JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS COMPANHEIROS CRENTES
Capítulo 12:9-12
A demonstração de justiça prática na vida do crente deve ser vista em
suas interações com seus irmãos. Seguem-se quinze pequenos preceitos que devem
regular nossas relações uns com os outros dentro da comunidade Cristã. É
significativo que o amor esteja colocado em primeiro lugar, pois sua influência
e atividade afetam cada uma das coisas que se seguem. Note quantas vezes o
sufixo do gerúndio é usado nestes versículos – “preferindo, servindo, regozijando, perseverando, distribuindo,
perseguindo, indo” (JND) etc. Isto indica que estas coisas devem ser uma
prática contínua em nossas vidas Cristãs.
AMOR SEM FINGIMENTO (v. 9a) – O amor deve permear a comunhão dos
santos. É triste dizer que é possível fingir amor e Paulo aqui adverte contra
isso. H. Smith aponta que Judas beijou seu Mestre enquanto O traía! Veja também
Ezequiel 33:31. Por isso é necessária a exortação de Paulo de que o “amor não seja fingido” (1 Pe 1:22).
ABORRECER O MAL (v. 9b) – Como essa ira pelo mal é mencionada
em contraposição ao amar uns aos outros sem fingimento, parece que o aspecto do
mal, a que somos exortados a aborrecer aqui, é o espírito de ódio contra nossos
irmãos.
APEGAR-SE AO BEM (v. 9c) – Precisamos ter cuidado para
apegar-nos às coisas boas e salutares.
AFEIÇOADOS TERNAMENTE UNS AOS OUTROS (v. 10a – TB) – Esta exortação mostra que não
deve haver apenas amor divino (ágape)
entre os santos (v. 9a), mas também “amor
fraternal” (phileo) (2 Pe 1:7). O
amor fraternal se expressa afetuosamente e com um sentimento caloroso. Não é
esse tipo de amor que a Escritura nos diz para ter em relação aos perdidos.
Devemos amar as pessoas do mundo com um amor ágape (1 Ts 3:12), que é um amor baseado em uma disposição
estabelecida de cuidado e preocupação com o seu objeto. Isso nos levaria a
alcançá-los com o evangelho. No entanto, não nos é dito que amemos os perdidos
com amor fraternal (phileo), porque
podemos nos envolver emocionalmente em suas vidas e, inadvertidamente, ser
atraídos para o estilo de vida deles, pelo que comprometeríamos princípios.
HONRAR UNS AOS OUTROS (v. 10b) – Deveríamos ficar contentes em ver
os outros honrados, em vez de desejar a honra para nós mesmos (Fp 2:3).
ZÊLO EM SERVIR AO SENHOR (v. 11) – A versão King James diz: “Não sejais preguiçosos nos negócios”,
e isso levou alguns a pensarem que Paulo estava se referindo aos negócios
seculares. (A palavra “negócios” na
verdade não tem nada a ver com o versículo.) Deve ser traduzido: “Quanto ao zelo diligente, não preguiçoso;
em espírito fervoroso, servindo ao Senhor” (JND). Esta é uma exortação para
servir ao Senhor com compromisso e energia, porque é possível tornar-se
negligente na obra do Senhor. Arquipo é um exemplo disso. Paulo disse: “E dizei a Arquipo: Atenta para o
ministério que recebeste no Senhor: para que o cumpras” (Cl 4:17). Jeremias
advertiu: “Maldito aquele que fizer a
obra do Senhor fraudulentamente [negligentemente
– JND]” (Jr 48:10).
REGOZIJAR NA ESPERANÇA (v. 12a – ARA) – As próximas três exortações
estão particularmente relacionadas com a jornada do deserto do crente. Nossa
esperança (uma certeza adiada) da glória vindoura deve estar diante de nós
constantemente. Ela nos elevará acima das provações e desânimos dos dias
atuais, e nos fará Cristãos regozijadores.
PACIENTE NA TRIBULAÇÃO (v. 12b) – Nossa antecipação da glória
vindoura também nos sustentará no caminho da fé e nos capacitará a sermos
pacientes nas provações.
PERSEVERANTE NA ORAÇÃO (v. 12c) – As provações e dificuldades do
caminho devem nos lançar ao Senhor em dependência. Como a tendência é desistir
da oração, a exortação de Paulo é perseverar firmemente nesta função
sacerdotal.
GENEROSO (v. 13a) – As próximas duas exortações dizem
respeito às necessidades do povo do Senhor. Assim, somos exortados a ser
liberais com nossas posses, dando aos necessitados (At 20:34). Esta é uma boa
maneira de mostrar às pessoas que realmente nos importamos com elas.
HOSPITALEIRO (v. 13b) – Paulo diz: “dado [segui] a hospitalidade” (JND). A palavra para “dado” em grego pode ser traduzida como
“seguir”. Isso significa que devemos
procurar ativamente por oportunidades de mostrar hospitalidade a nossos irmãos.
Residências pequenas às vezes são usadas como desculpa para não receber visitas
em nossas casas, mas isso não deveria nos impedir de fazer esse serviço (Hb
13:2; 1 Pe 4:9).
NÃO AMALDIÇOAR (v. 14) – Temos de suportar a perseguição e
retribuir toda a animosidade contra nós, com cortesia e amor (Lc 6:28). Devemos
ter cuidado para não amaldiçoar. O Senhor ensinou que em todas essas
circunstâncias devemos “oferecer a outra
face” e ter cuidado para não amaldiçoar (Mt 5:39).
TER EMPATIA (v. 15) – Deus quer que entremos nas alegrias
e tristezas de Seu povo, e sintamos o que eles sentem. Participar de um
casamento seria um exemplo de “Alegrai-vos
com os que se alegram”. Assistir a um funeral seria um exemplo de “chorar com os que choram”.
IMPARCIALIDADE (v. 16a) – Devemos ter o mesmo respeito por
um irmão pobre, como teríamos por uma pessoa rica, distinta socialmente.
Devemos estar felizes em “acomodar-se
aos humildes”.
HUMILDADE (v. 16b) – Devemos julgar todas as tendências
à importância própria. Paulo diz: “não
sejais sábios em vós mesmos”. Portar-nos com um ar de importância própria
certamente afetará negativamente a comunhão dos Cristãos. A humildade é o
segredo da comunhão feliz, mas buscar um lugar alto entre os irmãos desperta a
rivalidade que divide os santos.
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