quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ


JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ

Cap. 14:1–15:13 – Outra particularidade judaica que os judeus convertidos tendiam trazer consigo para a comunhão dos Cristãos era a de manter certos princípios quanto às regras judaicas referentes a alimentos e à observância de dias santos que eram guardados no judaísmo. Dois exemplos são dados:
1) Regras alimentares judaicas – alimentos kosher (vs. 2-4).
2) A observância dos dias santos judaicos – o sábado, etc. (vs. 5-6).

Romanos 14 se refere à nossa responsabilidade para com um judeu fraco recém-convertido do judaísmo; enquanto 1 Coríntios 8 se refere à nossa responsabilidade para com um gentio fraco recém-convertido do paganismo. Essas passagens mostram que temos uma responsabilidade em relação a ambos.
V. 1 – A maioria dos judeus convertidos naqueles dias anteriores não estavam totalmente livres do judaísmo (Hb 13:13) e estavam apegados a certos costumes e práticas judaicas por uma questão de consciência (At 21:20). O que os irmãos deveriam fazer quando pessoas assim eram salvas e entravam na comunhão Cristã? Eles deveriam menosprezar suas preocupações e condená-los? Isso certamente não seria amor em ação! Pelo contrário, Paulo diz: “ao que é fraco na fé, acolhei-o” (AIBB) “não, porém, para discutir opiniões” (ARA).
“Fraco na fé” é alguém deficiente em seu entendimento quanto à posição e liberdade Cristãs (Gl 5:1) e, consequentemente, tem costumes infundados sobre assuntos de importância secundária na vida Cristã. (como regra, quando o artigo “a” é usado nas Escrituras em conexão com “fé”, está se referindo à revelação Cristã da verdade. Veja Judas 3, etc. Quando o artigo não é mencionado, está se referindo à energia interior da confiança da alma em Deus. Veja Atos 20:21; Romanos 14:22, etc.)
A resposta de Paulo a essa dificuldade é que devemos “receber” todas essas pessoas cordialmente. Isso não se refere à recepção de uma pessoa em comunhão à mesa do Senhor (recepção da assembleia), mas ao seu recebimento entre os santos na comunhão social prática. (Mencionamos isto porque este versículo tem sido frequentemente aplicado fora do seu contexto e usado indevidamente para apoiar a falsa ideia de que pelo fato de alguém ter sido recebido de Deus, sendo um crente no Senhor Jesus (v. 3), estamos obrigados a recebê-lo à Mesa do Senhor, sem levar em consideração suas associações e seu estado espiritual de alma). Assim, o irmão excessivamente escrupuloso não deve ser evitado entre os santos. Ao acrescentar: “Não, porém, para discutir opiniões” (ARA), Paulo está nos alertando para evitar envolver essas pessoas em argumentos a respeito de seus costumes. Poderia romper desnecessariamente a harmonia que deveria existir na comunhão Cristã normal. Isso não significa que eles deveriam adotar essas práticas judaicas para não as ofender. Isso faria com que os equívocos do irmão fraco governassem e ditassem como os outros deveria viver. Em vez disso, eles deveriam ter o cuidado de não fazer deliberadamente na presença do irmão fraco as coisas que poderiam causar-lhe ofensa
Vs. 2-3 – Ele diz: “Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes” Ao apontar isso, Paulo quer que percebamos que nem todos os crentes estão no mesmo nível de espiritualidade, maturidade e entendimento; alguns são “fracos” e alguns são “fortes” (cap. 15:1). Assim, devemos fazer concessões e não forçar as pessoas contra suas consciências nesses assuntos. Ele diz: “Quem come, não despreze àquele que não come; e quem não come, não julgue àquele que come, porque Deus o acolheu” (TB). Isso mostra que devemos respeitar as consciências e os exercícios pessoais uns dos outros e não passar por cima deles. Isso poderia ofendê-los. Se certos princípios relativos a estas questões não são claros a alguém, não devemos julgá-lo naquilo que ele se permite ou não se permite fazer. Cada um é responsável por andar diante do Senhor na maneira em que acredita que o Senhor queria que ele andasse (Gn 17:1). Paulo diz: “Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai”. Isto é, em última análise, ele é responsável perante o Senhor pelo que faz. Se ele está enganado sobre algum assunto, e se ele está fazendo isso com fé, acreditando que é a vontade de Deus, Deus honrará sua fé e o impedirá de sair do caminho – pois “poderoso é Deus para o firmar”. Assim deve haver mútua tolerância nesses assuntos.
“Um avalia um dia mais que outro dia; outro avalia todos os dias iguais” (TB). Alguns tomaram esta declaração como sendo sua liberdade de fazer o que quiserem no Dia do Senhor, mas não é isso a que Paulo está se referindo aqui. Uma vez que a passagem está tratando principalmente com judeus convertidos fracos, isso seria em relação aos dias de sábado, etc. W. Kelly observou: “Um Cristão não considerar o Dia do Senhor seria uma desonra direta atribuída ao Seu próprio encontro especial com Seus discípulos naquele dia, um desprezo aberto àquele testemunho da graça”. Paulo acrescenta: “esteja cada um plenamente convencido em sua mente”. O problema em muitos casos, é que quando uma pessoa não está realmente convicta de algum exercício que tenha sobre a vida Cristã, tentará convencer os outros a respeito disso – até mesmo impondo tal exercício sobre outros. Elas parecem pensar que, se mais pessoas as virem da maneira como o fazem, então seria um sinal de que estariam certas. Às vezes as pessoas usam seus exercícios pessoais para tentar distinguir-se entre seus irmãos como extremamente santos e piedosos, mas na realidade é a carne em ação. Esse tipo de coisa tende ao legalismo e significa um desastre entre os santos. Muitas vezes coloca os irmãos em polos opostos, separando os que “veem” tal exercício daqueles que não o “veem”. E é tudo porque as pessoas não fizeram o que Paulo recomenda no final do capítulo – “tem-na para ti mesmo perante Deus” (v. 22).

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