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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Os Dois Temas do Ministério de Paulo – Os Meios pelos Quais um Crente é Estabelecido
Os Dois Temas do Ministério de Paulo
– Os Meios pelos Quais um Crente é Estabelecido
Vs. 25-27 – Paulo expressa um último desejo que ele tinha pelos santos
romanos (na verdade, pelos santos em todo lugar) – que Deus os “confirmasse [estabelecesse – JND]” na
verdade. Ele menciona que isso envolvia duas coisas – ter um entendimento de
seu “evangelho” e ter um
entendimento do “mistério”. Esses constituem
os dois grandes temas de seu ministério (Ef 3:8-9; Cl 1:23-28) e são declarados
pela palavra “conforme” no versículo
25.
- “Conforme [segundo] o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo.”
- “Conforme revelação do mistério.”
Note que Paulo não considerou uma pessoa estabelecida na verdade até
que ele não apenas abraçasse a verdade do evangelho, mas também abraçasse a
verdade do Mistério. Hoje, os Cristãos, em sua maioria, são gratos por saber
que são salvos por crerem no evangelho, mas eles parecem ter pouca preocupação
com a revelação do Mistério.
O evangelho de Paulo fala da glória de Deus em atender a nossa
necessidade como pecadores, e que por crer em sua mensagem, somos trazidos à
possessão de muitas bênçãos espirituais no Cristo ressuscitado e elevado ao
céu. O Mistério, por outro lado, fala da glória de Deus em Cristo, a Cabeça da
Igreja. Ele revela nossos relacionamentos como um corpo e privilégios comuns em
conexão com o chamado e o destino da Igreja. Isso incluiria as ordenações
práticas concernentes à atual função da Igreja na Terra, dando expressão à
verdade de que é um só corpo. Ignorância ao que o Mistério revela forma a base
de grande parte da confusão na Igreja hoje. W. Kelly disse: “Um dos sinais e
provas melancólicos de onde a Igreja está agora, é que mesmo nos mais zelosos
filhos de Deus há pouca preocupação em refrescar o coração dos santos. O zelo
está preocupado na simples conversão dos pecadores. A glória de Deus na Igreja
não é considerada, e o amor de Cristo por Seu corpo e por cada membro é
ignorado em sua maior parte” (The Epistle
to Philemon, pág. 148).
O Mistério não é algo enigmático; é um segredo santo que esteve “oculto” no coração de Deus desde antes
da fundação do mundo (Ef 3:9). Tem a ver com o grande propósito de Deus em
glorificar o Seu Filho em duas esferas (no céu e na Terra) no reino milenar
vindouro (“a Dispensação da plenitude
dos Tempos” – Ef 1:8-10), por meio de um vaso de testemunho especialmente
formado – a Igreja, que é o corpo e a noiva de Cristo (Ef 1:22-23, 5:25-32; Ap
21:9-22:5). Efésios destaca o chamado e o destino da Igreja em sua associação
pública com Cristo, enquanto Colossenses e 1 Coríntios revelam o caráter
presente e o funcionamento prático da Igreja enquanto está aqui na Terra.
V. 26 – Paulo diz que, embora esta verdade era oculta, agora é
manifestada “pelas Escrituras
proféticas” (ARA). Estes não são os escritos dos profetas no Velho
Testamento, porque a revelação da Igreja não foi dada a eles; era desconhecida
por aqueles “noutros séculos” (Ef
3:5). Paulo está falando dos profetas do Novo Testamento aos quais foi dada a
verdade do Mistério para comunicarem à Igreja. Essas seriam as epístolas em
geral. (Notes and Jottings of J. N. Darby,
pág. 328). W. Kelly disse que essas Escrituras seriam “os escritos inspirados
em geral do Novo Testamento, pois a Igreja é edificada sobre o fundamento dos
apóstolos e profetas” (The Bible Treasury,
vol. 13, pág. 352). Paulo deve ter falado antecipadamente, porque muitas das
epístolas ainda não haviam sido escritas na época em que escreveu aos romanos.
A razão de Paulo ao declarar seu desejo pelo estabelecimento de santos
romanos era que eles não seriam apenas inteligentes quanto ao propósito de
Deus, mas também seriam menos propensos a serem influenciados por aqueles que
trabalhavam para dividir o rebanho.
Vs. 27 – Paulo dá uma bênção final: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o
sempre. Amém.”
Saudações de Encerramento
Saudações de Encerramento
Vs. 21-24 – No encerramento, Paulo envia aos crentes romanos as
saudações daqueles que estavam com ele. Oito pessoas são nomeadas – “Timóteo” (cooperador de Paulo), “Lúcio”, “Jasom” e “Sosípatro”
(parentes de Paulo), “Tércio” (o
efetivo escritor da epístola), “Gaio”.
(em cuja casa Paulo se hospedou), “Erasto”
(o tesoureiro da cidade de Corinto) e “Quarto”.
Esses irmãos juntamente encomendaram os santos em Roma à “graça de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Uma Nota de Advertência
Uma Nota de Advertência
Vs. 17-18 – Antes de encerrar a carta, Paulo emite uma advertência aos
santos romanos sobre pessoas que causam divisão. Ele diz: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos
contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”. Paulo deu uma
advertência semelhante aos anciãos de Éfeso em Atos 20:29-30. Isso mostra que
precisamos estar atentos contra aqueles que têm a tendência de reunir pessoas
em torno de si mesmos. Essas pessoas muitas vezes têm uma queixa sobre alguma
fraqueza entre seus irmãos, especialmente contra os que lideram, e usarão isso
como ponto de apoio para sua causa. Muitas vezes terá a aparência de
preocupação piedosa, e pessoas inocentes serão tomadas por isso.
Toda essa atividade é, naturalmente, da carne (Gl 5:20) e “em desacordo com a doutrina” (ARA) que
aprendemos – a qual diz que todos os Cristãos devem andar juntos em unidade
prática sem “divisões” entre eles (1
Co 1:10 – ARA). Uma “divisão [cisma]” é uma divisão interna ou uma partição entre os irmãos (1 Co
11:18), ao passo que uma “heresia [seita]” é uma divisão exterior entre irmãos, quando parte se rompe e não
mais se encontra em comunhão prática com os outros (1 Co 11:19). Como 1
Coríntios 11:18-19 fala de uma “heresia [seita – JND]” depois de mencionar uma
“divisão [cisma]”, indica que uma
levará à outra, se não for julgada.
A obra maligna aludida aqui em Romanos 16 é aquela que um criador de
divisões faz na comunhão dos santos. Os irmãos não são instruídos a
excomungá-lo (formalmente colocá-lo fora de comunhão), mas Paulo diz: “afastai-vos” (ARA) dele. Note que
Paulo diz: “aqueles que provocam
divisões”; ele não diz: “aqueles que seguem
uma divisão”. Aprendemos com isso que devemos distinguir entre os líderes e os
liderados nesses tipos de rupturas. Devemos, portanto, evitar o líder (ou
líderes), mas estender a mão e tentar ajudar aqueles que estão sendo atraídos
pelo movimento de divisão. Paulo diz: “Porque
os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre” Assim,
eles não têm a glória do Senhor diante deles, mas seus próprios interesses
egoístas. Os meios pelos quais eles obtêm seguidores são por meio de “suaves palavras e lisonjas”, e o tipo
de pessoas que são enganadas por esses causadores de divisão são aquelas que
são “simples” e “desavisadas”.
Absalão é um tipo de homem que causa divisão na assembleia (2 Sm
15-18). Ele atraiu alguns após si mesmo, que “na sua simplicidade”, “nada
sabiam” (2 Sm 15:11). Seu método era concordar com aqueles que tinham
alguma queixa e beijá-los. O resultado foi que ele “furtava o coração dos homens de Israel” (2 Sm 15:1-6 – ARA). A
formação de seu partido não aconteceu da noite para o dia; demorou “quatro anos” (2 Sm 15:7 – ARA). (A KJV
diz “quarenta”, mas aparentemente é um erro do copista hebreu.) Vagarosa, mas
seguramente, Absalão agitou muitos a seguirem após si mesmo. Sejamos, então,
cautelosos com homens de boa aparência exterior que nos bajulam; eles poderiam
estar preparando uma armadilha para nossos pés.
Vs. 19-20 – Paulo louva os santos romanos por sua “obediência” (foi um testemunho para os homens em todos os lugares)
e ele acreditava que eles agiriam com a mesma obediência em suas instruções em
relação às pessoas que causavam divisões. Seria um meio de se preservarem.
Paulo deu esse aviso porque, embora tivessem começado bem, ele temia que eles
pudessem se desviar de alguma forma. E assim, ele os encorajou a manter o foco
nas coisas corretas e integras. Ele desejava que eles fossem “sábios no bem, mas símplices no mal”.
Isto é porque a ocupação com o mal (ou com os erros do mundo ou com as falhas
dos irmãos) pode nos absorver e nos desviar. G. Davison advertiu: “Aqueles que
estão ocupados com o fracasso se tornarão um fracasso!”
Paulo lembrou-lhes de que chegaria um tempo “em breve”, quando Deus “esmagará
a Satanás” (AIBB), que está por trás de todos esses malignos movimentos
entre o povo do Senhor. Até lá, temos que estar em guarda. A morte final de
Satanás ocorrerá quando ele for lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Paulo
acrescenta: “debaixo dos vossos pés”.
Assim, os nascidos de Deus vão triunfar por meio de Cristo no final! Até então,
Paulo encomenda os santos em Roma à “graça
de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Várias Saudações
Várias Saudações
Cap. 16:3-16 – Paulo, então, aproveita a oportunidade para enviar suas
saudações a vários irmãos que ele conhecia de Roma – alguns eram de contato
pessoal e outros de que ele havia ouvido falar por meio de outros. Ele dedica
mais tempo a saudar os santos aqui do que em qualquer outra epístola. Isto foi
devido ao fato de que ele ainda não tinha estado em Roma e desejou transmitir
seu amor a eles em um nível pessoal e, assim, abrir caminho para sua visita que
se aproximava. Vemos nessas saudações delicados toques de afeição e algumas
ternas lembranças daqueles que ele conhecia desde os primeiros dias. Isso nos
dá percepção quanto à genuinidade do amor que fluía entre a comunhão dos santos
naqueles dias. (Paulo menciona 26 nomes e refere-se a muitos outros que não são
nomeados. Há nove mulheres mencionadas no capítulo.)
Vs. 3-5a – “Priscila e Áquila”
são mencionados primeiro. Seus nomes são encontrados em nada menos que seis
lugares nas Escrituras; três vezes o nome de Priscila é mencionado
primeiramente (At 18:18; Rm 16:3; 2 Tm 4:19) e três vezes o de Áquila (At 18:2,
26; 1 Co 16:19). Mencionando o nome dela em primeiro lugar não significa que
ela era uma mulher arrojada que assumiu a liderança em seu casamento. Um olhar
atento para estas seis passagens mostrará que ela é mencionada em primeiro
lugar porque a ênfase na passagem está no lado doméstico das coisas, onde a
mulher deve “governar a casa” (1 Tm
5:14). Mas quando a ênfase está no ensino ou nos assuntos da assembleia, Áquila
é mencionado em primeiro lugar – uma esfera na qual os irmãos devem liderar.
Assim, eles eram um casal Cristão modelo. Eles, como Febe, são considerados “cooperadores” na obra do Senhor.
Talvez eles também tivessem o dom de “socorros”.
Em uma ocasião, eles “arriscaram”
(ARA) suas vidas para ajudar Paulo. Não nos é dito onde ou quando isso
aconteceu, mas certamente mostra seu compromisso com a causa do evangelho e seu
profundo amor pelo apóstolo. O fato de Paulo dizer que eles “arriscaram a sua própria cabeça [o seu próprio pescoço – JND]” (singular), mostra que eles eram um em seu propósito em servir ao Senhor.
Paulo e os irmãos em toda parte agradeceram ao Senhor por eles. Esta é uma
tremenda recomendação.
Além disso, descobrimos que sua casa estava aberta aos santos e que
eles estavam dispostos a ter reuniões de assembleia “em sua casa”. Dos versículos 14 e 15, assumimos que os santos em
Roma não necessariamente se reuniam em um único local. Parece que havia mais de
um lugar de reunião, mas a assembleia era uma. Conforme 1 Coríntios 14:23,
vemos que este foi o caso em Corinto também. Em grandes metrópoles com
dificuldades de locomoção, não era prático para todos em uma assembleia em uma
determinada localidade se reunirem em um só lugar.
V. 5b – Paulo saúda “Epêneto”
em seguida. Ele observa que ele era “as
primícias da Acaia” (KJV), o que significa que ele foi o primeiro
convertido naquela região. No entanto, isso conflita com 1 Coríntios 16:15, que
afirma que Estéfanas e sua casa foram os primeiros a serem salvos naquela
região. Mas realmente não há dificuldade. “Acaia”
aqui em Romanos 16:5 (KJV) é um erro de tradução; deveria ler “Ásia” (em português está correto).
Assim, Epêneto foi o primeiro a ser salvo na Ásia Menor (sudoeste da Turquia) e
Stephanas foi o primeiro a ser salvo na Acaia (sul da Grécia).
Vs. 6-7 – “Maria” é
saudada; ela é lembrada por seu muito trabalho feito para o apóstolo. Então “Andrônico e Júnias” são mencionados,
sendo parentes (homens da família –
JND) de Paulo. Alguns têm pensado que esta era uma equipe de marido e mulher,
porque “Júnias” (ARA) pode ser
masculino ou feminino. No entanto, isso parece improvável porque eles foram
presos juntos, e as prisões não têm mulheres encarceradas com homens. Ele diz
que eles eram “notáveis entre os
apóstolos” (ARA), o que significa que eles eram altamente estimados pelos
apóstolos por causa do serviço que prestavam. Não diz que eles foram presos ao
mesmo tempo e lugar que Paulo, mas eram companheiros de sofrimento nessa
maneira. Esses queridos servos se tornaram Cristãos antes de Paulo, e isso nos
leva a pensar se eles haviam orado pela conversão de seu “parente” instruído.
Vs. 8-10 – “Amplias”, “Urbano”, “Estáquis” são saudados com pouco comentário. “Apeles” é mencionado como sendo “aprovado” em Cristo. A palavra “aprovado” significa que ele havia sido provado de alguma forma e
que ele havia resistido ao teste. Pode ter sido que ele tenha sido pressionado
a se retratar em relação à sua fé, mas ele não negaria o Senhor. “Aristóbulo” não é saudado, mas os da sua casa são. Isso significaria que,
enquanto o homem mesmo não era salvo, alguns de seus servos eram. Ele era neto
de Herodes, o Grande, mas Deus alcançou alguns de seus servos com o evangelho e
eles foram salvos. Paulo enviou saudações a eles. A mesma coisa aconteceu com
alguns da casa de César (Fp 4:22). Isso mostra o poder da graça de Deus.
V. 11 – “Herodiano”,
supomos ser judeu, já que ele era “parente”
de Paulo. Tendo sido dado esse nome a ele sugere que era (ou tinha sido) um
servo na casa de Herodes.
Tal como acontece com Aristóbulo, “Narciso”
não é saudado, mas os da sua casa são. Novamente, isso significaria que, embora
o homem não fosse salvo, alguns dos seus familiares eram. A história registra
um grande homem de posses com este nome que viveu na época, e que foi influente
com Cláudio César. Ele pode ter sido esse próprio homem.
V. 12 – “Trifena e Trifosa”
são saudadas como aquelas que estavam trabalhando no Senhor. A julgar pela
semelhança de seus nomes, muitos pensaram que provavelmente eram irmãs na
carne, assim como irmãs no Senhor. “Pérsida”
é mencionada como tendo “trabalhado”
muito no Senhor. O fato de que é indicado no tempo passado indica que esta irmã
era agora mais velha e incapaz de continuar como ela fez uma vez. No entanto, o
serviço que prestou é lembrado pelo apóstolo. (É improvável que ela não fosse
capaz de continuar servindo porque estava doente, porque, nesse caso, Paulo
teria enviado sua condolência à ela. Também não é provável que ela tivesse
deixado de trabalhar porque sua alma havia esfriado. Nesse caso, ele não a
teria saudado com saudações tão calorosas). Como regra, Paulo não chamava as
irmãs de “amadas” porque isso
poderia ser visto como uma demonstração inapropriada de afeição pelo sexo
oposto (1 Tm 5:2). Mas neste caso, sendo que Pérsida era provavelmente mais
velha, ele a chamava de amada.
V. 13 – “Rufo” é saudado.
Os expositores parecem concordar que ele é a mesma pessoa mencionada em Marcos
15:21. Diz que “Simão Cireneu” foi
compelido pelos soldados romanos a levar a parte de trás da cruz do nosso
Senhor “após [atrás de – JND]” d’Ele
(Lc 23:26). Em seguida, segue-se um comentário que parece ser uma observação
casual – “o pai de Alexandre e de Rufo”
(Mc 15:21). Pelo modo como Marcos insere isso, parece que o relacionamento era
tão conhecido entre os santos que Paulo não precisou se estender sobre isso. A
conclusão pode ser tirada de que este evento deixou uma impressão indelével na
família de Simão, e mais tarde eles foram salvos. A esposa de Simão também foi
salva, a quem Paulo menciona aqui como “mãe”
de Rufo. Ele acrescenta que ela também foi mãe de Paulo – no sentido de que ela
desempenhou o papel de mãe para com ele.
V. 14 – Há cinco pessoas mencionadas neste versículo que não são
mencionadas em nenhum outro lugar nas Escrituras – “Asíncrito”, “Flegonte”, “Hermas”, “Pátrobas” e “Hermes”. Ao
acrescentar: “E aos irmãos que estão com
eles”, parece indicar que eles não se reuniam com aqueles na casa de Áquila
e Priscila, mas em outras partes da cidade. Eles são saudados junto com os
outros no capítulo, indicando que eles não estavam agindo em independência, mas
foram considerados como estando no mesmo terreno de comunhão.
V. 15 – Outras cinco pessoas são mencionadas neste versículo – “Filólogo”, “Júlia”, “Nereu”, “sua irmã” e “Olímpia”. Novamente, esses crentes não são mencionados em nenhum
outro lugar nas Escrituras. Ao acrescentar: “E todos os santos que com eles estão”, Paulo parece indicar que
esses irmãos também estavam reunidos em uma casa diferente naquela vasta
cidade. Eles também, como aqueles no versículo 14, estavam em comunhão com os
outros santos da cidade como estando no mesmo terreno de comunhão.
V. 16 – Saudações calorosas entre os santos romanos foram encorajadas
na forma de “um santo ósculo”. Seu
desejo é que eles mostrassem amor e cuidado genuíno uns pelos outros. Ele envia
saudações da parte de “todas as
assembleias de Cristo” (JND).
APÊNDICE - CARTA DE RECOMENDAÇÃO - Capítulo 16
APÊNDICE - CARTA DE RECOMENDAÇÃO - Capítulo 16
Cap. 16:1-27 – Este capítulo é uma carta de recomendação para uma irmã
chamada “Febe”, acompanhada de
saudações a vários irmãos em Roma. Inclui uma advertência para se apartarem
daqueles que causam divisões e que poderiam enganá-los, e termina com uma doxologia
que liga as duas partes do ministério de Paulo como sendo o meio de estabelecer
os santos em toda a verdade de Deus.
Vs. 1-2 – Paulo escreve: “Recomendo-vos
a nossa irmã Febe, que está no serviço [que é ministra – JND] da
igreja em Cencreia” (TB). Esta carta de recomendação apresentou formalmente
Febe à assembleia em Roma. Ela estava viajando de Cencreia (o porto de Corinto,
a pouco mais de três quilômetros de distância) para aquela área por alguma “coisa [assunto – JND]” pessoal,
e provavelmente foi a portadora da epístola.
O uso de tais cartas era prática comum entre os irmãos da Igreja
primitiva (At 18:27; 2 Co 3:1). A existência delas mostra o cuidado que eles
tinham na comunhão entre as assembleias. Havia perigos que ameaçavam a comunhão
dos santos, e precisavam ser cuidadosos com quem recebiam – em um nível pessoal
(1 Tm 5:22) e coletivamente como assembleias (At 9:26-28). Falsos irmãos
estavam entrando na profissão Cristã com má doutrina e práticas ímpias, e
estavam corrompendo os santos (2 Co 11:12-15; Gl 5:7-12; 2 Pe 2:1; 1 Jo 4:1-6;
Jd 4). Em vista desse perigo, a comunhão dos santos não era aberta, nem era
fechada – mas era guardada. Esse cuidado ainda deve ser usado entre as
assembleias Cristãs que buscam estar reunidas biblicamente. De fato, como a
corrupção na profissão Cristã é maior hoje do que sempre foi, esse cuidado é
mais necessário do que nunca. Se uma pessoa em comunhão à Mesa do Senhor for a
uma assembleia onde é conhecida, é apreciável
ter uma carta, mas não necessário (2
Co 3:1-3). Mas se uma pessoa está visitando uma assembleia onde ela não é
conhecida, uma carta de recomendação deve ser utilizada.
Podemos nos perguntar o que essa irmã estava fazendo agindo como “ministra da assembleia” em Cencreia,
quando a Escritura ensina que as irmãs não devem ministrar publicamente a
Palavra de Deus e ensinar na assembleia (1 Co 14:34-35; 1 Tm 2:11-12). No
entanto, esta questão reflete um equívoco comum. O problema é que o indagador
está tentando entender a passagem usando os significados convencionais
(geralmente aceitos) que os homens associaram aos termos bíblicos. É triste
dizer, mas a Cristandade inventou significados não escriturais para muitos
termos bíblicos, e essas ideias foram popularizadas e aceitas pelas massas, e
isso levou a muita confusão. Ter nossas mentes tendendo para esses pensamentos
não bíblicos, torna difícil aprender o verdadeiro significado de uma passagem.
No exemplo diante de nós, é um erro pensar que um “ministro” é um clérigo (um assim-chamado pastor que lidera uma congregação
de Cristãos). Como mencionado em nossos comentários sobre “ministério”, no capítulo 12:7, um ministro é uma pessoa (homem ou
mulher) que realiza um serviço para o Senhor em coisas espirituais (At 6:4; 1
Pe 4:11) ou em coisas temporais. (Mt 10:41-42; At 6:2-3, 13:5, 19:22; 1 Tm
3:10). Como uma irmã, de acordo com a ordem nas Escrituras, não deve ministrar
a Palavra de Deus na assembleia (publicamente), o que Febe ministrou à
assembleia tinha que ter sido nas coisas temporais. J. N. Darby afirma em nota
de rodapé em sua tradução que a palavra pode ser traduzida como “diaconisa”, que é uma serva que serve
em coisas temporais. Ele disse que ela pode ter varrido o chão do local de
reunião onde os santos se reuniam em Cencreia, ou algo assim (Notes and Jottings of J. N. Darby, pág.
284). Ela não teria estado oficialmente no encargo de um diácono porque isto
deveria ser preenchido por homens (1 Tm 3:8-13). Como Paulo declara que ela era
“o amparo de muitos” (AIBB), ela
pode ter tido o dom de “socorros [ajudas – JND]” (1 Co 12:28).
Um Pedido Triplo de Oração
Um
Pedido Triplo de Oração
Vs. 30-33 – Por último, Paulo pede as orações dos romanos em vista
deste trabalho. Isso, diz ele, seria “pela
causa do Senhor Jesus Cristo” (KJV) e estaria de acordo com “o amor do Espírito”, que é a comunhão
mútua dos santos. Seu pedido triplo de oração é baseado na palavra “que”.
- “Que” ele pudesse ser livre dos judeus incrédulos da Judéia que desesperadamente queriam matá-lo (1 Ts 2:14-16).
- “Que” a oferta que ele estava trazendo para os crentes judeus fosse aceita em boa graça e seria vista como uma expressão verdadeira do amor de seus irmãos gentios. E, assim, eles seriam unidos como crentes em Cristo. (Paulo pediu isso porque sabia que ainda havia algum preconceito religioso nos santos judeus, e ele esperava que isso acabasse com esses sentimentos).
- “Que” ele chegasse a Roma com gozo e pela vontade de Deus, e que eles fossem mutuamente renovados. Esta oração foi respondida, mas de um modo muito diferente do que Paulo imaginou; Ele chegou a Roma como prisioneiro.
Ele termina a parte principal da epístola dizendo aos santos romanos
que ele desejava que “o Deus de paz”
estivesse com eles, acrescentando um “Amém”
de coração.
ITINERÁRIO DE PAULO - Capítulo 15:14-33
ITINERÁRIO
DE PAULO - Capítulo 15:14-33
Esta última seção é suplementar à doutrina anterior na epístola. Paulo
informa os santos romanos de suas circunstâncias pessoais e suas intenções no
serviço em relação ao evangelho “nos
lugares que estão além” (2 Co 10:16).
Assim, ele encerra a epístola declarando suas razões para escrever a
eles e expressa seu grande desejo de visitá-los. Ele explica que não lhes
escreveu por causa de alguma falta particular da parte deles, mas simplesmente
para comunicar-lhes o evangelho que pregou entre os gentios; prometendo que
quando chegasse a eles, lhes daria “a
plenitude da bênção de Cristo” (v. 29 – ARA) – o que ele não expôs nesta
carta. Esta é uma referência à verdade do “Mistério”,
que foi uma revelação especial dada a ele e a outros apóstolos e profetas (Ef
3:5), para comunicar aos santos. Ele menciona isso no capítulo 16:25.
Vs. 14-15 – Ele disse: “Eu
mesmo estou persuadido a vosso respeito, irmãos meus, que também vós mesmos
estais cheios de bondade, cheios de toda a ciência e capazes de admoestar uns
aos outros. Mas vos escrevo em parte mais ousadamente, como trazendo-vos isto
de novo à memória, por causa da graça que me foi dada por Deus”. Vemos
disto que Paulo estava convencido de que os irmãos em Roma estavam em um bom
estado – “cheios de bondade” – e
assim receberiam suas admoestações. Portanto, ele escreveu a eles com
considerável ousadia. Ele também estava confiante de que eles eram Cristãos
maduros e bem capazes de admoestarem-se mutuamente em amor, e assim
orientarem-se em relação às dificuldades que pudessem surgir entre eles, sem
que ele estivesse presente para fazê-lo. Este é um sinal de uma assembleia
saudável. Paulo, portanto, não tinha intenção de chegar a eles como árbitro ou
regulador. Os que se imaginam ser árbitros ou reguladores podem causar dano
entre o povo do Senhor. Não é que uma assembleia não possa pedir ajuda e
conselho, mas sob condições normais, as assembleias locais devem resolver suas
próprias dificuldades no temor de Deus (Fp 2:12). Uma assembleia que
habitualmente tem seus problemas resolvidos por irmãos de outras localidades
pode perder a bênção prática e a educação espiritual que o Senhor pretende para
eles no problema.
Note que ele menciona “cheio de
bondade” antes de ser capaz de “admoestar
uns aos outros”. Para admoestarmos com eficiência, primeiro precisamos ter
corações cheios de bondade para com aqueles a quem procuramos ajudar, e também
precisamos ter o “conhecimento”
prático dos princípios bíblicos sobre a situação da pessoa. Sem essa graça e
conhecimento, poderíamos causar danos à pessoa e agravar o problema.
Cap. 15:16-17 – Paulo tinha outra razão para ir até eles, e isso
porque ele tinha sido “oficialmente
empregado” (v. 16 – nota de rodapé JND) por Deus como um “ministro de Cristo Jesus entre os gentios”
(TB). Ele tinha uma comissão especial de Deus para os gentios (At 9:15, 22:21;
Gl 2:7; Ef 3:8; Cl 1:27). Como eles eram predominantemente uma assembleia de
gentios – se não exclusivamente gentios, pois Cláudio César expulsara todos os
judeus de Roma (At 18:2) – Paulo sentia que deveria se certificar de que “a oferta dos gentios pudesse ser
aceitável” (JND) para Deus. Isto é, que eles ficariam diante de Deus em
toda a verdade do evangelho e do Mistério. Ele acrescenta: “santificada pelo Espírito Santo”, porque ele entendeu plenamente
que esta obra entre os gentios era realmente uma obra de Deus pelo Espírito, e
ele queria dar a Deus o crédito pelo que Ele havia concebido. Paulo estava,
portanto, justificado em seu desejo de ter “glória
em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus”.
Vs. 18-19 – Se houvesse alguma dúvida se ele realmente tinha essa
comissão, isso poderia ser facilmente resolvido pelas suas provas. Ele disse: “Porque não ousarei dizer coisa alguma, que
Cristo por mim não tenha feito, para fazer obedientes os gentios, por palavra e
por obras” (ARF). Isto é, ele não quis comentar sobre o que os outros
estavam fazendo para o Senhor, mas daquilo que ele sabia em primeira mão pelo
Senhor trabalhando por meio dele. Houve uma demonstração de “força de sinais e prodígios, pelo poder do
Espírito Santo” (ARA). E isso acontecera em muitos lugares – “desde Jerusalém, e arredores, até ao
Ilírico” (norte da Macedônia, no Mar Adriático). Essencialmente, isso
aconteceu em todos os lugares onde ele “pregou
plenamente as boas-novas de o Cristo” (JND). Este é um relato da extensão
geográfica de seu ministério, não da ordem cronológica do mesmo.
Vs. 20-21 – A intenção de Paulo era continuar pressionando os gentios
com o evangelho, “não onde Cristo já
fora anunciado” (ARA). Seu ministério consistia mais em penetrar em novas
regiões e deixar o trabalho de pastoreio e de ensinar seus convertidos a outras
pessoas. Ele não tinha intenção de trabalhar onde outros haviam trabalhado e
edificado sobre o “fundamento” – que
é Cristo (1 Co 3:11). Ele cita Isaías 52:15 para mostrar que o princípio de alcançar os gentios dessa
maneira era segundo Deus – “como está
escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão, e os que não ouviram o
entenderão”. O ministério de Paulo não foi o cumprimento desta profecia.
Ele não diz que foi – afirmando apenas que o princípio sobre o qual ele agiu
estava de acordo com o que havia sido “escrito”
no Velho Testamento. (Como regra geral, quando algo do Velho Testamento é
cumprido no Novo Testamento, isso é declarado. Veja Mateus 1:22, 2:23; João
19:36-37, etc.)
Vs. 22-24 – Sendo assim ocupado no serviço, Paulo, que muitas vezes
procurara oportunidade para vir a eles, disse: “muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco” (compare o
capítulo 1:13). No entanto, tendo sido especialmente comissionado com um
ministério para os gentios, Paulo esperava que uma ocasião se abrisse para que
ele viesse a eles em breve. E agora, como seu ministério de apresentar o
evangelho em novas áreas estava em grande parte concluído “nestas regiões” (ARA) – Ásia Menor (Turquia) e Acaia (Grécia) –
ele estava livre para avançar em novas regiões, e assim chegar até eles em seu
caminho para a Espanha.
Vs. 25-27 – Mas Paulo teve uma última responsabilidade para cuidar
antes que ele fosse para os gentios. Ele estava indo para Jerusalém com a
coleta dos irmãos da “Macedônia e Acaia”
(províncias do norte e do sul da Grécia) para dar aos “pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”. Lemos sobre isto
em 2 Coríntios 8-9. Paulo e Barnabé entregaram uma oferta semelhante para os
santos de Jerusalém em seus primeiros dias (At 11:29-30). Parece haver duas
razões para a pobreza dos judeus na Judéia:
- Houve uma grande fome naquela terra (At 11:28).
- A vida comunitária que eles haviam praticado em Jerusalém os deixou sem terras e meios para se sustentar (At 2:44-45, 4:34-35). (As escrituras não dizem que isso foi algo que o Senhor pediu para que fizessem).
Os gentios crentes estavam “realmente
bem satisfeitos” (JND) em encaminhar a seus irmãos judeus essa oferta
porque eles se viam como “devedores”
para com eles. Eles haviam participado de suas “coisas espirituais” (TB) (as Escrituras, a presença do Espírito de
Deus, etc.) e achavam que era justo que lhes enviassem alívio em coisas
temporais.
Vs. 28-29 – “E havendo-lhes
consignado este fruto” (colocado a oferta em suas mãos), Paulo pretendia
realmente ir aos santos romanos a caminho da Espanha. E prometeu dar-lhes “a plenitude da bênção de Cristo” (v.
29 - ARA) quando lá chegasse. As versões King James e Almeida Corrigida acrescentam
a palavra “evangelho” de Cristo, mas
ela não está no texto grego. Paulo havia acabado de expor a verdade do
evangelho para eles nesta mesma epístola. A “plenitude” a que ele se refere aqui é a verdade do “Mistério”, para “completar” (JND) a revelação Cristã da verdade (Col. 1:25). Ele
menciona isso no capítulo 16:25. É uma revelação especial da verdade sobre
Cristo e a Igreja. O Sr. Darby menciona que não há registro de que Paulo tenha
chegado à Espanha (Sinopse of the books
of the Bible, on Romans 15).
Resumo da Justiça Prática Demonstrada na Vida Cristã
Resumo da
Justiça Prática Demonstrada na Vida Cristã
Esta seção prática da epístola mostrou que há agora motivos e atitudes
inteiramente novos no crente, e eles se manifestam:
- Cap. 12:1-8 para com Deus.
- Cap. 12:9-13 para com os crentes.
- Cap. 12:14-21 Para com o mundo.
- Cap. 13:1-14 Para com as autoridades civis.
- Caps. 14-15:13 Para com aqueles fracos na fé.
As Escrituras Ensinam que Judeus Convertidos e Gentios Serão Abençoados Juntos sob Cristo
As
Escrituras Ensinam que Judeus Convertidos e Gentios Serão Abençoados Juntos sob
Cristo
Cap. 15:8-13 – Nos capítulos 1 a 3, vimos os judeus e gentios em
posições bem diferentes – na verdade, em polos opostos, naturalmente falando.
Mas tendo falhado em sua responsabilidade para com Deus, seus pecados os
reduziram a um denominador comum como pecadores. Nos capítulos 3:21-8:39, vimos
crentes dentre os judeus e gentios juntamente abençoados pela justiça de Deus.
Então, nos capítulos 12-15:7, os judeus e gentios crentes foram exortados a
caminhar juntos em unidade prática, não permitindo que preconceitos e estilos
de vida antigos interferissem.
Vs. 8-12 – Para ajudá-los com isso, nos próximos cinco versículos,
Paulo mostra que o ministério de “Jesus
Cristo” à “circuncisão” na
verdade inclui judeus e gentios. De fato, sempre foi Sua intenção “que os gentios glorifiquem a Deus por
causa da Sua misericórdia” (ARA) e assim fossem abençoados em conexão com
Israel. Quatro Escrituras são citadas das três partes principais do Velho
Testamento – a Lei, os Salmos e os Profetas (Lucas 24:44) - para provar isso.
V. 9 – No Salmo 18:49, Davi antecipou um dia em que o Senhor “cantará” a Deus no meio de uma
multidão de gentios crentes.
V. 10 – Em Deuteronômio 32:43, Moisés anuncia que chegaria o tempo em
que os gentios convertidos se “alegrariam”
nas bênçãos da salvação “com o seu povo”
Israel.
V. 11 – No Salmo 117:1, ouvimos Israel convidando os gentios a “louvar ao Senhor” com eles.
V. 12 – Em Isaías 11:10, o profeta fala da inclusão dos gentios no
reinado do Messias de Israel.
Essas Escrituras não ensinam que os crentes dentre os gentios seriam
parte da Igreja – o que é revelado no Mistério. Mas elas mostram que Deus quer
que judeus e gentios convertidos se regozijem juntamente ao confiarem em
Cristo. Ao afirmar isso, Paulo dá a entender que nossos corações, portanto,
devem ser largos o suficiente para incluir ambos (judeus e gentios) em assuntos
de comunhão prática. Já que muitas das diferenças entre crentes na Igreja
primitiva tinham se originado de suas vidas anteriores como judeus e gentios,
ele desejava que essa verdade os encorajasse a usar a diligência para caminhar
juntos em união prática. Isso encerra formalmente as exortações da epístola.
V. 13 – Paulo conclui com uma bendição recomendando os santos romanos
ao “Deus de esperança” que os
encheria de “gozo e paz” e “crendo” com confiança de que eles “abundariam em esperança” até o fim.
Essencialmente, seu desejo por eles é que fossem encontrados em um bom estado
espiritual de alma, e assim serem capazes, “pelo
poder do Espírito Santo” (ARA), de colocar em prática as exortações que ele
havia dado.
Devemos Seguir o Exemplo de Cristo em Tudo
Devemos
Seguir o Exemplo de Cristo em Tudo
Cap. 15:1-7 – Paulo dá uma quarta
coisa que nos ajudará a andar corretamente nessas situações – é seguir o
exemplo de Cristo em Sua vida.
Vs. 1-2 - Ele diz que aqueles que são “fortes” na fé devem “suportar
as fraquezas dos fracos” e, assim, deixar de se agradar em coisas relativas
à comida e bebida, e considerar a “edificação”
dos irmãos, em vez de seus próprios prazeres. Ele coloca diante de nós o mais
elementar princípio Cristão – o bem-estar dos outros antes do nosso! Ele diz: “Portanto cada um de nós agrade ao seu
próximo (nosso irmão no Senhor),
visando o que é bom para edificação” Se “cada um” na comunidade Cristã tivessem essa atitude e disposição,
toda essa questão de ofender e fazer alguém tropeçar com nossas liberdades
seriam resolvidas de uma só vez.
V. 3 – O modelo que ele coloca diante de nós é o próprio Cristo, que “não agradou a Si mesmo”. Se imitarmos
o amor abnegado de Cristo pelos outros, estaremos contentes em renunciar coisas
para agradar ao nosso próximo. O apóstolo João disse: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos
dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3:16). A atitude que diz: “Eu tenho o
direito de fazer isso, e vou fazê-lo independentemente do que os outros pensam;
e eles terão que me aceitar do jeito que eu sou” certamente não é semelhante à
de Cristo. O Senhor Jesus era o Único na Terra que realmente tinha o direito de
fazer o que quisesse, e escolheu não agradar a Si mesmo. A lição aqui é que
devemos estar dispostos a nos abster do direito que legitimamente tenhamos a
qualquer liberdade, em vez de arriscar fazer alguém tropeçar. Levar adiante
esse direito é violar o próprio espírito do Cristianismo.
Cristo estava tão comprometido com a honra e a glória de Deus que, se
alguém reprovasse a Deus, Cristo mesmo suportaria a reprovação. Ele poderia
dizer a Deus: “as afrontas dos que Te
afrontam caíram sobre Mim”. Esta é uma citação do Salmo 69:9. Da mesma
forma, se houver alguma fraqueza no entendimento de nosso irmão concernente à
liberdade Cristã, e isso o tem levado a ter restrições infundadas, e, isso trouxer
censura e críticas sobre ele, deveríamos estar dispostos a nos identificar com
ele no assunto, e suportar a consequente reprovação com ele.
V. 4 – Temos também a “paciência
[perseverança – ARA] e consolo [encorajamento – JND] das
Escrituras”, nas quais podemos aprender com as atitudes de santos de outras
épocas cujas vidas manifestaram um cuidado abnegado pelos outros. As Escrituras
a que Paulo se refere aqui são o Velho Testamento; o Novo Testamento ainda não
havia sido escrito. Note que ele não diz que aquelas Escrituras do Velho
Testamento foram escritas “para”
nós, mas sim, “por” (JND) nós – isto
é, por causa do nosso aprendizado.
Isso mostra que a maioria das Escrituras não foram escritas para nós Cristãos, mas toda a Escritura
foi escrita por causa da nossa “instrução” (2 Tm 3:16-17). O Velho
Testamento é escrito para Israel; enquanto as 21 epístolas do Novo Testamento
foram escritas para os Cristãos. É nelas que encontramos a doutrina e a prática
Cristãs. Aqueles que querem juntar Israel e a Igreja em uma única companhia de
crentes (Teologia Reformada do “Pacto”) se opõem a isso. Eles (em seu ensino
equivocado) pensam que Israel é a Igreja no Velho Testamento e que a Igreja é
Israel no Novo – e, portanto, acreditam que toda Escritura é escrita “para” nós. No entanto, não é isso que
Paulo diz aqui. O tipo de aprendizado (“instrução”)
que devemos obter do Velho Testamento tem a ver com princípios morais e
práticos. O resultado é que nos é dada “esperança”
que nos ajuda a seguir no caminho de fé.
Vs. 5-7 – Paulo conclui suas exortações sobre a liberdade Cristã,
lembrando-nos do apoio divino que temos em Deus. Ele diz: “Ora o Deus de paciência [perseverança
– ARA] e consolação [encorajamento – JND] vos conceda o mesmo sentimento uns para
com os outros, segundo Cristo Jesus”. Assim, nós ganhamos “perseverança e encorajamento” das
Escrituras (v. 4), mas também “o Deus de
perseverança e encorajamento” (JND) nos ajuda no caminho (v. 5). E o
objetivo divino em tudo isso é que andemos juntos em unidade prática, tendo “o mesmo sentimento uns para com os outros”.
Ao acrescentar, “segundo Jesus Cristo”,
Paulo está nos dando uma palavra de cautela; essa afinidade é estar de acordo
com o Senhor e ao relacionamento com Ele para o qual fomos chamados. Isto
porque é possível ter um mesmo pensamento de acordo com a carne. Ananias e
Safira são um exemplo disso. Eles tinham o mesmo pensamento em uma coisa má (At
5:1-11).
Seu desejo é que tenhamos um testemunho único diante do mundo,
glorificando a Deus “unânimes e a uma
boca” (TB). Isso é bastante surpreendente; as bocas que antes estavam
cheias de amargura e maldição (cap. 3:14) agora são vistas cheias de ações de
graças e louvor! Se é dada atenção à esta exortação, judeus e gentios salvos
seriam encontrados juntos louvando a Deus com “uma boca”. Que quadro é esse – um triunfo da graça de Deus! Assim,
isso nos leva a um círculo completo de onde Paulo começou no capítulo 14:1, a
saber, que devemos “receber” uns aos
outros. O modelo para nós nisso é Cristo – “como
também Cristo nos recebeu para glória de Deus”.
Viver em Vista de Não Causar Tropeço a Nossos Irmãos
Viver em
Vista de Não Causar Tropeço a Nossos Irmãos
Cap. 14:13-23 – Paulo continua e dar uma terceira coisa que deve regular nossa conduta nessas questões de
exercício pessoal. Devemos andar “conforme
o amor” para com nossos irmãos e, assim, ter cuidado para não fazer nada
que seja “tropeço ou escândalo” em
seu caminho. Paulo, portanto, sugere que, em vez de julgar nosso irmão, devemos
julgar a nós mesmos (julgamento próprio) nesse assunto e renunciar a tomar
liberdades que ofendam um irmão fraco. Já que nada do que é material é “de si mesmo imunda” – mas apenas o é
aquilo que é estimado como tal na consciência de cada um (v. 14) – se sabemos
que algo que permitimos em nossas vidas aflige um de nossos irmãos, o princípio
do “amor” por nosso irmão deve ditar
que devemos renunciar a fazer tal coisa. Devemos fazer isso porque nos é dito: “Não destruas por causa da tua comida
aquele por quem Cristo morreu” (v. 15). “Destruir”, no sentido de que Paulo usa a palavra aqui, não está se
referindo à morte física ou ao juízo eterno. Significa simplesmente destruir a
confiança de um irmão no Senhor, pela qual ele fica confuso quanto ao que é
certo e o que é errado, e se afasta de segui-Lo no caminho de fé. Assim, Paulo
menciona três tipos de julgamento
neste capítulo:
- O julgamento de nossos irmãos de forma crítica (v. 3-4, 10a).
- O justo julgamento do Senhor (vs. 10b-12).
- O julgamento próprio do crente (v. 13).
O amor pensa nos outros e nos fará renunciar aos direitos legítimos
que temos para promover uma feliz comunhão Cristã. A declaração “por quem Cristo morreu” não deve ser
tomada levianamente. Ela aponta para o custo incalculável que Cristo pagou para
salvar aquele irmão. Portanto, precisamos deixar que isso penetre profundamente
em nossos corações e pensemos seriamente sobre o nosso cuidado mútuo. Se, por
outro lado, eu egoisticamente exibir meus direitos Cristãos nesses assuntos,
poderei muito bem causar danos irreparáveis na vida de um irmão fraco. Ostentar
nossa liberdade diante daqueles que são fracos na fé manifesta um espírito
não-Cristão. Estamos realmente deixando ser “censurado o nosso bem” (v. 16). No entanto, não devemos deixar que
o que é bom e correto para nós se torne um objeto de crítica, mal-entendido e
ofensa (v. 16).
Vs. 17-18 – Paulo declara que as coisas importantes na vida Cristã têm
a ver com “o reino de Deus”. Essas
são coisas morais, e não coisas que pertencem a “comida” ou “bebida” –
isto é, coisas naturais externas da religião terrena. Portanto, o que realmente
conta no reino de Deus não são as regras quanto aos alimentos e as observâncias
religiosas de certos dias, mas as coisas concernentes à “justiça, paz e gozo no Espírito Santo”. Portanto, não é o que um
homem come que é importante, mas viver uma vida santa para a glória de Deus. Se
definirmos isso como uma prioridade em nossas vidas e buscarmos o bem de nossos
irmãos, serviremos a Cristo de um modo que seja “agradável a Deus e aprovado pelos homens” (ARA).
Vs. 19-21 – Paulo, portanto, conclui que devemos “perseguir” (JND) “as coisas
que contribuem para a paz e as que são para a edificação mútua” (TB). Já
que a carne não destrói “a obra de Deus”
na alma de uma pessoa, se sabemos de algo que permitimos em nossas vidas que
poderia ofender nossos irmãos, então o princípio em que devemos viver é este: “Bom é não comer carne, nem beber vinho,
nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se
enfraqueça”. Isso significa que não devemos atropelar a consciência de um
irmão quando ele não está claro sobre um assunto. Por exemplo, não devemos
convidar para jantar uma pessoa que acabou de se converter do judaísmo ou do
islamismo e servir carne de porco assada.
Vs. 22-23 – O conselho de Paulo, portanto, é que se tivermos “fé” para fazer certas coisas que não
são diretamente proibidas nas Escrituras – mas que são coisas que poderiam
ofender e fazer tropeçar alguém – então, “Tem-na
em ti mesmo diante de Deus”. Isto é, não ostente nossa liberdade, mas faça
essas coisas em particular diante de Deus onde e quando não correremos o risco
de ofender alguém. Paulo acrescenta: “Bem-aventurado
[feliz – KJV] aquele que não se condena a si mesmo
naquilo que aprova”. Em outras palavras, é bom andar no pleno gozo de nossa
liberdade, não estando preso por costumes infundados.
Note que Paulo não nos diz para tentar levar aqueles que não são
claros sobre essas questões além do que sua consciência dita, persuadindo-os a
participar de algo que é duvidoso para eles. Ao ter uma consciência a respeito
de algo “aquele que tem dúvidas, se
come, está condenado” porque “tudo
que não é de fé é pecado”. Ao forçar uma pessoa dessa maneira, poderíamos
levá-la a pecar, e isso poderia dar início a que ela se desvie de Deus. Nós o
ensinamos a ir em frente e violar sua consciência, e uma vez que tenha feito
isso, poderia muito bem continuar a fazê-lo em outros assuntos mais sérios.
Viver em Vista do Tribunal de Cristo
Viver em
Vista do Tribunal de Cristo
Cap. 14:10-12 – Isso leva Paulo a falar de uma segunda coisa que deve governar a forma como nos conduzimos em
questões relativas à nossa consciência. Ele diz: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu
irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Assim,
devemos abster-nos de julgar ou menosprezar aqueles que não veem as coisas como
nós, porque se aproxima um dia em que nossas vidas serão revistas no tribunal
de Cristo e todos esses exercícios pessoais serão examinados pelo Senhor.
Naquele momento Ele manifestará se eles estavam de acordo com a Sua vontade ou
se eram meramente da carne.
A primeira destas duas perguntas – “por que julgas teu irmão?” – é dirigida ao Cristão fraco cuja tendência é julgar aqueles
que permitem certas coisas que sua consciência não lhe permite fazer. Ele
provavelmente verá as liberdades que seu irmão toma como sendo permissividades
e o condenará por isso. A segunda pergunta – “por que desprezas teu irmão?” – é dirigida ao Cristão forte cuja tendência é rebaixar aqueles
que não têm a luz e a liberdade que ele tem. Paulo lembra a ambos o fato de que
todos nós vamos “comparecer ante o tribunal de Cristo” algum dia e veremos essas
coisas manifestadas. Paulo cita Isaías 45:23 para mostrar (em princípio) que
então “cada um de nós dará conta de si
mesmo a Deus”, pelas coisas que permitimos ou não permitimos em nossas
vidas.
É significativo que cada vez que o tribunal de Cristo é mencionado no
Novo Testamento, ele é visto de um ponto de vista diferente. Quando reunimos
essas referências, aprendemos que o Senhor examinará todos os aspectos de
nossas vidas. O que será revisto são:
- Nossos caminhos em geral (2 Co 5:9-10).
- Nossas palavras (Mt 12:36).
- Nossas obras de serviço (1 Co 3:12-15).
- Nossos pensamentos e motivos (1 Co 4:3-5).
- Nossos exercícios pessoais sobre questões de consciência (Rm 14:10-12).
Assim, está chegando um dia de avaliação quando o Senhor pesará os
“porquês” e os “para quês” de nossas vidas. Esse exame trará à luz a realidade
das coisas que assumimos como exercícios pessoais. Algumas destas coisas podem
se manifestar como sendo carnais, e outras podem provar ser exercícios que eram
verdadeiramente do Senhor. O argumento de Paulo aqui é que devemos deixar essas
coisas até esse dia, porque não temos a imagem completa agora e somos incapazes
de fazer uma avaliação precisa dessas coisas entre nós. Mesmo se o fizéssemos,
não podemos pesar os motivos do coração como o Senhor o fará (1 Sm 2:3).
Portanto, devemos agora parar e desistir de fazer avaliações dos exercícios
pessoais de nossos irmãos – podemos estar errados. Além disso, fazendo
julgamentos desnecessários de nossos irmãos agora, corremos o risco de causar
uma ruptura na comunhão dos santos.
Viver Sob o Senhorio de Cristo
Viver
Sob o Senhorio de Cristo
Cap. 14:6-9 – O primeiro
princípio que deve regular nossa conduta nesses assuntos é que devemos viver
nossas vidas sob a direção do senhorio de Cristo. Isso é visto no fato de que
em quatro pequenos versículos, Paulo menciona “o Senhor” sete ou oito vezes – dependendo de qual tradução é
usada. É claro, portanto, que Paulo está enfatizando o senhorio de Cristo aqui.
O ponto de Paulo nesta passagem é que em assuntos onde não há
desobediência direta à Palavra de Deus, cada um deve ser deixado livre para
agir diante do Senhor como o Senhor dirigir, sem a interferência de outros. A
pergunta que cada um de nós precisa fazer é: “Com relação a isso que eu permito
(ou me recuso a permitir) em minha vida, o que o Senhor quer que eu faça?” Se
considerarmos certo dia, ou comermos (ou nos abstermos de comer) um determinado
alimento, devemos fazê-lo como “para o Senhor”.
Isto é, devemos fazê-lo acreditando que Ele nos dirigiu no assunto (Cl 3:17,
21).
Paulo acrescenta: “Porque
nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o
Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos
ou morramos, somos do Senhor”. Isso significa que a vida toda do crente não
somente é aberta diante do Senhor, mas também que sua vida pertence ao Senhor.
De fato, uma das razões pelas quais Cristo morreu e ressuscitou é que Ele tenha
o título e o direito de ser o Senhor sobre todos (At 2:36). Assim, somos, em
última instância, responsáveis perante o Senhor por tudo o que fazemos na vida
e na morte.
Quatro Princípios Orientadores
Quatro
Princípios Orientadores
Caps. 14:6–15:7 – Paulo menciona quatro
princípios que nos guiarão em conexão com as diferenças que os irmãos podem ter
em seus exercícios pessoais. Esses princípios podem ser aplicados a todos os
Cristãos, não apenas aos judeus convertidos.
JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ
JUSTIÇA PRÁTICA PARA COM OS FRACOS NA FÉ
Cap. 14:1–15:13 – Outra particularidade judaica que os judeus
convertidos tendiam trazer consigo para a comunhão dos Cristãos era a de manter
certos princípios quanto às regras judaicas referentes a alimentos e à
observância de dias santos que eram guardados no judaísmo. Dois exemplos são
dados:
1) Regras alimentares judaicas – alimentos
kosher (vs. 2-4).
2) A observância dos dias santos judaicos – o
sábado, etc. (vs. 5-6).
Romanos 14 se refere à nossa responsabilidade para com um judeu fraco
recém-convertido do judaísmo; enquanto 1 Coríntios 8 se refere à nossa
responsabilidade para com um gentio fraco recém-convertido do paganismo. Essas
passagens mostram que temos uma responsabilidade em relação a ambos.
V. 1 – A maioria dos judeus convertidos naqueles dias anteriores não
estavam totalmente livres do judaísmo (Hb 13:13) e estavam apegados a certos
costumes e práticas judaicas por uma questão de consciência (At 21:20). O que
os irmãos deveriam fazer quando pessoas assim eram salvas e entravam na
comunhão Cristã? Eles deveriam menosprezar suas preocupações e condená-los?
Isso certamente não seria amor em ação! Pelo contrário, Paulo diz: “ao que é fraco na fé, acolhei-o”
(AIBB) “não, porém, para discutir
opiniões” (ARA).
“Fraco na fé” é alguém deficiente em seu entendimento quanto à posição e liberdade
Cristãs (Gl 5:1) e, consequentemente, tem costumes infundados sobre assuntos de
importância secundária na vida Cristã. (como regra, quando o artigo “a” é usado nas Escrituras em conexão
com “fé”, está se referindo à
revelação Cristã da verdade. Veja Judas 3, etc. Quando o artigo não é
mencionado, está se referindo à energia interior da confiança da alma em Deus.
Veja Atos 20:21; Romanos 14:22, etc.)
A resposta de Paulo a essa dificuldade é que devemos “receber” todas essas pessoas
cordialmente. Isso não se refere à
recepção de uma pessoa em comunhão à mesa do Senhor (recepção da assembleia),
mas ao seu recebimento entre os santos na comunhão social prática. (Mencionamos
isto porque este versículo tem sido frequentemente aplicado fora do seu
contexto e usado indevidamente para apoiar a falsa ideia de que pelo fato de
alguém ter sido recebido de Deus, sendo um crente no Senhor Jesus (v. 3),
estamos obrigados a recebê-lo à Mesa do Senhor, sem levar em consideração suas
associações e seu estado espiritual de alma). Assim, o irmão excessivamente
escrupuloso não deve ser evitado entre os santos. Ao acrescentar: “Não, porém, para discutir opiniões”
(ARA), Paulo está nos alertando para evitar envolver essas pessoas em
argumentos a respeito de seus costumes. Poderia romper desnecessariamente a
harmonia que deveria existir na comunhão Cristã normal. Isso não significa que
eles deveriam adotar essas práticas judaicas para não as ofender. Isso faria
com que os equívocos do irmão fraco governassem e ditassem como os outros
deveria viver. Em vez disso, eles deveriam ter o cuidado de não fazer
deliberadamente na presença do irmão fraco as coisas que poderiam causar-lhe
ofensa
Vs. 2-3 – Ele diz: “Porque um
crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes” Ao
apontar isso, Paulo quer que percebamos que nem todos os crentes estão no mesmo
nível de espiritualidade, maturidade e entendimento; alguns são “fracos” e alguns são “fortes” (cap. 15:1). Assim, devemos
fazer concessões e não forçar as pessoas contra suas consciências nesses
assuntos. Ele diz: “Quem come, não
despreze àquele que não come; e quem não come, não julgue àquele que come,
porque Deus o acolheu” (TB). Isso mostra que devemos respeitar as
consciências e os exercícios pessoais uns dos outros e não passar por cima
deles. Isso poderia ofendê-los. Se certos princípios relativos a estas questões
não são claros a alguém, não devemos julgá-lo naquilo que ele se permite ou não
se permite fazer. Cada um é responsável por andar diante do Senhor na maneira
em que acredita que o Senhor queria que ele andasse (Gn 17:1). Paulo diz: “Para seu próprio Senhor ele está em pé ou
cai”. Isto é, em última análise, ele é responsável perante o Senhor pelo
que faz. Se ele está enganado sobre algum assunto, e se ele está fazendo isso
com fé, acreditando que é a vontade de Deus, Deus honrará sua fé e o impedirá
de sair do caminho – pois “poderoso é
Deus para o firmar”. Assim deve haver mútua tolerância nesses assuntos.
“Um avalia um dia mais que outro dia; outro
avalia todos os dias iguais” (TB).
Alguns tomaram esta declaração como sendo sua liberdade de fazer o que quiserem
no Dia do Senhor, mas não é isso a que Paulo está se referindo aqui. Uma vez
que a passagem está tratando principalmente com judeus convertidos fracos, isso
seria em relação aos dias de sábado, etc. W. Kelly observou: “Um Cristão não
considerar o Dia do Senhor seria uma desonra direta atribuída ao Seu próprio
encontro especial com Seus discípulos naquele dia, um desprezo aberto àquele
testemunho da graça”. Paulo acrescenta: “esteja
cada um plenamente convencido em sua mente”. O problema em muitos casos, é
que quando uma pessoa não está realmente convicta de algum exercício que tenha
sobre a vida Cristã, tentará convencer os outros a respeito disso – até mesmo
impondo tal exercício sobre outros. Elas parecem pensar que, se mais pessoas as
virem da maneira como o fazem, então seria um sinal de que estariam certas. Às
vezes as pessoas usam seus exercícios pessoais para tentar distinguir-se entre
seus irmãos como extremamente santos e piedosos, mas na realidade é a carne em
ação. Esse tipo de coisa tende ao legalismo e significa um desastre entre os
santos. Muitas vezes coloca os irmãos em polos opostos, separando os que “veem”
tal exercício daqueles que não o “veem”. E é tudo porque as pessoas não fizeram
o que Paulo recomenda no final do capítulo – “tem-na para ti mesmo perante Deus” (v. 22).
Três Breves Exortações
Três
Breves Exortações
Em vista dos perigos da noite pela qual estamos passando e da
iminência do Arrebatamento e da Aparição de Cristo, Paulo faz três breves exortações que, se postas em
prática, nos preservarão até a hora da vinda do Senhor. Essas exortações são
caracterizadas por estarem no imperativo.
Em primeiro lugar, ele insiste na separação do mundo. Ele diz: “Rejeitemos, pois, as obras das
trevas” (v. 12b). Assim, devemos nos desfazer de toda prática mundana e
questionável, como um homem se despindo de uma roupa suja (2 Co 6:14-7:1).
Em segundo lugar, Paulo diz: “Vistamo-nos
das armas [da armadura – JND] da luz” (v. 12c). Assim, devemos
colocar a cobertura protetora de uma vida santa, que nos fará uma luz brilhante
na escuridão.
Em terceiro lugar, Paulo diz: “Andemos
honestamente [apropriadamente –
JND], como de dia” (v. 13-14). Ele
nos diz como isso é feito: despojando-se das práticas da carne (exemplificadas
nos seis exemplos) e revestindo-se de “o
Senhor Jesus Cristo” (v. 13-14). Gálatas 3:27 fala do se revestir
formalmente de Cristo pelo batismo, que tem a ver com a nossa identificação com
o testemunho Cristão; aqui é a manifestação prática da vida de Cristo.
Revestir-se do Senhor Jesus Cristo é ter a atitude que Ele tinha para com Deus,
para com os santos e para com os governos civis – tópicos esses que Paulo tem
abordado nos capítulos 12-13. Em relação a Deus, o Senhor Jesus disse: “Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus
Meu” (Sl 40:8). Para os santos, Ele disse: “a Minha bondade não chega à Tua presença [não se estende a Ti – JND],
mas aos santos que estão na Terra, e aos ilustres em quem está todo o Meu prazer”
(Sl 16:2-3 – ARF). Quanto aos governos, Ele disse: “Dai, pois, a César o que é de César” (Lucas 20:25).
No entanto, fazemos “provisão
para a carne” (KJV) quando enfatizamos o lado físico e material da vida, ao
invés do espiritual. Isso supre para a carne se levantar e se impor em nossas
vidas.
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