicados toques de afeição e algumas ternas lembranças daqueles que ele conhecia desde os primeiros dias. Isso nos dá percepção quanto à genuinidade do amor que fluía entre a comunhão dos santos naqueles dias. (Paulo menciona 26 nomes e refere-se a muitos outros que não são nomeados. Há nove mulheres mencionadas no capítulo.)
Vs. 3-5a – “Priscila e Áquila” são mencionados primeiro. Seus nomes são encontrados em nada menos que seis lugares nas Escrituras; três vezes o nome de Priscila é mencionado primeiramente (At 18:18; Rm 16:3; 2 Tm 4:19) e três vezes o de Áquila (At 18:2, 26; 1 Co 16:19). Mencionando o nome dela em primeiro lugar não significa que ela era uma mulher arrojada que assumiu a liderança em seu casamento. Um olhar atento para estas seis passagens mostrará que ela é mencionada em primeiro lugar porque a ênfase na passagem está no lado doméstico das coisas, onde a mulher deve “governar a casa” (1 Tm 5:14). Mas quando a ênfase está no ensino ou nos assuntos da assembleia, Áquila é mencionado em primeiro lugar – uma esfera na qual os irmãos devem liderar. Assim, eles eram um casal Cristão modelo. Eles, como Febe, são considerados “cooperadores” na obra do Senhor. Talvez eles também tivessem o dom de “socorros”.
Em uma ocasião, eles “arriscaram” (ARA) suas vidas para ajudar Paulo. Não nos é dito onde ou quando isso aconteceu, mas certamente mostra seu compromisso com a causa do evangelho e seu profundo amor pelo apóstolo. O fato de Paulo dizer que eles “arriscaram a sua própria cabeça [o seu próprio pescoço – JND](singular), mostra que eles eram um em seu propósito em servir ao Senhor. Paulo e os irmãos em toda parte agradeceram ao Senhor por eles. Esta é uma tremenda recomendação.
Além disso, descobrimos que sua casa estava aberta aos santos e que eles estavam dispostos a ter reuniões de assembleia “em sua casa”. Dos versículos 14 e 15, assumimos que os santos em Roma não necessariamente se reuniam em um único local. Parece que havia mais de um lugar de reunião, mas a assembleia era uma. Conforme 1 Coríntios 14:23, vemos que este foi o caso em Corinto também. Em grandes metrópoles com dificuldades de locomoção, não era prático para todos em uma assembleia em uma determinada localidade se reunirem em um só lugar.
V. 5b – Paulo saúda “Epêneto” em seguida. Ele observa que ele era “as primícias da Acaia” (KJV), o que significa que ele foi o primeiro convertido naquela região. No entanto, isso conflita com 1 Coríntios 16:15, que afirma que Estéfanas e sua casa foram os primeiros a serem salvos naquela região. Mas realmente não há dificuldade. “Acaia” aqui em Romanos 16:5 (KJV) é um erro de tradução; deveria ler “Ásia” (em português está correto). Assim, Epêneto foi o primeiro a ser salvo na Ásia Menor (sudoeste da Turquia) e Stephanas foi o primeiro a ser salvo na Acaia (sul da Grécia).
Vs. 6-7 – “Maria” é saudada; ela é lembrada por seu muito trabalho feito para o apóstolo. Então “Andrônico e Júnias” são mencionados, sendo parentes (homens da família – JND) de Paulo. Alguns têm pensado que esta era uma equipe de marido e mulher, porque “Júnias” (ARA) pode ser masculino ou feminino. No entanto, isso parece improvável porque eles foram presos juntos, e as prisões não têm mulheres encarceradas com homens. Ele diz que eles eram “notáveis entre os apóstolos” (ARA), o que significa que eles eram altamente estimados pelos apóstolos por causa do serviço que prestavam. Não diz que eles foram presos ao mesmo tempo e lugar que Paulo, mas eram companheiros de sofrimento nessa maneira. Esses queridos servos se tornaram Cristãos antes de Paulo, e isso nos leva a pensar se eles haviam orado pela conversão de seu “parente” instruído.
Vs. 8-10 – “Amplias”, “Urbano”, “Estáquis” são saudados com pouco comentário. “Apeles” é mencionado como sendo “aprovado” em Cristo. A palavra “aprovado” significa que ele havia sido provado de alguma forma e que ele havia resistido ao teste. Pode ter sido que ele tenha sido pressionado a se retratar em relação à sua fé, mas ele não negaria o Senhor. “Aristóbulo” não é saudado, mas os da sua casa são. Isso significaria que, enquanto o homem mesmo não era salvo, alguns de seus servos eram. Ele era neto de Herodes, o Grande, mas Deus alcançou alguns de seus servos com o evangelho e eles foram salvos. Paulo enviou saudações a eles. A mesma coisa aconteceu com alguns da casa de César (Fp 4:22). Isso mostra o poder da graça de Deus.
V. 11 – “Herodiano”, supomos ser judeu, já que ele era “parente” de Paulo. Tendo sido dado esse nome a ele sugere que era (ou tinha sido) um servo na casa de Herodes.
Tal como acontece com Aristóbulo, “Narciso” não é saudado, mas os da sua casa são. Novamente, isso significaria que, embora o homem não fosse salvo, alguns dos seus familiares eram. A história registra um grande homem de posses com este nome que viveu na época, e que foi influente com Cláudio César. Ele pode ter sido esse próprio homem.
V. 12 – “Trifena e Trifosa” são saudadas como aquelas que estavam trabalhando no Senhor. A julgar pela semelhança de seus nomes, muitos pensaram que provavelmente eram irmãs na carne, assim como irmãs no Senhor. “Pérsida” é mencionada como tendo “trabalhado” muito no Senhor. O fato de que é indicado no tempo passado indica que esta irmã era agora mais velha e incapaz de continuar como ela fez uma vez. No entanto, o serviço que prestou é lembrado pelo apóstolo. (É improvável que ela não fosse capaz de continuar servindo porque estava doente, porque, nesse caso, Paulo teria enviado sua condolência à ela. Também não é provável que ela tivesse deixado de trabalhar porque sua alma havia esfriado. Nesse caso, ele não a teria saudado com saudações tão calorosas). Como regra, Paulo não chamava as irmãs de “amadas” porque isso poderia ser visto como uma demonstração inapropriada de afeição pelo sexo oposto (1 Tm 5:2). Mas neste caso, sendo que Pérsida era provavelmente mais velha, ele a chamava de amada.
V. 13 – “Rufo” é saudado. Os expositores parecem concordar que ele é a mesma pessoa mencionada em Marcos 15:21. Diz que “Simão Cireneu” foi compelido pelos soldados romanos a levar a parte de trás da cruz do nosso Senhor “após [atrás de – JND] d’Ele (Lc 23:26). Em seguida, segue-se um comentário que parece ser uma observação casual – “o pai de Alexandre e de Rufo” (Mc 15:21). Pelo modo como Marcos insere isso, parece que o relacionamento era tão conhecido entre os santos que Paulo não precisou se estender sobre isso. A conclusão pode ser tirada de que este evento deixou uma impressão indelével na família de Simão, e mais tarde eles foram salvos. A esposa de Simão também foi salva, a quem Paulo menciona aqui como “mãe” de Rufo. Ele acrescenta que ela também foi mãe de Paulo – no sentido de que ela desempenhou o papel de mãe para com ele.
V. 14 – Há cinco pessoas mencionadas neste versículo que não são mencionadas em nenhum outro lugar nas Escrituras – “Asíncrito”, “Flegonte”, “Hermas”, “Pátrobas” e “Hermes”. Ao acrescentar: “E aos irmãos que estão com eles”, parece indicar que eles não se reuniam com aqueles na casa de Áquila e Priscila, mas em outras partes da cidade. Eles são saudados junto com os outros no capítulo, indicando que eles não estavam agindo em independência, mas foram considerados como estando no mesmo terreno de comunhão.
V. 15 – Outras cinco pessoas são mencionadas neste versículo – “Filólogo”, “Júlia”, “Nereu”, “sua irmã” e “Olímpia”. Novamente, esses crentes não são mencionados em nenhum outro lugar nas Escrituras. Ao acrescentar: “E todos os santos que com eles estão”, Paulo parece indicar que esses irmãos também estavam reunidos em uma casa diferente naquela vasta cidade. Eles também, como aqueles no versículo 14, estavam em comunhão com os outros santos da cidade como estando no mesmo terreno de comunhão.
V. 16 – Saudações calorosas entre os santos romanos foram encorajadas na forma de “um santo ósculo”. Seu desejo é que eles mostrassem amor e cuidado genuíno uns pelos outros. Ele envia saudações da parte de “todas as assembleias de Cristo” (JND).

APÊNDICE - CARTA DE RECOMENDAÇÃO - Capítulo 16


APÊNDICE - CARTA DE RECOMENDAÇÃO - Capítulo 16

Cap. 16:1-27 – Este capítulo é uma carta de recomendação para uma irmã chamada “Febe”, acompanhada de saudações a vários irmãos em Roma. Inclui uma advertência para se apartarem daqueles que causam divisões e que poderiam enganá-los, e termina com uma doxologia que liga as duas partes do ministério de Paulo como sendo o meio de estabelecer os santos em toda a verdade de Deus.
Vs. 1-2 – Paulo escreve: “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está no serviço [que é ministra – JND] da igreja em Cencreia” (TB). Esta carta de recomendação apresentou formalmente Febe à assembleia em Roma. Ela estava viajando de Cencreia (o porto de Corinto, a pouco mais de três quilômetros de distância) para aquela área por alguma “coisa [assunto – JND] pessoal, e provavelmente foi a portadora da epístola.
O uso de tais cartas era prática comum entre os irmãos da Igreja primitiva (At 18:27; 2 Co 3:1). A existência delas mostra o cuidado que eles tinham na comunhão entre as assembleias. Havia perigos que ameaçavam a comunhão dos santos, e precisavam ser cuidadosos com quem recebiam – em um nível pessoal (1 Tm 5:22) e coletivamente como assembleias (At 9:26-28). Falsos irmãos estavam entrando na profissão Cristã com má doutrina e práticas ímpias, e estavam corrompendo os santos (2 Co 11:12-15; Gl 5:7-12; 2 Pe 2:1; 1 Jo 4:1-6; Jd 4). Em vista desse perigo, a comunhão dos santos não era aberta, nem era fechada – mas era guardada. Esse cuidado ainda deve ser usado entre as assembleias Cristãs que buscam estar reunidas biblicamente. De fato, como a corrupção na profissão Cristã é maior hoje do que sempre foi, esse cuidado é mais necessário do que nunca. Se uma pessoa em comunhão à Mesa do Senhor for a uma assembleia onde é conhecida, é apreciável ter uma carta, mas não necessário (2 Co 3:1-3). Mas se uma pessoa está visitando uma assembleia onde ela não é conhecida, uma carta de recomendação deve ser utilizada.
Podemos nos perguntar o que essa irmã estava fazendo agindo como “ministra da assembleia” em Cencreia, quando a Escritura ensina que as irmãs não devem ministrar publicamente a Palavra de Deus e ensinar na assembleia (1 Co 14:34-35; 1 Tm 2:11-12). No entanto, esta questão reflete um equívoco comum. O problema é que o indagador está tentando entender a passagem usando os significados convencionais (geralmente aceitos) que os homens associaram aos termos bíblicos. É triste dizer, mas a Cristandade inventou significados não escriturais para muitos termos bíblicos, e essas ideias foram popularizadas e aceitas pelas massas, e isso levou a muita confusão. Ter nossas mentes tendendo para esses pensamentos não bíblicos, torna difícil aprender o verdadeiro significado de uma passagem.
No exemplo diante de nós, é um erro pensar que um “ministro” é um clérigo (um assim-chamado pastor que lidera uma congregação de Cristãos). Como mencionado em nossos comentários sobre “ministério”, no capítulo 12:7, um ministro é uma pessoa (homem ou mulher) que realiza um serviço para o Senhor em coisas espirituais (At 6:4; 1 Pe 4:11) ou em coisas temporais. (Mt 10:41-42; At 6:2-3, 13:5, 19:22; 1 Tm 3:10). Como uma irmã, de acordo com a ordem nas Escrituras, não deve ministrar a Palavra de Deus na assembleia (publicamente), o que Febe ministrou à assembleia tinha que ter sido nas coisas temporais. J. N. Darby afirma em nota de rodapé em sua tradução que a palavra pode ser traduzida como “diaconisa”, que é uma serva que serve em coisas temporais. Ele disse que ela pode ter varrido o chão do local de reunião onde os santos se reuniam em Cencreia, ou algo assim (Notes and Jottings of J. N. Darby, pág. 284). Ela não teria estado oficialmente no encargo de um diácono porque isto deveria ser preenchido por homens (1 Tm 3:8-13). Como Paulo declara que ela era “o amparo de muitos” (AIBB), ela pode ter tido o dom de “socorros [ajudas – JND] (1 Co 12:28).

Um Pedido Triplo de Oração


Um Pedido Triplo de Oração

Vs. 30-33 – Por último, Paulo pede as orações dos romanos em vista deste trabalho. Isso, diz ele, seria “pela causa do Senhor Jesus Cristo” (KJV) e estaria de acordo com “o amor do Espírito”, que é a comunhão mútua dos santos. Seu pedido triplo de oração é baseado na palavra “que”.
  • “Que” ele pudesse ser livre dos judeus incrédulos da Judéia que desesperadamente queriam matá-lo (1 Ts 2:14-16).
  • “Que” a oferta que ele estava trazendo para os crentes judeus fosse aceita em boa graça e seria vista como uma expressão verdadeira do amor de seus irmãos gentios. E, assim, eles seriam unidos como crentes em Cristo. (Paulo pediu isso porque sabia que ainda havia algum preconceito religioso nos santos judeus, e ele esperava que isso acabasse com esses sentimentos).
  • “Que” ele chegasse a Roma com gozo e pela vontade de Deus, e que eles fossem mutuamente renovados. Esta oração foi respondida, mas de um modo muito diferente do que Paulo imaginou; Ele chegou a Roma como prisioneiro. 
Ele termina a parte principal da epístola dizendo aos santos romanos que ele desejava que “o Deus de paz” estivesse com eles, acrescentando um “Amém” de coração.

ITINERÁRIO DE PAULO - Capítulo 15:14-33


ITINERÁRIO DE PAULO - Capítulo 15:14-33

Esta última seção é suplementar à doutrina anterior na epístola. Paulo informa os santos romanos de suas circunstâncias pessoais e suas intenções no serviço em relação ao evangelho “nos lugares que estão além” (2 Co 10:16).
Assim, ele encerra a epístola declarando suas razões para escrever a eles e expressa seu grande desejo de visitá-los. Ele explica que não lhes escreveu por causa de alguma falta particular da parte deles, mas simplesmente para comunicar-lhes o evangelho que pregou entre os gentios; prometendo que quando chegasse a eles, lhes daria “a plenitude da bênção de Cristo” (v. 29 – ARA) – o que ele não expôs nesta carta. Esta é uma referência à verdade do “Mistério”, que foi uma revelação especial dada a ele e a outros apóstolos e profetas (Ef 3:5), para comunicar aos santos. Ele menciona isso no capítulo 16:25.
Vs. 14-15 – Ele disse: “Eu mesmo estou persuadido a vosso respeito, irmãos meus, que também vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de toda a ciência e capazes de admoestar uns aos outros. Mas vos escrevo em parte mais ousadamente, como trazendo-vos isto de novo à memória, por causa da graça que me foi dada por Deus”. Vemos disto que Paulo estava convencido de que os irmãos em Roma estavam em um bom estado – “cheios de bondade” – e assim receberiam suas admoestações. Portanto, ele escreveu a eles com considerável ousadia. Ele também estava confiante de que eles eram Cristãos maduros e bem capazes de admoestarem-se mutuamente em amor, e assim orientarem-se em relação às dificuldades que pudessem surgir entre eles, sem que ele estivesse presente para fazê-lo. Este é um sinal de uma assembleia saudável. Paulo, portanto, não tinha intenção de chegar a eles como árbitro ou regulador. Os que se imaginam ser árbitros ou reguladores podem causar dano entre o povo do Senhor. Não é que uma assembleia não possa pedir ajuda e conselho, mas sob condições normais, as assembleias locais devem resolver suas próprias dificuldades no temor de Deus (Fp 2:12). Uma assembleia que habitualmente tem seus problemas resolvidos por irmãos de outras localidades pode perder a bênção prática e a educação espiritual que o Senhor pretende para eles no problema.
Note que ele menciona “cheio de bondade” antes de ser capaz de “admoestar uns aos outros”. Para admoestarmos com eficiência, primeiro precisamos ter corações cheios de bondade para com aqueles a quem procuramos ajudar, e também precisamos ter o “conhecimento” prático dos princípios bíblicos sobre a situação da pessoa. Sem essa graça e conhecimento, poderíamos causar danos à pessoa e agravar o problema.
Cap. 15:16-17 – Paulo tinha outra razão para ir até eles, e isso porque ele tinha sido “oficialmente empregado” (v. 16 – nota de rodapé JND) por Deus como um “ministro de Cristo Jesus entre os gentios” (TB). Ele tinha uma comissão especial de Deus para os gentios (At 9:15, 22:21; Gl 2:7; Ef 3:8; Cl 1:27). Como eles eram predominantemente uma assembleia de gentios – se não exclusivamente gentios, pois Cláudio César expulsara todos os judeus de Roma (At 18:2) – Paulo sentia que deveria se certificar de que “a oferta dos gentios pudesse ser aceitável” (JND) para Deus. Isto é, que eles ficariam diante de Deus em toda a verdade do evangelho e do Mistério. Ele acrescenta: “santificada pelo Espírito Santo”, porque ele entendeu plenamente que esta obra entre os gentios era realmente uma obra de Deus pelo Espírito, e ele queria dar a Deus o crédito pelo que Ele havia concebido. Paulo estava, portanto, justificado em seu desejo de ter “glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus”.
Vs. 18-19 – Se houvesse alguma dúvida se ele realmente tinha essa comissão, isso poderia ser facilmente resolvido pelas suas provas. Ele disse: “Porque não ousarei dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e por obras” (ARF). Isto é, ele não quis comentar sobre o que os outros estavam fazendo para o Senhor, mas daquilo que ele sabia em primeira mão pelo Senhor trabalhando por meio dele. Houve uma demonstração de “força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo” (ARA). E isso acontecera em muitos lugares – “desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico” (norte da Macedônia, no Mar Adriático). Essencialmente, isso aconteceu em todos os lugares onde ele “pregou plenamente as boas-novas de o Cristo” (JND). Este é um relato da extensão geográfica de seu ministério, não da ordem cronológica do mesmo.
Vs. 20-21 – A intenção de Paulo era continuar pressionando os gentios com o evangelho, “não onde Cristo já fora anunciado” (ARA). Seu ministério consistia mais em penetrar em novas regiões e deixar o trabalho de pastoreio e de ensinar seus convertidos a outras pessoas. Ele não tinha intenção de trabalhar onde outros haviam trabalhado e edificado sobre o “fundamento” – que é Cristo (1 Co 3:11). Ele cita Isaías 52:15 para mostrar que o princípio de alcançar os gentios dessa maneira era segundo Deus – “como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, e os que não ouviram o entenderão”. O ministério de Paulo não foi o cumprimento desta profecia. Ele não diz que foi – afirmando apenas que o princípio sobre o qual ele agiu estava de acordo com o que havia sido “escrito” no Velho Testamento. (Como regra geral, quando algo do Velho Testamento é cumprido no Novo Testamento, isso é declarado. Veja Mateus 1:22, 2:23; João 19:36-37, etc.)
Vs. 22-24 – Sendo assim ocupado no serviço, Paulo, que muitas vezes procurara oportunidade para vir a eles, disse: “muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco” (compare o capítulo 1:13). No entanto, tendo sido especialmente comissionado com um ministério para os gentios, Paulo esperava que uma ocasião se abrisse para que ele viesse a eles em breve. E agora, como seu ministério de apresentar o evangelho em novas áreas estava em grande parte concluído “nestas regiões” (ARA) – Ásia Menor (Turquia) e Acaia (Grécia) – ele estava livre para avançar em novas regiões, e assim chegar até eles em seu caminho para a Espanha.
Vs. 25-27 – Mas Paulo teve uma última responsabilidade para cuidar antes que ele fosse para os gentios. Ele estava indo para Jerusalém com a coleta dos irmãos da “Macedônia e Acaia” (províncias do norte e do sul da Grécia) para dar aos “pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”. Lemos sobre isto em 2 Coríntios 8-9. Paulo e Barnabé entregaram uma oferta semelhante para os santos de Jerusalém em seus primeiros dias (At 11:29-30). Parece haver duas razões para a pobreza dos judeus na Judéia:
  • Houve uma grande fome naquela terra (At 11:28).
  • A vida comunitária que eles haviam praticado em Jerusalém os deixou sem terras e meios para se sustentar (At 2:44-45, 4:34-35). (As escrituras não dizem que isso foi algo que o Senhor pediu para que fizessem). 
Os gentios crentes estavam “realmente bem satisfeitos” (JND) em encaminhar a seus irmãos judeus essa oferta porque eles se viam como “devedores” para com eles. Eles haviam participado de suas “coisas espirituais” (TB) (as Escrituras, a presença do Espírito de Deus, etc.) e achavam que era justo que lhes enviassem alívio em coisas temporais.
Vs. 28-29 – “E havendo-lhes consignado este fruto” (colocado a oferta em suas mãos), Paulo pretendia realmente ir aos santos romanos a caminho da Espanha. E prometeu dar-lhes “a plenitude da bênção de Cristo” (v. 29 - ARA) quando lá chegasse. As versões King James e Almeida Corrigida acrescentam a palavra “evangelho” de Cristo, mas ela não está no texto grego. Paulo havia acabado de expor a verdade do evangelho para eles nesta mesma epístola. A “plenitude” a que ele se refere aqui é a verdade do “Mistério”, para “completar” (JND) a revelação Cristã da verdade (Col. 1:25). Ele menciona isso no capítulo 16:25. É uma revelação especial da verdade sobre Cristo e a Igreja. O Sr. Darby menciona que não há registro de que Paulo tenha chegado à Espanha (Sinopse of the books of the Bible, on Romans 15).

Resumo da Justiça Prática Demonstrada na Vida Cristã

Resumo da Justiça Prática Demonstrada na Vida Cristã
Esta seção prática da epístola mostrou que há agora motivos e atitudes inteiramente novos no crente, e eles se manifestam:
  • Cap. 12:1-8 para com Deus.
  • Cap. 12:9-13 para com os crentes.
  • Cap. 12:14-21 Para com o mundo.
  • Cap. 13:1-14 Para com as autoridades civis.
  • Caps. 14-15:13 Para com aqueles fracos na fé.


As Escrituras Ensinam que Judeus Convertidos e Gentios Serão Abençoados Juntos sob Cristo


As Escrituras Ensinam que Judeus Convertidos e Gentios Serão Abençoados Juntos sob Cristo

Cap. 15:8-13 – Nos capítulos 1 a 3, vimos os judeus e gentios em posições bem diferentes – na verdade, em polos opostos, naturalmente falando. Mas tendo falhado em sua responsabilidade para com Deus, seus pecados os reduziram a um denominador comum como pecadores. Nos capítulos 3:21-8:39, vimos crentes dentre os judeus e gentios juntamente abençoados pela justiça de Deus. Então, nos capítulos 12-15:7, os judeus e gentios crentes foram exortados a caminhar juntos em unidade prática, não permitindo que preconceitos e estilos de vida antigos interferissem.
Vs. 8-12 – Para ajudá-los com isso, nos próximos cinco versículos, Paulo mostra que o ministério de “Jesus Cristo” à “circuncisão” na verdade inclui judeus e gentios. De fato, sempre foi Sua intenção “que os gentios glorifiquem a Deus por causa da Sua misericórdia” (ARA) e assim fossem abençoados em conexão com Israel. Quatro Escrituras são citadas das três partes principais do Velho Testamento – a Lei, os Salmos e os Profetas (Lucas 24:44) - para provar isso.
V. 9 – No Salmo 18:49, Davi antecipou um dia em que o Senhor “cantará” a Deus no meio de uma multidão de gentios crentes.
V. 10 – Em Deuteronômio 32:43, Moisés anuncia que chegaria o tempo em que os gentios convertidos se “alegrariam” nas bênçãos da salvação “com o seu povo” Israel.
V. 11 – No Salmo 117:1, ouvimos Israel convidando os gentios a “louvar ao Senhor” com eles.
V. 12 – Em Isaías 11:10, o profeta fala da inclusão dos gentios no reinado do Messias de Israel.
Essas Escrituras não ensinam que os crentes dentre os gentios seriam parte da Igreja – o que é revelado no Mistério. Mas elas mostram que Deus quer que judeus e gentios convertidos se regozijem juntamente ao confiarem em Cristo. Ao afirmar isso, Paulo dá a entender que nossos corações, portanto, devem ser largos o suficiente para incluir ambos (judeus e gentios) em assuntos de comunhão prática. Já que muitas das diferenças entre crentes na Igreja primitiva tinham se originado de suas vidas anteriores como judeus e gentios, ele desejava que essa verdade os encorajasse a usar a diligência para caminhar juntos em união prática. Isso encerra formalmente as exortações da epístola.
V. 13 – Paulo conclui com uma bendição recomendando os santos romanos ao “Deus de esperança” que os encheria de “gozo e paz” e “crendo” com confiança de que eles “abundariam em esperança” até o fim. Essencialmente, seu desejo por eles é que fossem encontrados em um bom estado espiritual de alma, e assim serem capazes, “pelo poder do Espírito Santo” (ARA), de colocar em prática as exortações que ele havia dado.

Devemos Seguir o Exemplo de Cristo em Tudo


Devemos Seguir o Exemplo de Cristo em Tudo

Cap. 15:1-7 – Paulo dá uma quarta coisa que nos ajudará a andar corretamente nessas situações – é seguir o exemplo de Cristo em Sua vida.
Vs. 1-2 - Ele diz que aqueles que são “fortes” na fé devem “suportar as fraquezas dos fracos” e, assim, deixar de se agradar em coisas relativas à comida e bebida, e considerar a “edificação” dos irmãos, em vez de seus próprios prazeres. Ele coloca diante de nós o mais elementar princípio Cristão – o bem-estar dos outros antes do nosso! Ele diz: “Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo (nosso irmão no Senhor), visando o que é bom para edificação” Se “cada um” na comunidade Cristã tivessem essa atitude e disposição, toda essa questão de ofender e fazer alguém tropeçar com nossas liberdades seriam resolvidas de uma só vez.
V. 3 – O modelo que ele coloca diante de nós é o próprio Cristo, que “não agradou a Si mesmo”. Se imitarmos o amor abnegado de Cristo pelos outros, estaremos contentes em renunciar coisas para agradar ao nosso próximo. O apóstolo João disse: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3:16). A atitude que diz: “Eu tenho o direito de fazer isso, e vou fazê-lo independentemente do que os outros pensam; e eles terão que me aceitar do jeito que eu sou” certamente não é semelhante à de Cristo. O Senhor Jesus era o Único na Terra que realmente tinha o direito de fazer o que quisesse, e escolheu não agradar a Si mesmo. A lição aqui é que devemos estar dispostos a nos abster do direito que legitimamente tenhamos a qualquer liberdade, em vez de arriscar fazer alguém tropeçar. Levar adiante esse direito é violar o próprio espírito do Cristianismo.
Cristo estava tão comprometido com a honra e a glória de Deus que, se alguém reprovasse a Deus, Cristo mesmo suportaria a reprovação. Ele poderia dizer a Deus: “as afrontas dos que Te afrontam caíram sobre Mim”. Esta é uma citação do Salmo 69:9. Da mesma forma, se houver alguma fraqueza no entendimento de nosso irmão concernente à liberdade Cristã, e isso o tem levado a ter restrições infundadas, e, isso trouxer censura e críticas sobre ele, deveríamos estar dispostos a nos identificar com ele no assunto, e suportar a consequente reprovação com ele.
V. 4 – Temos também a “paciência [perseverança – ARA] e consolo [encorajamento – JND] das Escrituras”, nas quais podemos aprender com as atitudes de santos de outras épocas cujas vidas manifestaram um cuidado abnegado pelos outros. As Escrituras a que Paulo se refere aqui são o Velho Testamento; o Novo Testamento ainda não havia sido escrito. Note que ele não diz que aquelas Escrituras do Velho Testamento foram escritas “para” nós, mas sim, “por” (JND) nós – isto é, por causa do nosso aprendizado. Isso mostra que a maioria das Escrituras não foram escritas para nós Cristãos, mas toda a Escritura foi escrita por causa da nossa “instrução” (2 Tm 3:16-17). O Velho Testamento é escrito para Israel; enquanto as 21 epístolas do Novo Testamento foram escritas para os Cristãos. É nelas que encontramos a doutrina e a prática Cristãs. Aqueles que querem juntar Israel e a Igreja em uma única companhia de crentes (Teologia Reformada do “Pacto”) se opõem a isso. Eles (em seu ensino equivocado) pensam que Israel é a Igreja no Velho Testamento e que a Igreja é Israel no Novo – e, portanto, acreditam que toda Escritura é escrita “para” nós. No entanto, não é isso que Paulo diz aqui. O tipo de aprendizado (“instrução”) que devemos obter do Velho Testamento tem a ver com princípios morais e práticos. O resultado é que nos é dada “esperança” que nos ajuda a seguir no caminho de fé.
Vs. 5-7 – Paulo conclui suas exortações sobre a liberdade Cristã, lembrando-nos do apoio divino que temos em Deus. Ele diz: “Ora o Deus de paciência [perseverança – ARA] e consolação [encorajamento – JND] vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus”. Assim, nós ganhamos “perseverança e encorajamento” das Escrituras (v. 4), mas também “o Deus de perseverança e encorajamento” (JND) nos ajuda no caminho (v. 5). E o objetivo divino em tudo isso é que andemos juntos em unidade prática, tendo “o mesmo sentimento uns para com os outros”. Ao acrescentar, “segundo Jesus Cristo”, Paulo está nos dando uma palavra de cautela; essa afinidade é estar de acordo com o Senhor e ao relacionamento com Ele para o qual fomos chamados. Isto porque é possível ter um mesmo pensamento de acordo com a carne. Ananias e Safira são um exemplo disso. Eles tinham o mesmo pensamento em uma coisa má (At 5:1-11).
Seu desejo é que tenhamos um testemunho único diante do mundo, glorificando a Deus “unânimes e a uma boca” (TB). Isso é bastante surpreendente; as bocas que antes estavam cheias de amargura e maldição (cap. 3:14) agora são vistas cheias de ações de graças e louvor! Se é dada atenção à esta exortação, judeus e gentios salvos seriam encontrados juntos louvando a Deus com “uma boca”. Que quadro é esse – um triunfo da graça de Deus! Assim, isso nos leva a um círculo completo de onde Paulo começou no capítulo 14:1, a saber, que devemos “receber” uns aos outros. O modelo para nós nisso é Cristo – “como também Cristo nos recebeu para glória de Deus”.

Viver em Vista de Não Causar Tropeço a Nossos Irmãos


Viver em Vista de Não Causar Tropeço a Nossos Irmãos

Cap. 14:13-23 – Paulo continua e dar uma terceira coisa que deve regular nossa conduta nessas questões de exercício pessoal. Devemos andar “conforme o amor” para com nossos irmãos e, assim, ter cuidado para não fazer nada que seja “tropeço ou escândalo” em seu caminho. Paulo, portanto, sugere que, em vez de julgar nosso irmão, devemos julgar a nós mesmos (julgamento próprio) nesse assunto e renunciar a tomar liberdades que ofendam um irmão fraco. Já que nada do que é material é “de si mesmo imunda” – mas apenas o é aquilo que é estimado como tal na consciência de cada um (v. 14) – se sabemos que algo que permitimos em nossas vidas aflige um de nossos irmãos, o princípio do “amor” por nosso irmão deve ditar que devemos renunciar a fazer tal coisa. Devemos fazer isso porque nos é dito: “Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu” (v. 15). “Destruir”, no sentido de que Paulo usa a palavra aqui, não está se referindo à morte física ou ao juízo eterno. Significa simplesmente destruir a confiança de um irmão no Senhor, pela qual ele fica confuso quanto ao que é certo e o que é errado, e se afasta de segui-Lo no caminho de fé. Assim, Paulo menciona três tipos de julgamento neste capítulo:
  • O julgamento de nossos irmãos de forma crítica (v. 3-4, 10a).
  • O justo julgamento do Senhor (vs. 10b-12).
  • O julgamento próprio do crente (v. 13). 

O amor pensa nos outros e nos fará renunciar aos direitos legítimos que temos para promover uma feliz comunhão Cristã. A declaração “por quem Cristo morreu” não deve ser tomada levianamente. Ela aponta para o custo incalculável que Cristo pagou para salvar aquele irmão. Portanto, precisamos deixar que isso penetre profundamente em nossos corações e pensemos seriamente sobre o nosso cuidado mútuo. Se, por outro lado, eu egoisticamente exibir meus direitos Cristãos nesses assuntos, poderei muito bem causar danos irreparáveis na vida de um irmão fraco. Ostentar nossa liberdade diante daqueles que são fracos na fé manifesta um espírito não-Cristão. Estamos realmente deixando ser “censurado o nosso bem” (v. 16). No entanto, não devemos deixar que o que é bom e correto para nós se torne um objeto de crítica, mal-entendido e ofensa (v. 16).
Vs. 17-18 – Paulo declara que as coisas importantes na vida Cristã têm a ver com “o reino de Deus”. Essas são coisas morais, e não coisas que pertencem a “comida” ou “bebida” – isto é, coisas naturais externas da religião terrena. Portanto, o que realmente conta no reino de Deus não são as regras quanto aos alimentos e as observâncias religiosas de certos dias, mas as coisas concernentes à “justiça, paz e gozo no Espírito Santo”. Portanto, não é o que um homem come que é importante, mas viver uma vida santa para a glória de Deus. Se definirmos isso como uma prioridade em nossas vidas e buscarmos o bem de nossos irmãos, serviremos a Cristo de um modo que seja “agradável a Deus e aprovado pelos homens” (ARA).
Vs. 19-21 – Paulo, portanto, conclui que devemos “perseguir” (JND) “as coisas que contribuem para a paz e as que são para a edificação mútua” (TB). Já que a carne não destrói “a obra de Deus” na alma de uma pessoa, se sabemos de algo que permitimos em nossas vidas que poderia ofender nossos irmãos, então o princípio em que devemos viver é este: “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”. Isso significa que não devemos atropelar a consciência de um irmão quando ele não está claro sobre um assunto. Por exemplo, não devemos convidar para jantar uma pessoa que acabou de se converter do judaísmo ou do islamismo e servir carne de porco assada.
Vs. 22-23 – O conselho de Paulo, portanto, é que se tivermos “fé” para fazer certas coisas que não são diretamente proibidas nas Escrituras – mas que são coisas que poderiam ofender e fazer tropeçar alguém – então, “Tem-na em ti mesmo diante de Deus”. Isto é, não ostente nossa liberdade, mas faça essas coisas em particular diante de Deus onde e quando não correremos o risco de ofender alguém. Paulo acrescenta: “Bem-aventurado [feliz – KJV] aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova”. Em outras palavras, é bom andar no pleno gozo de nossa liberdade, não estando preso por costumes infundados.
Note que Paulo não nos diz para tentar levar aqueles que não são claros sobre essas questões além do que sua consciência dita, persuadindo-os a participar de algo que é duvidoso para eles. Ao ter uma consciência a respeito de algo “aquele que tem dúvidas, se come, está condenado” porque “tudo que não é de fé é pecado”. Ao forçar uma pessoa dessa maneira, poderíamos levá-la a pecar, e isso poderia dar início a que ela se desvie de Deus. Nós o ensinamos a ir em frente e violar sua consciência, e uma vez que tenha feito isso, poderia muito bem continuar a fazê-lo em outros assuntos mais sérios.

Viver em Vista do Tribunal de Cristo


Viver em Vista do Tribunal de Cristo

Cap. 14:10-12 – Isso leva Paulo a falar de uma segunda coisa que deve governar a forma como nos conduzimos em questões relativas à nossa consciência. Ele diz: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Assim, devemos abster-nos de julgar ou menosprezar aqueles que não veem as coisas como nós, porque se aproxima um dia em que nossas vidas serão revistas no tribunal de Cristo e todos esses exercícios pessoais serão examinados pelo Senhor. Naquele momento Ele manifestará se eles estavam de acordo com a Sua vontade ou se eram meramente da carne.
A primeira destas duas perguntas – “por que julgas teu irmão?” – é dirigida ao Cristão fraco cuja tendência é julgar aqueles que permitem certas coisas que sua consciência não lhe permite fazer. Ele provavelmente verá as liberdades que seu irmão toma como sendo permissividades e o condenará por isso. A segunda pergunta – “por que desprezas teu irmão?” – é dirigida ao Cristão forte cuja tendência é rebaixar aqueles que não têm a luz e a liberdade que ele tem. Paulo lembra a ambos o fato de que todos nós vamos “comparecer ante o tribunal de Cristo” algum dia e veremos essas coisas manifestadas. Paulo cita Isaías 45:23 para mostrar (em princípio) que então “cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”, pelas coisas que permitimos ou não permitimos em nossas vidas.
É significativo que cada vez que o tribunal de Cristo é mencionado no Novo Testamento, ele é visto de um ponto de vista diferente. Quando reunimos essas referências, aprendemos que o Senhor examinará todos os aspectos de nossas vidas. O que será revisto são:
  • Nossos caminhos em geral (2 Co 5:9-10).
  • Nossas palavras (Mt 12:36).
  • Nossas obras de serviço (1 Co 3:12-15).
  • Nossos pensamentos e motivos (1 Co 4:3-5).
  • Nossos exercícios pessoais sobre questões de consciência (Rm 14:10-12).

Assim, está chegando um dia de avaliação quando o Senhor pesará os “porquês” e os “para quês” de nossas vidas. Esse exame trará à luz a realidade das coisas que assumimos como exercícios pessoais. Algumas destas coisas podem se manifestar como sendo carnais, e outras podem provar ser exercícios que eram verdadeiramente do Senhor. O argumento de Paulo aqui é que devemos deixar essas coisas até esse dia, porque não temos a imagem completa agora e somos incapazes de fazer uma avaliação precisa dessas coisas entre nós. Mesmo se o fizéssemos, não podemos pesar os motivos do coração como o Senhor o fará (1 Sm 2:3). Portanto, devemos agora parar e desistir de fazer avaliações dos exercícios pessoais de nossos irmãos – podemos estar errados. Além disso, fazendo julgamentos desnecessários de nossos irmãos agora, corremos o risco de causar uma ruptura na comunhão dos santos.

Viver Sob o Senhorio de Cristo


Viver Sob o Senhorio de Cristo

Cap. 14:6-9 – O primeiro princípio que deve regular nossa conduta nesses assuntos é que devemos viver nossas vidas sob a direção do senhorio de Cristo. Isso é visto no fato de que em quatro pequenos versículos, Paulo menciona “o Senhor” sete ou oito vezes – dependendo de qual tradução é usada. É claro, portanto, que Paulo está enfatizando o senhorio de Cristo aqui.
O ponto de Paulo nesta passagem é que em assuntos onde não há desobediência direta à Palavra de Deus, cada um deve ser deixado livre para agir diante do Senhor como o Senhor dirigir, sem a interferência de outros. A pergunta que cada um de nós precisa fazer é: “Com relação a isso que eu permito (ou me recuso a permitir) em minha vida, o que o Senhor quer que eu faça?” Se considerarmos certo dia, ou comermos (ou nos abstermos de comer) um determinado alimento, devemos fazê-lo como “para o Senhor”. Isto é, devemos fazê-lo acreditando que Ele nos dirigiu no assunto (Cl 3:17, 21).
Paulo acrescenta: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor”. Isso significa que a vida toda do crente não somente é aberta diante do Senhor, mas também que sua vida pertence ao Senhor. De fato, uma das razões pelas quais Cristo morreu e ressuscitou é que Ele tenha o título e o direito de ser o Senhor sobre todos (At 2:36). Assim, somos, em última instância, responsáveis perante o Senhor por tudo o que fazemos na vida e na morte.

Quatro Princípios Orientadores


Quatro Princípios Orientadores

Caps. 14:6–15:7 – Paulo menciona quatro princípios que nos guiarão em conexão com as diferenças que os irmãos podem ter em seus exercícios pessoais. Esses princípios podem ser aplicados a todos os Cristãos, não apenas aos judeus convertidos.

JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ


JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ

Cap. 14:1–15:13 – Outra particularidade judaica que os judeus convertidos tendiam trazer consigo para a comunhão dos Cristãos era a de manter certos princípios quanto às regras judaicas referentes a alimentos e à observância de dias santos que eram guardados no judaísmo. Dois exemplos são dados:
1) Regras alimentares judaicas – alimentos kosher (vs. 2-4).
2) A observância dos dias santos judaicos – o sábado, etc. (vs. 5-6).

Romanos 14 se refere à nossa responsabilidade para com um judeu fraco recém-convertido do judaísmo; enquanto 1 Coríntios 8 se refere à nossa responsabilidade para com um gentio fraco recém-convertido do paganismo. Essas passagens mostram que temos uma responsabilidade em relação a ambos.
V. 1 – A maioria dos judeus convertidos naqueles dias anteriores não estavam totalmente livres do judaísmo (Hb 13:13) e estavam apegados a certos costumes e práticas judaicas por uma questão de consciência (At 21:20). O que os irmãos deveriam fazer quando pessoas assim eram salvas e entravam na comunhão Cristã? Eles deveriam menosprezar suas preocupações e condená-los? Isso certamente não seria amor em ação! Pelo contrário, Paulo diz: “ao que é fraco na fé, acolhei-o” (AIBB) “não, porém, para discutir opiniões” (ARA).
“Fraco na fé” é alguém deficiente em seu entendimento quanto à posição e liberdade Cristãs (Gl 5:1) e, consequentemente, tem costumes infundados sobre assuntos de importância secundária na vida Cristã. (como regra, quando o artigo “a” é usado nas Escrituras em conexão com “fé”, está se referindo à revelação Cristã da verdade. Veja Judas 3, etc. Quando o artigo não é mencionado, está se referindo à energia interior da confiança da alma em Deus. Veja Atos 20:21; Romanos 14:22, etc.)
A resposta de Paulo a essa dificuldade é que devemos “receber” todas essas pessoas cordialmente. Isso não se refere à recepção de uma pessoa em comunhão à mesa do Senhor (recepção da assembleia), mas ao seu recebimento entre os santos na comunhão social prática. (Mencionamos isto porque este versículo tem sido frequentemente aplicado fora do seu contexto e usado indevidamente para apoiar a falsa ideia de que pelo fato de alguém ter sido recebido de Deus, sendo um crente no Senhor Jesus (v. 3), estamos obrigados a recebê-lo à Mesa do Senhor, sem levar em consideração suas associações e seu estado espiritual de alma). Assim, o irmão excessivamente escrupuloso não deve ser evitado entre os santos. Ao acrescentar: “Não, porém, para discutir opiniões” (ARA), Paulo está nos alertando para evitar envolver essas pessoas em argumentos a respeito de seus costumes. Poderia romper desnecessariamente a harmonia que deveria existir na comunhão Cristã normal. Isso não significa que eles deveriam adotar essas práticas judaicas para não as ofender. Isso faria com que os equívocos do irmão fraco governassem e ditassem como os outros deveria viver. Em vez disso, eles deveriam ter o cuidado de não fazer deliberadamente na presença do irmão fraco as coisas que poderiam causar-lhe ofensa
Vs. 2-3 – Ele diz: “Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes” Ao apontar isso, Paulo quer que percebamos que nem todos os crentes estão no mesmo nível de espiritualidade, maturidade e entendimento; alguns são “fracos” e alguns são “fortes” (cap. 15:1). Assim, devemos fazer concessões e não forçar as pessoas contra suas consciências nesses assuntos. Ele diz: “Quem come, não despreze àquele que não come; e quem não come, não julgue àquele que come, porque Deus o acolheu” (TB). Isso mostra que devemos respeitar as consciências e os exercícios pessoais uns dos outros e não passar por cima deles. Isso poderia ofendê-los. Se certos princípios relativos a estas questões não são claros a alguém, não devemos julgá-lo naquilo que ele se permite ou não se permite fazer. Cada um é responsável por andar diante do Senhor na maneira em que acredita que o Senhor queria que ele andasse (Gn 17:1). Paulo diz: “Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai”. Isto é, em última análise, ele é responsável perante o Senhor pelo que faz. Se ele está enganado sobre algum assunto, e se ele está fazendo isso com fé, acreditando que é a vontade de Deus, Deus honrará sua fé e o impedirá de sair do caminho – pois “poderoso é Deus para o firmar”. Assim deve haver mútua tolerância nesses assuntos.
“Um avalia um dia mais que outro dia; outro avalia todos os dias iguais” (TB). Alguns tomaram esta declaração como sendo sua liberdade de fazer o que quiserem no Dia do Senhor, mas não é isso a que Paulo está se referindo aqui. Uma vez que a passagem está tratando principalmente com judeus convertidos fracos, isso seria em relação aos dias de sábado, etc. W. Kelly observou: “Um Cristão não considerar o Dia do Senhor seria uma desonra direta atribuída ao Seu próprio encontro especial com Seus discípulos naquele dia, um desprezo aberto àquele testemunho da graça”. Paulo acrescenta: “esteja cada um plenamente convencido em sua mente”. O problema em muitos casos, é que quando uma pessoa não está realmente convicta de algum exercício que tenha sobre a vida Cristã, tentará convencer os outros a respeito disso – até mesmo impondo tal exercício sobre outros. Elas parecem pensar que, se mais pessoas as virem da maneira como o fazem, então seria um sinal de que estariam certas. Às vezes as pessoas usam seus exercícios pessoais para tentar distinguir-se entre seus irmãos como extremamente santos e piedosos, mas na realidade é a carne em ação. Esse tipo de coisa tende ao legalismo e significa um desastre entre os santos. Muitas vezes coloca os irmãos em polos opostos, separando os que “veem” tal exercício daqueles que não o “veem”. E é tudo porque as pessoas não fizeram o que Paulo recomenda no final do capítulo – “tem-na para ti mesmo perante Deus” (v. 22).

Três Breves Exortações


Três Breves Exortações

Em vista dos perigos da noite pela qual estamos passando e da iminência do Arrebatamento e da Aparição de Cristo, Paulo faz três breves exortações que, se postas em prática, nos preservarão até a hora da vinda do Senhor. Essas exortações são caracterizadas por estarem no imperativo.
Em primeiro lugar, ele insiste na separação do mundo. Ele diz: Rejeitemos, pois, as obras das trevas” (v. 12b). Assim, devemos nos desfazer de toda prática mundana e questionável, como um homem se despindo de uma roupa suja (2 Co 6:14-7:1).
Em segundo lugar, Paulo diz: “Vistamo-nos das armas [da armadura – JND] da luz” (v. 12c). Assim, devemos colocar a cobertura protetora de uma vida santa, que nos fará uma luz brilhante na escuridão.
Em terceiro lugar, Paulo diz: Andemos honestamente [apropriadamente – JND], como de dia” (v. 13-14). Ele nos diz como isso é feito: despojando-se das práticas da carne (exemplificadas nos seis exemplos) e revestindo-se de “o Senhor Jesus Cristo” (v. 13-14). Gálatas 3:27 fala do se revestir formalmente de Cristo pelo batismo, que tem a ver com a nossa identificação com o testemunho Cristão; aqui é a manifestação prática da vida de Cristo. Revestir-se do Senhor Jesus Cristo é ter a atitude que Ele tinha para com Deus, para com os santos e para com os governos civis – tópicos esses que Paulo tem abordado nos capítulos 12-13. Em relação a Deus, o Senhor Jesus disse: “Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu” (Sl 40:8). Para os santos, Ele disse: “a Minha bondade não chega à Tua presença [não se estende a Ti – JND], mas aos santos que estão na Terra, e aos ilustres em quem está todo o Meu prazer” (Sl 16:2-3 – ARF). Quanto aos governos, Ele disse: “Dai, pois, a César o que é de César” (Lucas 20:25).
No entanto, fazemos “provisão para a carne” (KJV) quando enfatizamos o lado físico e material da vida, ao invés do espiritual. Isso supre para a carne se levantar e se impor em nossas vidas.

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